Professor Doutor Silvério

Blog Ser Escritor

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)


Sites na Internet – Doutor Silvério

1- Site: www.doutorsilverio.com

2- Blog 1 “Ser Escritor”: http://www.doutorsilverio.blogspot.com.br

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4- Blog 3 “Uma boa idéia! Uma grande viagem!”: http://www.doutorsilverio51.blogspot.com.br

5- Blog 4 “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

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7- Página no Face Book “Dr. Silvério”: https://www.facebook.com/drsilveriodacostaoliveira

8- Página no Face Book “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

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9- Página de compra dos livros de Silvério: http://www.clubedeautores.com.br/authors/82973

10- Página no You Tube: http://www.youtube.com/user/drsilverio

11- Currículo na plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8416787875430721

12- Email: doutorsilveriooliveira@gmail.com


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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Homem tem tesão em ver sua esposa tendo sexo com outro homem


Por: Silvério da Costa Oliveira.

----- Original Message -----
Subject: PERGUNTA A VOCE
BOM DIA
DESDE UNS 7 ANOS, TENHO VONTADE DE VER MINHA MULHER SARRANDO OUTRO HOMEM, E DERREPENTE VELA TRANSANDO COM O MESMO, JÁ TENTAMOS 2 VEZES, E QUANDO GOZEI PEDI PARA PARAR, POIS FIQUEI UM POUCO ABALADO,,,, ACHO A CADA 5 MINUTOS, PENSO NISSO, DEIXO DE ATÉ TRABALHAR, PARA VISITAR SITES DE SEXO PARA VER FOTOS, FALO COM MINHA ESPOSA E ELA ACEITA MAS ELA TEM ALGUMAS RESTRIÇÕES, ELA ACHA QUE SE ELA SAIR SOZINHA É OK, MAS COMIGO JUNTO, ELA NÃO VAI POR QUE ME RESPEITA, JÁ ESTOU ACHANDO QUE ESTOU FAZENDO ELA SOFRER E COM CERTEZA EU FICO DEPRIMIDO... ISSO É DOENÇA, PSICOLOGICA??? É TARA??? POR FAVOR ME DE UMA LUZ ...
E.F.

Comecemos por encaminhar E.F. para uma visita ao meu blog “Ser Escritor” www.doutorsilverio.blogspot.com e ao meu site onde deixei livros e quatro catálogos bibliográficos de minha autoria no formato PDF. Indico meus livros “Sexo, sexualidade e sociedade”, “Falando sobre sexo” e também o “Catálogo bibliográfico sobre sexo”.
Caro amigo E.F., o que você faz em termos de sexo e com o consentimento de seu parceiro sexual, sem prejudicar a você ou a sua companheira é válido dentro do contexto das fantasias e do tesão do casal. Existem casas especializadas em trocas de casais, bem como locais próprios em revistas e sites na Internet onde vemos os mais diversos anúncios com os mais distintos pedidos, dentre os quais este que você narra. Não há mal algum em você satisfazer esta sua fantasia, desde que a mesma seja compartilhada por sua companheira.

Problemas começam a surgir, sim, quando a realização de determinadas fantasias prejudica a si próprio ou a sua companheira, ou quando o prazer inicial é substituído por uma situação muito desprazerosa após a realização do fato. Em suma, se você e sua mulher não estão prejudicando a quem quer que seja e se ambos se sentem bem, então está tudo ok, no entanto, se você ou sua mulher se sentem mal em algum momento ou se tal comportamento vem a prejudicar a vida de vocês, então cabe tratamento.

Gostar de sexo é algo bom e saudável, parte integrante do prazer que podemos obter na vida, no entanto, pode se tornar algo doentio quando o prazer é aos poucos substituído por um comportamento mecanizado preso na repetição constante e em idéias fixas sobre como e quando fazer determinada coisa. A compulsão não é saudável e se coloca em oposição à vida. Há uma enorme diferença entre sexo compulsivo e sexo saudável.
As pessoas têm fantasias sexuais e isto é normal uma vez que somos em grande parte comandados por este fantástico computador que é nosso cérebro e que se insere na atividade sexual buscando e proporcionando prazer de cunho sexual a partir da criação de fantasias sexuais. As pessoas não fazem sexo com fulano ou beltrano e sim com o que imaginam de fulano e beltrano, havendo grande abismo entre a realidade vista no ato sexual e a realidade imaginada no ato sexual pelas pessoas nele envolvidas. Deste modo, algumas pessoas tem seu tesão maior em determinada peça íntima do que na pessoa que a usa, ou em observar seu parceiro mantendo relações sexuais ao invés de praticar sexo com este parceiro.

PERGUNTA: Qual a sua tara ou o que te dá maior tesão?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

domingo, 12 de abril de 2009

Citação minha em Dissertação de Mestrado sobre Kant

Citações do capítulo 5 de meu livro, p. 63 à 88.

OLIVEIRA, Silvério da Costa. Kantismo no Brasil: Tobias Barreto. In: OLIVEIRA, Silvério da Costa. Reflexões filosóficas: Uma pequena introdução à filosofia. 4. ed. rev. Rio de Janeiro: [s.n.], 2006. 293p. Disponível em: . Acesso em:

Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Centro de Teologia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Strictu Sensu
Mestrado
Mestrando: Paulo Sérgio de Faria
Título: Kant no Brasil: Apresentação e análise da história do pensamento kantiano no Brasil no século XIX
Curitiba, 2007
Disponível em: http://www.biblioteca.pucpr.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=949

Páginas: 10-11
Ciente do contexto histórico e filosófico do Brasil, o terceiro capítulo se desenvolverá apresentando o pensamento de intelectuais brasileiros (Gláucio Veiga, Silvério da Costa Oliveira, Daniel Omar Perez, Eugênio de Andrada Egas, João Cruz Costa, Antônio Paim, Miguel Reale, Jorge Jaime), que estudaram ou ainda estudam aqui a presença do pensamento kantiano, embora não sejam especialistas no estudo das influências da Filosofia de Immanuel Kant no Brasil do século XIX, com suas convicções e reflexões a respeito do tema. Isso fornecerá instrumentos para uma releitura dos escritos de padre Diogo Antonio Feijó, mormente os Cadernos de Filosofia, bem como de alguns escritos de Tobias Barreto.
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Página 47-56
3.1.2 Silvério da Costa Oliveira
Em sua obra intitulada Reflexões filosóficas, Silvério da Costa Oliveira discorre sobre o tema do Kantismo no Brasil, focalizando o estudo nas obras de Tobias Barreto. Após justificar a importância e a atualidade de Immanuel Kant, seja numa abordagem gnosiológica ou ética, para os tempos atuais, inicia seus questionamentos sobre o porquê da doutrina kantiana se fazer presente na formação cultural de nossos pensadores. Independentemente da qualidade interpretativa dos textos, Silvério da Costa Oliveira admite sua presença no trato com questões de cunho nacional, sendo esse o objetivo do trabalho. Dá voz preferencialmente a um de seus interpretadores, Tobias Barreto (1839-1889) – precursor da corrente Culturalista, que se solidificou após o amadurecimento das idéias denominadas “Escola do Recife” – padre Diogo Antonio Feijó e Miguel Reale.
Trata-se, para Oliveira, de um kantismo instrumental, fruto do momento histórico pelo qual passava o Brasil. Os pontos comuns entre o momento histórico europeu, de modo especial o francês, e o momento histórico brasileiro contribuíram para a adesão às idéias do pensador de Königsberg. Assim se expressa Oliveira:

Decerto, uma das maiores figuras do Iluminismo na Alemanha, no final do século XVIII, é Immanuel Kant (1724-1804). Kant, no entanto, não teve, no início, a devida compreensão e entendimento de sua obra por parte de seus contemporâneos. Em parte isto se deve a um conjunto de fatores, como a novidade e complexidade de sua obra, o momento histórico, a presença historicamente muito próxima de outros grandes nomes da Filosofia que atraíam para si as atenções como “continuadores” e construidores do sistema de Kant, a saber, Fichte (1762-1814), Schelling (1775-1854) e Hegel(1770-1831), dentre outros. A ênfase que Kant dava a alguns fatores, como a liberdade, fizeram-no granjear a fama de liberal, o que, de certa forma, favoreceu o aparecimento de um interesse por sua obra fora de sua terra natal. O Liberalismo e a Filosofia de Kant criaram o hábito de aparecerem conjuntamente nos diversos países, tal foi o caso da França que, ao que tudo indica, se viu atraída pelo filósofo dito “liberal”. Ora, tal interesse motivou a escritores a escreverem sobre Kant, divulgando sua obra, como no caso de PHILOSOPHIE DE KANT OU PRÍNCIPES FONDAMENTAUX DE LA PHILOSOPHIE TRANSCENDENTALE, 1801, de Charles Viller (OLIVEIRA, 2006, p. 02).

