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Métodos de pesquisa em psicologia 1: Observação naturalista ou observação de campo ou observação direta (três nomes para um mesmo método)

Por: Silvério da Costa Oliveira.

No início desta semana iremos dedicar quatro posts para falar de pesquisa científica abordando os métodos de pesquisa em psicologia. Penso que é muito importante uma boa noção sobre metodologia de pesquisa para quem queira escrever no mundo acadêmico e aqui me refiro a monografias, dissertações de mestrado e teses de doutorado, bem como outros trabalhos de cunho científico.

Métodos de pesquisa em psicologia

1-     Observação naturalista ou observação de campo ou observação direta
2-     Testes
3-     Método experimental
4-     Método clínico ou estudo de casos

Pelos quatro métodos de pesquisa empregados buscam-se leis do comportamento e informações.

1-                       Observação naturalista ou observação de campo ou observação direta
(Três nomes para um mesmo método)

Consiste em fazer observações sobre a interação social ou investigar profundamente as percepções e atitudes recíprocas de pessoas que desempenham funções interdependentes. Proporciona uma imagem detalhada e natural das inter-relações sociais do grupo, sem qualquer intervenção do pesquisador social.
O estudo de campo é o único que possibilita observar medidas do processo social na sua ocorrência natural.
A característica marcante da compilação de dados por estudos de campo consiste em que o pesquisador deve unicamente observar e não interferir no comportamento em curso.
É considerado um bom método para o estudo de crianças, de pacientes com desajustamentos mentais e dos costumes de pessoas de culturas diferentes.
Características básicas deste método:
A- Ausência de controle
      B- Observação com o mínimo de interferência
C- Descrição exata e minuciosa de comportamentos

A-                     Observação natural de parto.

Abaixo, trecho do livro “Introdução à psicologia” (título original norte-americano: “Introduction to psychology”), EditoraMcGraw-Hill do Brasil, do ano de 1983, de Linda L. Davidoff, p. 39 e 40.
 Como parte de um esforço para aprender mais a respeito das influências e conseqüências do parto, Barbara Anderson, kay Standley, Joanne Nicholson e seus colegas do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano dos Estados Unidos observam mulheres em trabalho de parto ativo, bem como seus maridos no hospital. O período de observação ocorre antes da administração de anestesia. Munidos de cronômetros, os psicólogos presenciam os acontecimentos, como o estado físico da parturiente (1- contração: contração, repouso e ambos; 2- vocalizações: riso ou sorriso, choro e gemido; 3- tensão corporal: relaxada, tensa e muito tensa; 4- movimento corporal: movimento e estável) e o conteúdo das conversas (1- bem-estar; 2- respiração; 3- bebê; 4- relacionamento; 5- trabalho de parto; 6- dor; 7- medicação; 8- procedimentos) durante trinta segundos. Outros trinta segundos são permitidos para registrar suas percepções. Os observadores consideram também as interações sociais da parturiente, inclusive a intimidade física do relacionamento mulher-marido e a eficácia da interação do casal no alívio do desconforto físico da mulher. Num caso em que dois observadores utilizaram esse sistema para obter informações de dez partos, os resultados concordaram em noventa por cento do tempo ou mais.
Observações precisas como essa permitem aos cientistas de comportamento examinar quais as características pessoais e sociais associadas à dor e à redução da mesma durante o trabalho de parto. Uma vez que as experiências durante o parto relacionam-se com as atitudes (dos pais) em relação aos bebês e a seus sentimentos de confiança como pessoas que lhes proporcionam cuidados, essas informações têm aplicações de longo alcance.

B-                     Ser são em lugares insanos.

Abaixo, trecho do livro “Introdução à psicologia” (título original norte-americano: “Introduction to psychology”), de Linda L. Davidoff, p. 595.
David Rosenhan fez com que oito pessoas razoavelmente normais, entre elas vários psicólogos, um pediatra, um psiquiatra, um pintor e uma dona de casa, fossem internadas em doze diferentes instituições para doentes mentais. Os “pseudopacientes”, como Rosenhan chamava os participantes da pesquisa, queixavam-se de vozes quase sempre pouco nítidas, mas que pareciam dizer “vazio”, “raso” e “bum”. Não se efetuaram outras alterações além dos sintomas alegados, nem se acrescentaram nome, vocação e empregos falsos na história das pessoas. Tão logo foram admitidos na instituição psiquiátrica, os pseudopacientes pararam de fingir quaisquer sintomas anormais. Em alguns casos, houve um pequeno período de leve nervosismo e ansiedade uma vez que nenhum deles pensava ser admitido tão facilmente. Além das atividades da instituição, os participantes da pesquisa passavam o tempo a tomar notas sobre a instituição, os outros pacientes e o pessoal. A princípio, essas notas eram escritas “em segredo”; entretanto, logo ficou claro que ninguém ligava e daí para frente às anotações eram feitas em blocos de papel comum e em lugares públicos como a sala de estar. Os relatórios da enfermagem declaravam que os pseudopacientes não demonstraram nenhuma anormalidade e, quando interpelados, diziam não ter mais nenhum sintoma.
Apesar de exibirem saúde mental, os psicólogos, psiquiatras e outros profissionais da área não detectaram o embuste. Com a exceção de apenas um, os pseudopacientes foram diagnosticados como esquizofrênicos e dispensados depois de, em média, dezenove dias com o diagnóstico “esquizofrenia em remissão”. Não se poderia ter dado um diagnóstico de esquizofrenia por causa de uma só alucinação. “Uma vez rotulados como esquizofrênicos, ao que parece, não havia nada que os pseudopacientes pudessem fazer para livrar-se do rótulo”. Este era tão poderoso que muitos comportamentos normais passavam despercebidos ou eram mal interpretados. Os relatórios da enfermagem, por exemplo, diziam que o fato de os pseudopacientes escreverem era considerado uma manifestação da doença.
A maioria dos psicólogos concorda com os principais argumentos de Rosenhan. Os rótulos tendem a permanecer e, pelo fato de estarem procurando anormalidades, os médicos dos hospitais psiquiátricos freqüentemente interpretam mal atitudes perfeitamente normais. Na conclusão do relatório sobre sua pesquisa, Rosenhan deu ênfase a um outro aspecto que merece ser mencionado. Os rótulos podem ser enganadores, pois sugerem, tanto para as pessoas em geral quanto para os profissionais de saúde mental, que há uma compreensão perfeita sobre o distúrbio do comportamento e que tudo está sob controle. Como os conhecimentos sobre distúrbios mentais são ainda muito incompletos, uma atitude de complacência seria excessivamente prematura e potencialmente perigosa.

PERGUNTA: Qual a sua opinião sobre o método de observação naturalista ou observação de campo ou observação direta (Lembre-se de que são três nomes para um mesmo método)? Você tem alguma idéia de como poderia empregá-lo em uma pesquisa do seu agrado?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

Comentários

Anônimo disse…
Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu

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