Alguns escritores franceses, conforme informa Oliveira, aproveitaram-se do tema liberdade, tratado por Immanuel Kant, e o associaram a suas reivindicações, como é o caso de Charles Viller. E apesar de suas idéias aparecerem um tanto deturpadas, admite-se que os interesses por suas obras foram além das fronteiras da pequena Königsberg.
O padre Diogo Antônio Feijó (1784 -1843) é, tanto para o Oliveira quanto para Antonio Paim e Miguel Reale, quem primeiro introduziu o pensamento kantiano no Brasil, num primeiro momento; já num segundo momento, Tobias Barreto e a Escola do Recife; e, num terceiro, após II Guerra Mundial, deu-se prosseguimento às reflexões identificadas como neokantistas. Se existe um pensamento filosófico brasileiro original, Silvério da Costa Oliveira não coloca em discussão, mas tem a certeza da presença de um pensar literário e político, que influenciaram a prática social brasileira mantendo ou modificando determinada realidade. E mais especificamente afirma:

Admitindo-se a existência de uma literatura de características nacionais, devemos constatar a presença de várias figuras do pensamento filosófico e científico nesta mesma literatura, tal é o caso, por exemplo, de Immanoel Kant, o qual esteve presente nesta literatura e desempenhou, por vezes, papel político não pequeno, seja na presença de ideais liberais ou na luta contra concepções positivistas (Comte, Litré), importadas da França, e que mais tarde se mesclariam em definitivo com nossos hábitos políticos e culturais, em especial a partir das contribuições de Júlio de Castilhos (1860-1903) (OLIVEIRA, 2006, p. 3).

Ora, ao se escrever sobre determinada Filosofia, faz-se necessário descobrir suas origens e contribuições, bem como os motivos históricos e literários, por que que a trouxeram, descobrir quando e por que se deu e qual o desenvolvimento dela associado à nossa cultura, para que não se perca de vista os valores culturais e contribuições dentro dos limites auto-impostos por eles (OLIVEIRA, 2006, p. 3).
Levanta-se novamente a questão do momento histórico como uma das chaves de compreensão da presença do pensamento kantiano no Brasil. Para Silvério da Costa Oliveira não é possível a compreensão de um pensamento estrangeiro no Brasil sem considerar o momento histórico pelo qual passamos. Não se trata apenas da pessoa de Tobias Barreto, mas também do padre Diogo Antônio Feijó que, por seus Cadernos de filosofia, trazia em germe as idéias de Immanuel Kant.
Os Cadernos de filosofia do padre Diogo Antônio Feijó foram, sem dúvida, para Miguel Reale e Oliveira, o principal documento da segunda década do século XIX. É uma interpretação deturpada, ótica esta não exclusiva de nossos poucos letrados e pensadores brasileiros. Quanto à interpretação do padre Diogo Antonio Feijó, Silvério da Costa Oliveira descreve:

Em Feijó, vemos uma troca preferencial da antiga Escolástica pela teoria kantiana e já nele estão presentes as três perguntas cruciais do filósofo de Königsberg (Crítica da Razão Pura pág. 639, A805 B833) 1o O que posso saber?; 2o O que devo fazer?; 3o O que me é permitido esperar? Também estão presentes as categorias de Kant, no lugar das de Aristóteles, se bem que o seu sentido não tenha sido factualmente apreendido e compreendido. Nas questões éticas e morais, no entanto, há um afastamento literal entre Feijó e Kant. Frisemos mais uma vez que o importante é a presença de Kant, o que denota o interesse nutrido por nossos pensadores em época tão matutina e não as possíveis e reais deturpações e incompreensões que o pensamento de Kant tenha sofrido no percurso desta viagem até a chegada em nossa “literatura nacional” (OLIVEIRA, 2006, p. 04).

Tratando-se de padre Diogo Antonio Feijó, Oliveira, da mesma forma que Antonio Paim e Miguel Reale, considera uma presença do pensamento kantiano nos Cadernos de filosofia. É deturpada pelas dificuldades apresentadas na interpretação do autor, proveniente do seu modo de estruturar suas idéias, associada às dificuldades de compreensão da própria língua alemã. Padre Diogo Antonio Feijó traz, nos seus Cadernos de filosofia, as primeiras perguntas contidas à página 639 da Crítica da razão pura: 1- que posso saber? 2- que devo fazer? 3- que me é permitido esperar? Bem como as categorias kantianas no lugar das categorias metafísicas, além de distanciar-se de Immanuel Kant no que toca a questões éticas e morais. Resta saber se, de fato, essas observações são verdadeiras, após a leitura e relação entre os escritos de Immanuel Kant e os Cadernos de filosofia.
Verifica-se também que não existe preocupação por parte de Silvério da Costa Oliveira com a qualidade da interpretação dos textos e sim com a presença dos textos. No entanto, se a apresentação do pensamento é deturpada, como pode ser considerado portador de indícios de um pensamento kantiano alguém que, de fato, independentemente da razão, não compreendeu o pensamento de Immanuel Kant?
O segundo momento da presença do pensamento kantiano no Brasil, segundo Oliveira, acontece a partir daquilo que a Escola do Recife representa, independentemente de uma interpretação correta ou não do pensamento de Immanuel Kant.

A Escola de Recife deve ser vista como um movimento iniciado por Tobias Barreto e que teve, dentre outros continuadores a: José da Pereira Graça Aranha, Artur Orlando, Clovis Beviláqua, Sílvio Romero e Virgílio de Sá Pereira. Não há um pensamento único e sim uma multiplicidade de desenvolvimentos e idéias, que, no entanto, parecem ter um núcleo comum em sua oposição ao dogmatismo do Positivismo e na aceitação parcial de uma Metafísica, que era inteiramente negada pelos positivistas e defendida por Barreto dentro de determinados parâmetros que Kant anteriormente havia assentado para a mesma (OLIVEIRA, 2006, p. 4).

A apreciação de Silvério da Costa Oliveira, seja do pensamento do padre Diogo Antonio Feijó, seja daquele de Tobias Barreto, sempre está relacionada à apresentação da história da filosofia no seu sentido horizontal. Na citação anterior, por exemplo, o kantismo, representado pela Escola de Recife, é apresentado como força contrária ao Positivismo de Augusto Comte.
Em uma das obras de Tobias Barreto, intitulada Deve a metafísica ser dada como morta? (1875), faz-se uma relação entre a metafísica dogmática pregada pela escolástica e a compreensão crítica de Immanuel Kant. Em 1883, apenas seis anos antes de falecer (1889), em 1883, Tobias Barreto toma conhecimento de Immanuel Kant, ficando difícil prever as conseqüências de uma relação mais aprofundada com os textos. O que se pode notar é que Tobias Barreto se entusiasma mais com a visão neokantiana da Filosofia, compreendida como epistemologia e não tanto como síntese, interpretação defendida por Artur Orlando (OLIVEIRA, 2006, p. 04).
Para Oliveira, a própria Escola do Recife traz diferentes compreensões da filosofia: Tobias Barreto a compreende como epistemologia, enquanto Artur Orlando a compreende como síntese. Eis outro risco que se corre quando as fontes são indiretas.
Marcada por períodos, a vida de Barreto, segundo Oliveira, aproximou-se das mais variadas teorias como o Ecletismo e o Espiritualismo (de Cousin), e parcialmente do Positivismo, do Monismo de Haeckel, para aproximar-se mais tarde, nos últimos anos de vida, de Immanuel Kant, na defesa da liberdade humana sem excluir certo grau de Determinismo, a partir dos textos de Ludwig Noiré (1829- 1889). Independentemente da qualidade da tradução dos textos de Noiré, não se pode negar a simpatia de Barreto por eles, a fim de reforçar a oposição ao pensamento positivista no Brasil em seus aspectos mais radicais e dogmáticos. E tal aproximação assim é narrada:

Barreto toma contacto mais profundo com Kant por volta de 1886 por intermédio dos escritos de Noiré e passa a substituir a Haeckel por Kant na sua crítica aos excessos do Positivismo e defesa da Filosofia e Metafísica dentro de limites, os quais afastavam o delírio dos metafísicos dogmáticos e ao mesmo tempo defendiam contra os positivistas a existência de uma Metafísica dos fundamentos epistemológicos das ciências e que subjaz em cada hipótese dita científica. Uma metafísica dentro dos limites kantianos e que bem poderia ser chamada de meta-empiria (OLIVEIRA, 2006, p. 05).

Interroga-se, porém: como pôde Tobias Barreto ter um contato mais profundo com Immanuel Kant, por intermédio de Noiré? O contato mais profundo só poderia ocorrer com o próprio texto de Immanuel Kant e não com um de seus divulgadores. Clara, porém, permanece a opção de Tobias Barreto pelo pensamento kantiano contra as idéias positivistas que negavam fundamento metafísico para a compreensão da realidade. Verifica-se que a interpretação que deram aos motivos nacionais apresenta o padre Diogo Antonio Feijó e Tobias Barreto como protagonistas de dois momentos do pensamento de Immanuel Kant no século XIX. O filósofo alemão é interpretado por pensadores franceses com deturpações, para depois ser “compreendido” pelas demais nações, que possuíam em comum a busca pelos fundamentos de um pensamento liberal.
O Immanuel Kant do padre Diogo Antonio Feijó insere-se num momento histórico de profunda crise da Filosofia e do sistema ético e político, baseados na Escolástica. Esta crise, no tocante à península Ibérica, se dá, como vemos, em período tardio. Também de acordo com Antonio Paim, em História das idéias filosóficas no Brasil, p. 343, devemos destacar que existe uma insatisfação com o Empirismo Mitigado a que tinha sido reduzido o pensamento de Antonio Genovesi na metrópole portuguesa e no Brasil. As categorias de Aristóteles são substituídas pelas de Immanuel Kant e passam a representar momentos do saber. Apesar das deturpações impostas, a presença de Immanuel Kant tende a motivar o afastamento da Escolástica e a aproximação das idéias liberais (OLIVEIRA, 2006, p. 7).
Tratando-se de Tobias Barreto, assinala o autor:

...o problema é outro, não se trata mais de acalentar idéias liberais ou de propiciar um afastamento da tradição escolástica em crise tardia na Península Ibérica e Brasil. Para Barreto, o problema é lutar contra uma Metafísica Dogmática empunhada pelo Ecletismo Espiritualista (Cousin) e defender a realidade e existência da Filosofia e da Metafísica Crítica... Barreto entende a Metafísica como dividida em duas, uma mais do que refutada que seria a Metafísica Dogmática, a qual havia sido refutada por Hume, Kant e Comte, e uma outra, que seria uma metafísica Crítica, ou meta-empiria, e que teria sido delineada pelo próprio Kant. Na verdade, todas as afirmações, teorias e hipóteses científicas possuem em certo grau toques de metafísica. Barreto, já numa última fase, caminha a par com Kant no sentido de ver a Filosofia como uma Epistemologia (OLIVEIRA, 2006, p. 7).

Pressupõe-se que a questão kantiana relativa aos escritos do padre Diogo Antonio Feijó se resume na substituição de uma escolástica decadente por um pensamento kantiano mais em conformidade com o momento histórico, enquanto que Tobias Barreto é diferente, porque ele luta contra a Metafísica Dogmática, empunhada pelo Ecletismo Espiritualista de Victor Cousin e a favor de uma Metafísica Crítica, segundo ele, delineada pelo próprio Immanuel Kant, com o qual passará a ver a filosofia como uma epistemologia. Mas será que o padre Diogo Antônio Feijó pode ter a compreensão de seus escritos a partir apenas de um contexto histórico e de um afastamento da Escolástica?
As preocupações de Tobias Barreto, para Oliveira, podem ser divididas em três temas: a) a luta contra o Espiritualismo Eclético; b) a luta contra os excessos do Positivismo; c) a defesa de um lugar presente para a indagação filosófica e a Metafísica Crítica, negada pelo Positivismo. No entanto, Tobias Barreto questiona a visão da Liberdade versus Determinismo. E se pergunta: como o Determinismo se apresenta no mundo físico e no mundo humano?

Barreto defenderá a liberdade como condição inerente ao Ser humano e para tal, exacerbará a diferença entre o mundo natural e físico e o mundo socio-cultural humano. Discordando de Rousseau, vê Barreto na natureza a fonte de todas as imoralidades, sendo a cultura que leva e retira o humano do estado de natureza, sendo a cultura a responsável por fazer o humano nobre, belo e portador de virtudes outras. A liberdade humana se dá por intermédio da cultura em sociedade, a qual diferencia o humano dos demais animais, pois este é capaz de evoluir e armazenar conhecimentos de geração para geração, tendo a sociedade um caráter de progresso e representando a cultura um fator de elevação e desenvolvimento do humano, suas aptidões e virtudes. A condição de liberdade do humano está intimamente associada ao processo cultural no qual está inserido e a sua consciência (OLIVEIRA, 2006, p. 8-9).

Tobias Barreto, para Oliveira, não só foi influenciado pelo pensamento Kantiano, como também soube diferenciar-se de outros pensadores europeus, como Rousseau, com o qual discorda, quando vê na natureza a fonte de todas as imoralidades, estado possível de ser reparado pela cultura e, pela cultura se evidencia a liberdade. É a cultura que tira o homem do estado de natureza para fazê-lo usufruir da liberdade. A condição de liberdade do ser humano está relacionada ao processo cultural em que se situa. Admite a existência de dois mundos: o mundo natural e físico e o sociocultural humano. Embora não se possa considerar Barreto como um kantiano, também não se pode deixar de considerar a presença das idéias kantianas no amadurecer de suas reflexões. O ser humano só pode ser vítima do Determinismo, possibilitado pela sua condição natural, se não se inserir na cultura, o que lhe possibilitará o exercício da liberdade.

De certo modo, como vimos, o pensamento de Kant penetrou em nossa terra e aqui fez raízes, ora mais superficiais e ora mais profundas, inserindo-se no contexto de uma literatura nacional, voltada para questões e problemas que se passavam na época no Brasil e não podendo, portanto, ser vistas descoladas das principais correntes de pensamento político que perpassavam o nosso país. Na verdade, menos que kantianos, tivemos pensadores que se utilizaram parcialmente do pensamento de Kant como base, da qual podiam argumentar e defender seus pontos de vista, seja contra a permanência de uma Escolástica já ultrapassada e de um governo monárquico que não se encaixava com o modelo liberal que proliferava em idéias ou na oposição a um Positivismo que não só negava a validade da Filosofia como em sua ingenuidade, proclamava-se contra toda e qualquer Metafísica (OLIVEIRA, 2006, p. 12).

Verifica-se, portanto, que a questão relacionada ao porquê da presença do pensamento kantiano em nosso meio, dá-se em duas frentes: a religiosa, a luta contra o pensamento escolástico; e política, representada pela luta contra um governo monárquico, contexto para o qual se deve prestar atenção, ao refletir sobre a presença do pensamento kantiano no Brasil do século XIX. Além de representar explicitamente o pensar filosófico de Tobias Barreto na luta contra o Positivismo que negava a validade da Filosofia, e reconhecendo-a como mera organizadora de conhecimentos possibilitados a partir da ciência contra qualquer Metafísica.
Na visão de Tobias Barreto, a Filosofia é encarada como ferramenta de transformação social e os resultados dela devem contribuir para a melhoria social. E quanto à sua função social, é inegável, mesmo consciente de que nem todos podem compreendê-la e refletir sobre os reais limites do conhecimento humano (OLIVEIRA, 2006, p. 13).
Percebe-se que Immanuel Kant vai muito além do Positivismo de Augusto Comte, dentro do ponto de vista epistemológico na medida em que questiona criticamente os limites de nosso conhecimento. Tobias Barreto entende que Immanuel Kant é um realista moderado e não um racionalista, enquanto para o Positivismo a razão se manifesta com total eficiência no desenvolvimento do pensamento científico, como auge após dois estágios (teológico e metafísico). Para Immanuel Kant, a razão questiona a si mesma, buscando seus limites e possibilidades na construção da experiência do real, garantindo a existência de uma metafísica crítica, defendendo a existência de juízos sintéticos a priori. Deixa questões relacionadas à fé, tais como Deus, a imortalidade e a liberdade para serem discutidas no âmbito da ação e da moral.

... Barreto deixa claro que a presença da Metafísica no conhecimento científico filosófico não é uma questão de opção e não pode a mesma ser expurgada como o queria A. Comte e o Positivismo. Existe uma necessidade intrínseca ao conhecimento que faz com que a Metafísica deva permanecer e não possa ser subtraída de nosso conhecimento. Para entender isto, é necessário argumentar dentro dos moldes da Crítica da Razão Pura de I. Kant (OLIVEIRA, 2006, p. 14).

Para Oliveira, não se pode considerar Barreto como kantiano. Uma vez que não procedeu a um aprofundamento filosófico das teses de David Hume e de Immanuel Kant, além das já mencionadas interpretações equivocadas. Em nenhum momento, desenvolveu a problemática da causalidade de David Hume até Immanuel Kant. Abordou os juízos sintéticos e analíticos e efetuou uma discussão sobre os juízos sintéticos a priori, o que remeteria à “revolução copernicana” efetuada por Immanuel Kant, quanto à relação objeto conhecido e o conhecedor. Quanto ao conceito de númeno e fenômeno em Immanuel Kant, e à sua conseqüência diante da Ciência e da aquisição de conhecimentos em geral, poderia desenvolver a questão referente à distância entre Immanuel Kant e Augusto Comte no tocante à Metafísica (OLIVEIRA, 2006, p. 15).

Enfim, Barreto não desenvolve estas e outras questões fundamentais, de forma que seu discurso mais se assemelha ao de um político querendo convencer uma multidão sobre seus pontos de vista do que o discurso de um filósofo, sempre metódico, cuidadoso e atento para expor, em pensamento coerente e bem fundamentado para um grupo seleto de leitores que utilizarão o mesmo para reflexão e crítica (OLIVEIRA, 2006, p. 15-16).

Oliveira acredita que, quanto à Crítica da razão prática (CRPr), Barreto lança as bases para o que se chama de terceiro momento do kantismo no Brasil, ou seja, a Escola Culturalista, desenvolvida e representada por Miguel Reale. Como Immanuel Kant se deparará com a questão moral após a Crítica da razão pura (CRP), desenvolve sua teoria na CRPr, sem contradizer as premissas apresentadas na CRP. Em outras palavras:

A razão pura se ocupará predominantemente de uma teoria do conhecimento, os limites e as possibilidades do ser cognocente, enquanto cabe a razão prática pôr este mesmo ser cognocente diante de si mesmo e de seus iguais numa situação social que obrigue por necessidade ética, um dado comportamento/atitude e não outra. É, portanto, desta necessidade ética, deste dever ético, que tratará a Crítica da Razão Prática, de forma que, pelo seu próprio tema, ganha primazia sobre a primeira, uma vez que a razão prática trata da própria vida e da forma de vivê-la, seja pelo humano ou pela sociedade em relações e inter-relações (OLIVEIRA, 2006, p. 17-18).

Assim, segundo Oliveira, liberdade humana e leis naturais vivem juntas sem que uma suprima a outra. Vinculada à cultura, a liberdade encontra nas leis naturais, espaço para se desenvolver. É pela cultura que o homem deixa seu estado selvagem e anímico, diferencia-se dos animais e garante sua liberdade.
Oliveira também expressa sua avaliação sobre o que até então foi dito a respeito de Barreto e o uso que ele faz da CRPr: na apreciação da CRPr de Immanuel Kant por Barreto, o precursor do Culturalismo se distancia mais do que realmente Immanuel Kant quis apresentar com sua tese do que com a apreciação sobre a CRP; tanto Kant quanto Barreto admitem certo paralelismo quanto à liberdade da condição humana se dar juntamente com um Determinismo, embora a argumentação de ambos para explicar tal realidade sigam por vias distintas; embora o Imperativo Categórico Kantiano não esteja presente em Barreto, percebe-se nele o enaltecimento da questão moral e ética (OLIVEIRA, 2006, p. 16-17).

O conflito ético em Barreto parece se dar no campo psicológico da consciência humana, em Kant, por sua vez, mais do que algo na esfera psicológica temos um remetimento direto a questão da verdade, pois o imperativo categórico persiste independente do que faça ou deixe de fazer tal indivíduo e mesmo que seus atos não impliquem qualquer conflito psicológico de fundo ético, poderá o mesmo ser errado e não condizente com postulados da razão pura prática. No entanto, parece-nos que em ambos é dada a liberdade para a decisão quanto ao proceder, independente dos valores infligidos (OLIVEIRA, 2006, p. 19).

Os valores são, de acordo com Barreto, associados à cultura e à sociedade em oposição à natureza, sem diferenciar Ética e Moral. Superficialidade e insight convivem juntos com Tobias Barreto. E uma profundidade filosófica que ultrapasse os limites impostos pela história cultural na qual ele está imerso deixa a desejar. Oliveira conclui:

Devemos salientar que do que foi exposto fica claro que a distância que separa Barreto da Crítica da Razão Prática é bem maior que a que lhe separa da Crítica da Razão Pura. A preocupação epistemológica, a não aceitação do dogmatismo e defesa de uma Filosofia e Metafísica Crítica e que propicie o confronto das idéias com a experiência, a crítica ao Positivismo e o reconhecimento de que a Metafísica nos acompanha sempre, seja na vida diária ou nas teorias ditas científicas, bem como a visão do tempo e espaço como algo interno ao indivíduo e não externo, a visão do mundo enquanto fenômenos são pontos que o aproximam da Crítica da Razão Pura. Liberdade coexistindo com Determinismo na vida humana é algo que nos lembra a Crítica da Razão Prática, bem como a valorização da problemática ética e moral, no entanto, neste ponto seu afastamento é bem maior do que qualquer possível aproximação (OLIVEIRA, 2006, p. 20).

Em outras palavras, pode-se afirmar que Tobias Barreto abstraiu de Immanuel Kant o que lhe possibilitava a luta contra uma metafísica dogmática e, por outro lado, afasta-se do pensador alemão no tocante às questões relacionadas à Crítica da razão prática. Não se pode considerar Tobias Barreto como 100% kantiano, como também não se pode desconsiderar a presença de uma influência kantiana no desenvolvimento de seu pensamento.
Analisada com atenção, a exposição de Oliveira sobre a presença do pensamento kantiano na formação cultural brasileira, por meio dos textos do padre Diogo Antonio Feijó e Tobias Barreto, respeita o modo de apresentação dos historiadores das idéias filosóficas no Brasil, o que Guéroult chamou de História Horizontal. Apresenta o contexto cultural como fio condutor das idéias que aqui se fizeram presentes, juntamente com os temas e problemas que dela fizeram parte. Subordina o desenvolvimento das idéias do padre Diogo Antonio Feijó ou de Tobias Barreto ao momento histórico sem questionar as razões pelas quais houve o distanciamento de um ou de outro do pensamento kantiano. Constata, por exemplo, o distanciamento do padre Diogo Antonio Feijó da teoria kantiana quanto às questões éticas e morais, mas não aprofunda a reflexão que faça compreender o que levou o padre a tamanho distanciamento. Mas deve-se considerar também que Oliveira deixa claro, logo no início de sua exposição, que seguirá a metodologia utilizada por Miguel Reale e Antonio Paim. Desse modo, torna-se difícil exigir um aprofundamento mais filosófico na apresentação dos dados que oferece a história sobre a presença do pensamento kantiano no Brasil do século XIX.

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OLIVEIRA, Silvério da Costa. Kantismo no Brasil: Tobias Barreto. In OLIVEIRA, Silvério da Costa. Reflexões filosóficas. Rio de Janeiro: [s.n.], 1997. 257p. Disponível em: http://www.sexodrogas.psc.br. Acesso em 15/07/2006, 00h03 min.

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

segunda-feira, 30 de março de 2009

Técnica de relaxamento mental para controle da ansiedade


Por: Silvério da Costa Oliveira.

----- Original Message -----
Subject: Informação
Estimado Prof. Dr. Silvério,
Sou dentista aqui no Rio Grande do Sul.
Tomo a liberdade de recorrer ao Senhor, uma vez que tem um amplo conhecimento. Desejo saber  se tem alguma técnica de relaxamento para controle da ansiedade que possa me sugerir. Se pode me colocar a par dos detalhes da mesma.
Fico muito agradecido pela sua atenção desejando  que, além de sua satisfação pessoal como escritor e consultor, tenha  satisfação e felicidade maiores ainda por melhorar a vida das pessoas.
Que o Pai Celestial continue iluminando o Senhor, com Muita Saúde e Paz.
Um grande e fraternal abraço, P.R.M. - dentista - RS.
P.R.M.

Comecemos indicando que P.R.M. efetue uma visita ao meu blog “Ser Escritor” www.doutorsilverio.blogspot.com e leia os textos sobre o marcador “Sucesso e auto-ajuda”, bem como, que visite o meu site onde deixei de minha autoria e no formato PDF livros e quatro catálogos bibliográficos. Indico também que compre e leia meu livro “Vencer é ser feliz: A estrada do sucesso e da felicidade”, em particular o capítulo 8 “O governante de seu mundo”.
A ansiedade é uma forma de medo. Em verdade, temos um sentimento muito parecido em suas relações emocionais e físicas cujas leves nuances recebem nomes diferentes por quem de fato estuda o assunto. Apesar de semelhantes nos seus sintomas fisiológicos e cognitivo-emocionais, podemos distinguir o susto da ansiedade, do medo e da angústia.
O bebe humano durante seu primeiro mês e início de sua vida só é capaz de apresentar uma reação protetora reflexa, inata e pré-emocional de susto diante de um estímulo aversivo qualquer, como, por exemplo, um som muito forte. Posteriormente o ser humano desenvolve a capacidade de sentir ansiedade, ou seja, uma resposta emocional difusa e indiferenciada diante de um dado estímulo aversivo. Em um terceiro momento desenvolvemos a capacidade de sentir medo e por último a capacidade de vivenciar a angústia.
O medo ocorre diante de um estímulo específico e diferenciado. Se você está caminhando por uma rua escura e tem receio de ser molestado por um possível agressor, neste caso você sente ansiedade, pois, não há visível agressor algum e somente uma vaga possibilidade disto ocorrer, no entanto, se a pessoa se depara com um assaltante armado diante dela, aí sim ela sente medo, sentimento este também presente quando diante de um animal selvagem ou feroz que ameaça nossa segurança e integridade física.
Tanto seres humanos como também outros animais sentem ansiedade e medo, mas somente o ser humano é capaz de sentir angústia. Não entrarei em maiores pormenores quanto à angústia, pois, seu desenvolvimento aqui faria com que este post ficasse muito longo, uma vez que teria de explicar questões filosóficas que envolvem o pensamento de Kierkegaard, Heidegger, Sartre, Sigmund Freud e Rollo May dentre outros.
Em nossa cultura as pessoas e a mídia confundem com facilidade o termo ansiedade com o termo expectativa. O que as pessoas em geral chamam de ansiedade em nada tem a ver com o sentimento de medo e sim com expectativa diante da ocorrência ou não de algo. Como profissional, entendo que este uso do termo ansiedade, se bem que aceito culturalmente e freqüente em nosso dia-a-dia, é um uso incorreto que confunde indevidamente dois termos distintos. Quando falo em ansiedade penso em mudanças fisiológicas, emocionais, cognitivas e comportamentais semelhantes às ocorridas diante do sentimento de medo, quando falo em expectativa penso em algo bem diferente.
Penso que P.R.M. poderá encontrar um bom aliado no Método Silva de Controle Mental que aborda técnicas de meditação apropriadas para nosso modo de vida moderno dentro do corre-corre de nossos mega centros urbanos.
P.R.M. busca uma técnica de relaxamento para controle da ansiedade e com este fim específico sugiro o uso da meditação, para tal, no entanto, há necessidade de aprender a entrar em um estado alfa onde o número de impulsos elétricos (ondas cerebrais) emitidos pelo cérebro oscile entre sete e quatorze ciclos por segundo.
Nos primeiros 10 dias, encontre um lugar sossegado onde possa estar por cerca de 20 a 30 minutos, afrouxe as roupas de modo a não ter nada em seu corpo lhe incomodando, desligue aparelhos eletrônicos que possam interferir com sua meditação (despertadores, tv, rádios, computadores, telefones, etc.) chamando-lhe a atenção para outro assunto. Feche os olhos. Relaxe todo o seu corpo parte por parte. Para ter certeza que está com toda a musculatura relaxada, primeiro contraia ao máximo um grupo de músculos e sinta como é tê-los contraídos, depois procure relaxar. Faça isto com as pernas, braços, pescoço, abdômen, cabeça e face, etc.
Conte três vezes bem lentamente o número três e depois o faça para o número dois e por fim para o número um (3 – 3 – 3 – 2 – 2 – 2 – 1 – 1 – 1) em seguida conte pausadamente de 100 a um. Pronto, você chegou em alfa, agora diga coisas boas e positivas para você mesmo, programe-se que nem fazemos com um computador utilizando sua linguagem. Diga que está feliz, em paz, com calma e tranqüilidade, que tudo corre bem, etc. Neste espaço cognitivo-emocional você pode programar coisas boas para sua vida que irão se transformar em sua realidade presente e futura. Após alguns minutos retorne ao seu estado normal contando pausadamente de um a cinco. Entre cada número forneça sugestões para si-próprio de que quando abrir os olhos tudo estará bem e maravilhoso consigo em todos os aspectos físicos e emocionais. Faça 10 dias a contagem de 100, depois nos próximos 10 dias reduza para 50, novamente após dez dias reduza para 25 a um, depois mais 10 dias contando de 10 a um e por fim 10 dias contando de cinco a um. Com a prática constante, bastará contar de três a um para entrar em alfa. Além disto, há a possibilidade de se programar para entrar imediatamente em alfa bastando juntar os dedos de uma das mãos ou outro sinal discreto.
Permaneça por pelo menos 15 minutos diários neste estado e sem interrupções externas, procurando sempre estabelecer um total relaxamento muscular e conforto físico antes de começar. O ideal é que seja realizado três vezes ao dia por 15 minutos cada, pela manhã ao levantar, após o almoço e a noite ao deitar.
Maiores detalhes podem ser obtidos pela leitura de meus livros sobre o tema do sucesso e auto-ajuda. Esta técnica aqui descrita permitirá obter um maior controle sobre seu próprio corpo, suas emoções, comportamento, atitudes e modo de pensar, proporcionando resultados positivos dentro da programação efetuada diariamente.

PERGUNTA: Você consegue relaxar com facilidade ou conhece alguma técnica específica para tal?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

sábado, 28 de março de 2009

Lesbianismo e adolescência


Por: Silvério da Costa Oliveira.

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Subject: Lesbianismo na adolescência
Antes de mais nada boa tarde! Estava pesquisando sobre o assunto no qual me refiro acima e deparei com você através do google. Sou mãe de uma adolescente de 17 anos e desde os 15 ela se encontra numa fase (espero que seja uma fase) lésbica. Sei que não devo pedir ajuda desta forma, mas você pode me orientar no sentido de adquirir um livro seu que aborde este assunto. Sei também que não poderei ir até aí, pois moro em São Paulo. Agradeço sua atenção e peço desculpas pela liberdade que tomei. Na verdade não sei mais o que fazer, estou desesperada.
L.

Comecemos por encaminhar L. para uma visita ao meu blog “Ser Escritor” www.doutorsilverio.blogspot.com onde poderá encontrar diversos textos sobre sexualidade e homossexualismo a partir dos marcadores ali disponíveis, bem como, uma visita ao meu site onde disponibilizei livros e quatro catálogos bibliográficos de minha autoria, todos no formato PDF. Recomendo em particular o “Catálogo bibliográfico sobre sexo” e os livros “Sexo, sexualidade e sociedade” e “Falando sobre sexo”.
Para início de conversa, cabe frisar que o homossexualismo, seja este masculino ou feminino, não é visto pelos profissionais de saúde como algo doentio ou anormal, não sendo portanto passível de tratamento. Politicamente o homossexualismo é encarado como uma escolha, uma opção sexual feita pelo indivíduo que se assume dentro de sua verdadeira identidade, no entanto, como psicólogo devo afirmar que sem negar a possibilidade de escolha, a coisa é de fato mais profunda, uma vez que a sexualidade do indivíduo se molda nos primeiros seis anos de sua vida.
A adolescência, no entanto, é uma fase de descobertas e novidades e não necessariamente experiências sexuais homossexuais nesta fase farão com que o sujeito em sua vida adulta opte preferencialmente por um comportamento homossexual. Não podemos descartar a possibilidade de ser algo passageiro, como muitas outras coisas na vida do adolescente.
Muitas mulheres em sua vida adulta se casam ou mantêm um relacionamento estável com um homem e paralelamente, muitas vezes com o consentimento e até mesmo incentivo deste homem, mantém relações sexuais com outras mulheres. Esta situação é muito bem explorada pelos filmes eróticos e pornô heterossexuais, onde apesar da ausência de relações sexuais homossexuais masculinas é bem comum e usual mulheres mantendo relações sexuais. Também em nossa sociedade o crescimento de casais que praticam o swing ou troca de casais em clubes específicos para tal finalidade ou por meio de anúncios em revistas ou sites na Internet abre espaço para que mulheres casadas ou com relacionamentos estáveis pratiquem sexo com outras mulheres. A nossa sociedade vem demonstrando uma maior aceitação pelo homossexualismo feminino, desde que este não se mantenha como comportamento exclusivo e excludente de relações sexuais heterossexuais.
Eu sugiro informação de boa qualidade para os pais e para os filhos sobre a sexualidade e a possibilidade de um acompanhamento por um psicoterapeuta, veja bem, não se trata aqui de qualquer tentativa infrutífera de curar a homossexualidade, não é este o caso, refiro-me unicamente a este psicoterapeuta ajudar no encontro de sua verdadeira identidade, proporcionando instrumentos para uma busca interior, maior compreensão de si-mesmo e um amadurecimento diante das realidades da vida.
Claro que os pais querem o melhor para seus filhos e gostariam que estes fossem iguais a eles ou que prosseguissem no caminho que os pais não puderam a sua época trilhar. Muitas vezes os filhos são vistos como apêndices dos pais, que projetam neles o futuro que estes gostariam de ter vivido em suas próprias vidas, no entanto, cabe respeitar a unicidade do indivíduo, pois, cada pessoa é única em seus pensamentos e sentimentos, em seus desejos e fantasias. A melhor atitude é a de respeito pela individualidade do outro, procuremos ajudar informando e orientando, mas jamais tomando arbitrariamente decisões que não nos competem. Como pais devemos ser sábios o suficiente para sabermos o que podemos mudar e o que não podemos, até onde cabe a nossa intervenção e até onde estamos abusando e invadindo a privacidade e individualidade de nossos filhos. Aos pais cabe serem educadores, mas também cabe uma atitude respeitosa diante do outro.

PERGUNTA: O que você pensa ou já vivenciou sobre fases e interesses sexuais na vida de adolescentes?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

sexta-feira, 27 de março de 2009

Prostituição homossexual em adolescentes de Manaus


Por: Silvério da Costa Oliveira.

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Subject: Busco bibliografia
Olá, Dr. Silvério!
Sou estudante finalista do curso de Psicologia, do Centro Universitário Nilton Lins - Manaus. Estou procurando livros, artigos e outros, para referencial teórico de meu projeto de TCC, cujo meu tema é Adolescência - homossexualidade segura longe da prostituição, em que, minha delimitação é focar nos adolescentes masculinos homossexuais, na faixa etária de 12 à 17 anos que se prostituem em locais específicos em Manaus. Pois bem, estou sentindo dificuldade de encontrar autores que falam especificamente de prostituição na adolescência voltado mais para o público homossexual. Já encontrei vários artigos, até mesmo livros que abordam a prosituição na adolescência, mas, nada direcionado para a prostituição de adolescentes homossexuais.
Caso o senhor tenha algum referencial bibliográfico a respeito  teria condições de me indicar?
Agradeço desde já por sua atenção em ler meu e-mail.
Um grande abraço.
A.P.

Vamos começar encaminhando A.P. para uma visita ao meu blog “Ser Escritor” www.doutorsilverio.blogspot.com e também para meu site onde encontrará em PDF e de minha autoria livros e quatro catálogos bibliográficos. Sugiro em particular o “Catálogo bibliográfico sobre sexo” e os livros “Sexo sexualidade e sociedade” e “Falando sobre sexo”.
No caso específico do trabalho que A.P. está se propondo a desenvolver, sugiro um enfoque direcionado aos adolescentes masculinos que se prostituem na cidade de Manaus – AM por meio inicialmente de entrevistas abertas e gravadas com o consentimento da pessoa que está sendo entrevistada. Posteriormente, havendo alguns questionamentos específicos, pode-se desenvolver um questionário a ser aplicado como instrumento neste grupo de trabalho, no entanto, volto a frisar que em um primeiro momento me utilizaria unicamente de entrevistas abertas, onde o sujeito é convidado a falar sobre determinado tema sem ser cerceado ou limitado por perguntas específicas ou tempo disponível. Seria interessante, também, ouvir o lado dos clientes e de profissionais que atuam na prevenção, repressão e no combate deste tipo de exploração de menores.
Existem quatro modalidades possíveis de prostituição, a saber:
1-     Prostituição heterossexual na qual a pessoa que vende o serviço é uma mulher e quem compra um homem.
2-     Prostituição heterossexual na qual a pessoa que vende o serviço é um homem e quem compra uma mulher.
3-     Prostituição homossexual masculina
4-     Prostituição homossexual feminina
Já quanto ao homossexualismo, temos que é incorreto utilizar o termo para se referir a pessoas, pois, apesar da aceitação popular da expressão, em verdade não existe a pessoa homossexual ou a pessoa heterossexual e sim comportamentos homossexuais e comportamentos heterossexuais, sendo que uma mesma pessoa pode desempenhar ambos comportamentos em momentos distintos de sua vida.
Cabe deixar bem claro que atualmente pela psicologia e medicina o homossexualismo não é considerado doença ou anormalidade, não sendo, portanto, correto o seu tratamento, procedimento este que pode demonstrar falta de ética profissional e mesmo charlatanismo.
Já quanto à prostituição, pelo atual ordenamento jurídico brasileiro o seu exercício não é considerado crime ou qualquer tipo de infração, sendo punidos somente os agenciadores, que são considerados exploradores da prostituição para fins de lucro pessoal em cima de terceiros. Aquele que se prostitui, no Brasil, seria considerado, no máximo, como vítima. O cliente também não infringe norma alguma, não cometendo qualquer tipo de delito ou crime. Somente em se tratando de prostituição com menor de idade (criança e adolescente) é que o cliente é visto como praticando um ato punível pela lei.
A opção sexual é algo que se forma desde cedo e o tesão que a pessoa sente por este ou aquele sexo ou por esta ou aquela outra modalidade sexual tende a ser formada ainda nos primeiro seis anos de sua vida. A prostituição é uma alternativa para ganhar dinheiro, no entanto, penso ser incorreto acreditar que as pessoas se prostituem unicamente por razões econômicas ou prioritariamente em razão delas. Em verdade, ninguém faz ou deixa de fazer alguma coisa sem ter alguma motivação fundamental que transita em suas origens e desenvolvimento bio-psico-social, ou seja, o desejo está presente, mesmo que mascarado, por traz de toda atuação humana, seja esta qual for. Como seres pensantes e desejantes que somos, nossa fantasia ultrapassa qualquer tentativa de delimitação.
No comércio sexual existe bem mais do que razões meramente financeiras ou econômicas. Tanto por parte do cliente, como também por parte de quem se oferece a este comércio existe toda uma gama de fantasias e desejos, muitos dos quais desconhecidos dos próprios que os possuem. O ser humano é uma criatura deveras complexa e como tal deve ser pensado.
O fato da prostituição em causa envolver menores, sejam estes crianças ou adolescentes, traz a baila um agravante, pois, o cliente está sujeito aos rigores da lei e esta criança e/ou adolescente deve ser amparado pela sua família, pela sociedade, pelo Estado e pela Lei no sentido de resguardar sua pessoa e seu desenvolvimento integral, bio-psico-social, e sua formação plena, incluído aqui sua educação pelo sistema formal de ensino.

PERGUNTA: Amigo leitor, que outra informação você poderia acrescentar ao desenvolvimento deste tema? Qual a sua experiência ou opiniões sobre a prostituição homossexual exercida por adolescentes masculinos?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

quarta-feira, 25 de março de 2009

O que leva adolescentes a usarem drogas?


Por: Silvério da Costa Oliveira.

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Subject: AJUDA SOBRE MONOGRAFIA TEMA DROGAS
OI SILVÉRIO TUDO BEM. EU SOU ALUNA DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL DO 7ª PERIODO E ESTOU FAZENDO MINHA MONOGRAFIA SOBRE "DROGAS" O QUE LEVA ADOLESCENTES A USAREM DROGAS.
LENDO ALGUNS DE SEUS LIVROS PUDE ENCONTRAR MUITAS RESPOSTAS, MAS GOSTARIA SE POSSIVEL DE OBTER MAIS AJUDA SUA EM RELAÇAO AO MEU TEMA.
OBRIGADA.
A.A.

Convido A.A. para visitar meu blog “Ser Escritor” www.doutorsilverio.blogspot.com e meu site. Em meu site encontrará livros e quatro catálogos bibliográficos no formato PDF, todos de minha autoria e disponíveis para download. Sugiro a A.A. que vá ao marcador “Drogas” em meu blog para ler os artigos ali disponíveis, bem como, baixe em meu site o “Catálogo bibliográfico sobre drogas” e o livro “Falando sobre drogas”.
A infância e a vida adulta são bem marcadas por fatos sociais, uma criança é uma criança e um adulto é um adulto. Em tribos onde não predomina a nossa moderna cultura tecnológica, vemos em estudos antropológicos que o indivíduo prossegue sua vida como criança até um determinado ritual de passagem, após o qual passa a ser visto por todos da tribo como um membro adulto.
A nossa sociedade enfraqueceu os rituais de passagem e criou a categoria de adolescente, este limbo onde a pessoa não é mais criança e ainda não é adulto, trata-se de uma terra de ninguém cujos limites inferior e superior não são bem definidos. O dito adolescente é tratado pela sociedade como criança para algumas coisas e como adulto para outras coisas, de modo que se cria confusão no tocante a qual categoria o indivíduo pertence.
Trata-se de uma fase de mudanças que vão desde o surgimento de barba e pelos pelo corpo, mudança de voz e primeiras ereções nos meninos ou o crescimento das mamas (seios) e primeira menstruação (menarca) nas meninas. Além das mudanças físicas, registramos mudanças na esfera social. Mudanças geram estresse e insegurança diante do novo, este processo tende a ter como resultado um aumento da ansiedade, que é uma modalidade de medo na qual não temos a presença do objeto ameaçador, trata-se de um sentimento disperso que não encontra acolhida em um objeto ameaçador específico.
Muitas vezes os vínculos sociais e familiares são fracos e isto somado a ausência de fortes e bem definidos rituais de passagem tornam o adolescente um alvo fácil para qualquer coisa que lhe traga a sensação, mesmo que falsa e pueril, de segurança e identidade própria.
A busca pela droga acaba sendo a busca pela identidade perdida e ainda não reencontrada. A droga proporciona um vínculo social na ausência de outros vínculos adequadamente estruturados. Cabe também destacar que o adolescente proveniente de uma família que possua uma estrutura doentia de dependência tende a reproduzir esta estrutura doentia em sua vida.
Ao analisarmos com mais atenção a família do drogadicto vemos que o mecanismo da dependência está presente. Ou os pais usam drogas ilícitas ou usam drogas lícitas. Não há necessidade do pai ou da mãe usarem drogas tais como maconha, cocaína ou heroína, pois o mecanismo doentio da dependência e o maléfico exemplo se dá pelo uso do cigarro ou de tranqüilizantes ou de qualquer droga que seja usada para artificialmente tornar a vida mais suportável ou criar uma sensação momentânea de felicidade e completude.
Na cabeça do adolescente, como se justifica os pais implicarem com seu “baseado” (cigarro de maconha) se o pai fuma cigarros e este sabe que a nicotina presente no tabaco é uma droga cancerígena e mortífera, ou se este vê a mãe usar freqüentemente tranqüilizantes para poder dormir ou para poder viver uma vida insípida que não lhe dá mais prazer?
Quando se vê pessoas exemplo se segurarem em soluções mágico-onipotentes para manterem um relacionamento afetivo-sexual que já acabou, ou para continuarem em uma profissão ou trabalho que verdadeiramente detestam quando não odeiam, ou para suportarem relações familiares realmente conflituosas, aprendemos que para tudo na vida, quando enfrentamos algum problema ou situação difícil que gere angústia ou ansiedade, há uma solução externa pronta para ser usada, algo mágico e onipotente que pode ser transformador de nossas vidas. Eis o mecanismo doentio da dependência.
Acrescente-se a tudo o que já foi dito que a dependência, seja esta qual for (drogas, trabalho, sexo, jogo, etc.), está vinculada a um TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo, no qual o prazer se dá pela repetição infindável de determinado comportamento, em verdade, não se trata bem de prazer e sim de necessidade de repetição de algo.
Algumas pessoas não usam drogas lícitas ou ilícitas, no entanto, demonstram forte dependência diante do jogo, do sexo compulsivo, de suas relações de trabalho. A dependência apresenta-se como um comportamento compulsivo que busca em algo externo ao indivíduo o toque mágico que tudo transforma. Soluções mágicas e onipotentes são mecanismos infantis de resolução de situações vividas e estão profundamente presentes no mecanismo do uso e abuso de drogas.
Diante deste quadro, não é de se estranhar que as drogas, sejam estas lícitas ou ilícitas, encontrem boa acolhida entre o público adolescente. Para mudar este quadro, precisamos mudar as bases em que se assenta a nossa atual sociedade, incluindo aqui os programas televisivos e a mídia em geral que passam constantemente a falsa idéia de que para qualquer problema na vida há uma solução pronta, enlatada, que pode ser usada para sanar o problema.
Direta ou indiretamente a mídia vende a idéia de que existem soluções mágico-onipotentes para tudo, não havendo necessidade de reflexão ou busca interior, voltar-se para dentro é visto como algo ruim e prejudicial, como perda de tempo. Tempo este que é visto como algo precioso e escasso que deve ser queimado o mais brevemente possível fazendo tudo o que se pode na curta vida que temos onde somente o que importa é a questão material, o uso abusivo do verbo “ter” em detrimento do verbo “ser”. Que os culpados vistam a carapuça, mas não culpem sem primeiro assumirem suas próprias responsabilidades.

PERGUNTA: Em sua opinião, o que leva o adolescente ao mundo das drogas?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

segunda-feira, 23 de março de 2009

Ejaculação precoce


Por: Silvério da Costa Oliveira.

----- Original Message -----
Subject: Ajuda
Bom dia, Dr. Silvério.
Numa busca pela internet, achei um site com uma reportagem do senhor falando sobre ejaculação precoce.
Minha busca se deu pois sofro desse mal. Tenho 27 anos e tenho relações sexuais há 7 anos, com a minha primeira namorada.
Após 6 anos de relacionamento, terminamos e, logo após, fiquei com uma pessoa com quem tive 2 relações. Após alguns meses sem ninguém, iniciei um novo relacionamento, que já tem quase 1 ano. Desde o início da minha sexualidade sofro com a ejaculação precoce. Porém, somente nesse último relacionamento resolvi buscar algum tratamento, pois no anterior, por mais que me incomodasse, no final minha parceira acabava tendo orgasmo e a relação "satisfazia" a ambos. Porém, agora, num relacionamento com uma pessoa mais experiente, esse problema vem vindo a tona e está destruuindo o nosso relacionamento. Acho que ela já teve paciência até demais, pois há quase 1 ano isso vem acontecendo conosco. Porém, ultimamente, a paciência dela com essa situação vem acabando. Há mais de 1 mês não temos relação sexual, pois sempre que vamos tentar acabo gozando antes mesmo da penetração. Nosso relacionamento está por um fio. Nos gostamos, no início nos amávamos como verdadeiros amantes.
Sofria com a ejaculação precoce sim, mas, ao começarmos as preliminares, eu ejaculava e logo depois, coisa de 5 minutos depois, já tinha ereção novamente, e a relação sexual prosseguia normalmente, satisfazendo a ambos.
Como esse fato incomodava a ambos (a primeira ejaculação sempre era antes da penetração), procurei o Boston Medical Group, onde acabei me decepcionando, pois achei que aquilo era uma máquina de ganhar dinheiro. Resolvi, então procurar terapia. Já estou há 9 meses fazendo, aliado a acumpuntura, e os resultados tem sido desastrosos!!! Só de beijar minha namorada eu já ejaculo, e, depois, não consigo mais ter ereção, como antes. Isso me frustra, frustra a ela, e SEMPRE discutimos, pensamos em terminar, mas resolvemos sempre passar uma borracha e tentar recomeçar tudo de novo. Porém a situação está ficando insustentável!!
Gostaria de uma ajuda do senhor.
Obrigado,
M.M.

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Subject: Re: Ajuda
Dr. Silvério, muito obrigado pela sua atenção.
Fiz alguns exames, e tenho uma certa sensibilidade no pênis. O urologista receitou uma pomada anestésica, a ser aplicada antes da relação, mas, mesmo assim, ainda tive a primeira ejaculação precoce. Porém, devido a mais uma vez isso ter acontecido, eu e minha namorada discutimos, pois já temos um relacionamento de quase 1 ano e durante todo esse tempo isto vem acontecendo. Quanto a sensibilidade, farei a cirurgia de circuncisão no próximo mês, o que pode ajudar um pouco, mas, visto que mesmo com a pomada eu tive a ejaculação precoce, ficou claro para mim que grande parte disso se deve a fatores psicológicos que, mesmo após 9 meses de terapia (psicoterapia e corporal) ainda não descobri o que é. Inclusive já tentei me masturbar escondido da minha namorada, antes da relação, mas ao iniciarmos as preliminares, a ejaculação precoce acontece. Ou seja, é na primeira vez que vou ter relação e não na primeira ejaculação.
O senhor teria algum psicoterapeuta voltado a essa área para me indicar? O senhor atende esses casos? Em quanto tempo o senhor acha que posso me livrar desse problema? Preciso salvar o meu relacionamento!!! E isso está acabando com ele.
Um grande abraço e muito obrigado pela sua ajuda!!
M.M.

----- Original Message -----
Subject: Re: Tudo na vida tem solução!
Caro Dr. Silvério,
Poderíamos marcar uma entrevista então na semana que vem?
Seria possível eu continuar na minha terapia abordando as outras questões que ainda tenho (família, trabalho, etc) e fazer essa terapia voltada para a área sexual com o senhor? Como seria/ Minha parceira teria que ir junto?
Como lhe falei, quero resolver logo (o logo é maneira de expressão, pois, como lhe falei, estou há 1 ano tentando resolver isso), para tentar salvar o meu relacionamento. Minha parceira me cobra uma relação sexual, que não temos há mais de 1 mês, e isso vem desgastando o nosso relacionamento.
Por favor, me ajude!!!
Um grande abraço e obrigado por tudo,
M.M.
P.S: Não consigo acessar o blogo no campo sexo, quando clico cai sempre no transexualismo.

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Subject: Re: Tudo na vida tem solução!
Dr. Silvério,
O senhor acha melhor mesmo só começar depois da cirurgia? Como lhe falei, meu urologista me receitou uma pomada (emla - anestésico) para ser passada no pênis antes da relação sexual, até a cirurgia. Mas, como lhe falei, na última vez em que tentamos ter relação (no fim de semana) passei pela primeira vez a pomada e, achando que não ia ter ejaculação precoce, ao começar a beijar e acariciar minha namorada, comecei a ejacular, mesmo não tendo nenhum contato dela e nem de nada com o meu pênis. Por isso é que fiquei preocupado e acho que a causa principal não seja o fator físico.
Eu só vou poder fazer a cirurgia em março / abril, pois logo depois do carnaval vou precisar fazer uma outra cirurgia (plástica - para correção de ginecomastia). Por isso que eu estou preocupado.
Já tinha comentado com o meu terapeuta sobre o assunto. Ele acha que o meu problema maior é que eu aprendo a conviver com os meus problemas (e esse é mais um deles) e que eu teria que aprender a conviver sem eles, ou seja, tomar uma atitude para que eu resolva aquilo que me incomoda.
Mais uma vez muito obrigado pela ajuda.
Forte abraço,
M.M.

Sugiro uma visita ao meu site onde deixei no formato livro eletrônico, em PDF, livros e 4 catálogos bibliográficos de minha autoria. Sugiro em particular o "Catálogo bibliográfico sobre sexo",  e os livros "Sexo, sexualidade e sociedade" e "Falando sobre sexo". Cabe também a visita ao meu blog "Ser Escritor" www.doutorsilverio.blogspot.com e clicar nos marcadores "sexo" para ler todos os posts sobre o tema.
Sugiro fazer todos os exames médicos, procure um médico urologista. Procure também um psicólogo clínico que trabalhe na área específica da sexualidade humana e tenha como abordagem a Psicologia Comportamental Cognitiva.
Se você consegue ter uma segunda ereção e ejaculação com maior controle, pode se masturbar antes de encontrar com sua parceira e sem que esta o saiba. Aliás, a masturbação é muito importante para melhor conhecer o próprio corpo e ganhar maior controle sobre suas sensações e sobre seu orgasmo.
Existem técnicas que podem ser usadas para o casal conseguir se entender sexualmente, mas isto significa que você teria de ter uma parceira e um local para ficar a vontade e sem roupas com ela. Um psicoterapeuta comportamental cognitivo especialista na área da sexualidade poderá passar uma seqüência de exercícios para o casal fazer, exercícios que vão desde o ficar nus juntos somente se olhando ou posteriormente tocando o corpo do outro, mas evitando as áreas genitais e assim por diante até que ao final de alguns dias de exercícios sem tentativas de manter relação sexual, passamos para a relação propriamente dita.
Ensina-se a mulher como pressionar a cabeça do pênis com os dedos de modo a evitar e retardar a ejaculação. Como já disse, há várias técnicas a serem aprendidas. Tem tratamento e tem cura. Coloquei-me a disposição de M.M. para o que mais pudesse ajudá-lo.
Vamos por etapas, está bem?
Primeiro: sugiro a M.M. que vá ao meu site e baixe os livros que lhe indiquei, em seguida vá ao meu blog www.doutorsilverio.blogspot.com e clique em marcadores "sexo" para ler os posts sobre tal tema.
Segundo: mesmo não tendo funcionado, a idéia da masturbação antes do ato é boa. Pela masturbação você também pode conhecer melhor seu corpo e como controlar seu orgasmo.
Terceiro: a cirurgia irá com certeza diminuir em muito a sensibilidade e é uma excelente escolha de seu médico. Se você fez todos os exames e está tudo correto menos este detalhe da cirurgia, cabe resolver isto imediatamente e depois passarmos para a psicoterapia. Minha sugestão é faça a cirurgia já. Deixe a psicoterapia para após a recuperação da cirurgia, o que é bem rápido, afinal, não concebo este tipo de psicoterapia sem exercícios práticos e você não terá como fazê-los com sua mulher adequadamente antes de se recuperar desta pequena cirurgia, não vale a pena começar algo para interromper um mês depois.
Quarto: converse com seu psicoterapeuta e pergunte qual a sua formação acadêmica, se este é psicólogo, psiquiatra ou o que seja (há mesmo quem seja formado em coisas que nada tem a ver com o assunto e esteja clinicando, como, por exemplo, administradores, contadores, etc., mesmo sendo ilegal). Sugiro fazer psicoterapia com um psicólogo formado. Depois de esclarecer qual a formação de base da pessoa, pergunte e anote para pesquisar na Internet, qual a linha ou abordagem que este segue. Eu sugiro você procurar um psicoterapeuta que atenda aos seguintes requisitos:
1- Psicólogo formado
2- Especialista na área da sexualidade
3- (linha ou abordagem) Psicologia Comportamental Cognitiva.
Quinto: claro que posso lhe atender, mas não seria ético de minha parte "roubar" o cliente de um colega regularmente inscrito no Conselho (Conselho Regional de Psicologia - CRP). Converse com seu psicoterapeuta e pesquise na Internet sobre  que lhe falei e depois voltamos a conversar.
Sexto: Você tendo uma companheira para praticar exercícios sexuais, um lugar próprio para ficar a vontade com esta mulher, um atendimento clínico semanal e seguir todas as orientações do psicoterapeuta sobre os exercícios que deve fazer com sua parceira, penso que em algumas semanas resolve, no máximo poucos meses.
Entenda, antes de ser emocional, trata-se de uma aprendizagem equivocada, você aprendeu a ejacular antes do tempo e agora deve aprender a se controlar, só isto! Não importa as causas que possam estar presas a sua infância com seus pais, o que importa mesmo é hoje você se deitar com uma mulher e controlar o tempo de sua ejaculação o suficiente para agradar a ambos e isto pode ser conseguido em algumas semanas com o treinamento adequado. Claro que irá ser um tempo que poderá variar de uma pessoa para outra, talvez seja mais rápido com você, talvez mais lento, pois, cada um tem o seu tempo, no entanto, o psicoterapeuta tem uma seqüência de técnicas a serem usadas e se estas não funcionarem não há motivo para prosseguir no tratamento.
Ocorre da mesma forma com o médico, este pode lhe receitar alguns remédios e esperar que o efeito surja em determinado tempo, se isto não ocorre este pode mudar a medicação ou o tratamento, mas, não se vai prosseguir indefinidamente com algo que não funciona.
Lendo os meus posts no blog M.M. encontrará, inclusive, indicação para as tabelas de preços cobradas pelos psicólogos no Brasil e eu adoto as mesmas. Sugiro veementemente a M.M. que faça primeiro o que lhe informei nos e-mails anteriores e o que comento aqui neste post.
Como já expliquei a M.M., os valores de minhas consultas correspondem a tabela do CRP e há link disponível em post no meu blog. Haveria necessidade de um encontro por semana com o casal, mas só começaremos após o terceiro encontro, pois, os dois primeiros encontros ficam reservados para receber somente você em um e somente sua companheira em outro. Estes dois primeiros encontros podem ocorrer na mesma semana. Sugiro a M.M. que faça primeiro a sua cirurgia e converse com seu psicoterapeuta sobre o que lhe falei em e-mail anterior. Depois de sua cirurgia, podemos pensar em marcar as consultas. Cabe deixar claro que todas as consultas são cobradas, inclusive as iniciais.
Quando você clica em marcadores "sexo" cai em todas as postagens sobre sexo, uma abaixo da outra, incluindo transexualismo, homossexualismo, etc.
A cirurgia irá diminuir sua sensibilidade na medida em que a totalidade da cabeça do pênis ficará descoberta. Haverá um curto período de recuperação após a cirurgia, período este no qual você não poderá manter relações sexuais ou semelhante.
O indicado para você seria um tratamento por meio da psicologia comportamental cognitiva. Haverá necessidade de você e sua mulher ficarem a vontade em casa ou em algum lugar em que vocês possam ficar nus e se tocarem. A cada nova semana passarei alguns exercícios para o casal fazer, estarei acompanhando tudo em nossos encontros semanais e orientando. Como você pretende ficar a vontade com sua mulher na cama com seu pênis costurado e sangrando? Porque começar agora e interromper para a cirurgia? Faça primeiro a cirurgia e desta forma não teremos necessidade de interrupções do tratamento.

PERGUNTA: Você já passou por experiência semelhante a vivenciada por M.M. ou conhece alguém que tenha passado por tal? Como foi?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

sábado, 21 de março de 2009

Perda de sensações na glande e diminuição no prazer do ato sexual


Por: Silvério da Costa Oliveira.

----- Original Message -----
Subject: Pergunta........
Caro Dr. Silvério,
Achei o seu site numa busca feita na internet. Tenho um problema que me incomoda ha anos e ate agora ninguém (psicólogo, terapeuta, urologista, etc...) foi capaz de me
dar um resposta e apresentar uma solução satisfatória para o meu problema.
Nas primeiras vezes que transei (fazem bem uns 15 anos) eu sentia um prazer tão intenso no meu pênis. Esse prazer se espalhava pelo corpo e no outro dia eu sentia flutuando.
Foram as únicas vezes que senti assim. Com o passar do tempo fui perdendo a sensibilidade no pênis. Quando uso camisinha e que não sinto nada. Às vezes parece que nem tenho pênis.
Todo o resto funciona normal. Tenho ereções, ejaculo, tenho orgasmo e desejo sexual. So que nao tenho mais as sensações na glande.
Por acaso o Sr. já ouviu algum problema assim. Consegue me orientar de alguma forma.
Agradeço desde de já,
J.X.C.

Começo sugerindo a J.X.C. que visite meu site e baixe os livros e quatro catálogos bibliográficos de minha autoria no formato PDF, bem como, que visite meu blog “Ser Escritor” www.doutorsilverio.blogspot.com onde faço freqüentes postagens.
Sugiro também ir ao meu site e baixar gratuitamente em particular: "Catálogo bibliográfico sobre sexo", "Sexo, sexualidade e sociedade" e "Falando sobre sexo". Sugiro também ir ao meu blog clicar em "marcadores sexo" para ter acesso a todas as postagens sobre sexo. Leia muito sobre sexo e sexualidade, obtenha informação de boa qualidade e transforme-a em conhecimento.
Ainda no caso específico de J.X.C. sugiro um exame feito por um médico urologista e o atendimento por um psicólogo clínico especializado na área da sexualidade.
No homem o ponto de maior tesão é o pênis e mais especificamente sua cabeça, a glande, já na mulher é o clitóris, no entanto, todo o corpo é suscetível de prazer intenso. É normal que as primeiras relações sexuais sejam diferenciadas.
É necessário se acostumar ao uso da camisinha, para isto, pode fazer um período de abstinência sexual total antes de transar com a camisinha, de modo a aumentar seu tesão e sua sensibilidade no pênis com o uso da camisinha.
Meu caro amigo, se tudo funciona normal e você tem ereção e ejaculação, então, você obrigatoriamente tem sensações na glande, pois, todo o orgasmo masculino está vinculado a esta pequena região de nosso corpo. Mas não devemos esquecer que o maior órgão sexual, metaforicamente falando, é nosso cérebro.

PERGUNTA: Você sentiu muita diferença no prazer obtido nas suas primeiras relações sexuais se comparadas as demais?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)