Professor Doutor Silvério

Blog Ser Escritor

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)


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sábado, 21 de setembro de 2019

Doutor Silvério fala sobre René Descartes 2- Regras do método


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sábado, 7 de setembro de 2019

Quem é este tal de Maquiavel? Um enigma a decifrar ou indecifrável?


Por: Silvério da Costa Oliveira

“Não digo jamais aquilo em que creio, nem creio naquilo que digo” N. Machiavelli.

Machiavelli é um autor complexo e cujo pensamento ainda se faz atual e presente em nossos dias e naqueles que governam o Estado. Procurar entender este autor é simultaneamente entender a conjuntura política moderna e os erros e acertos dos povos e países diante na necessidade de manter sua soberania e independência perante outras nações. Conflitos cotidianos no grande palco onde atuam as nações, podem ser melhor entendidos e explicados pelo entendimento do pensamento deste autor.


Nascido na cidade Estado de Florença, Itália, Niccolò di Bernardo Machiavelli (1469-1527) em bom italiano ou como se convencionou a chamá-lo em nossas terras, Nicolau Maquiavel, filósofo Renascentista, trata em seu livro “O princípe”, de modo realista o tema da política de Estado, como se dão de fato as relações entre aqueles que detem o poder soberano de um Estado / nação, e não como deveria se dar em um mundo ideal. Mas com certeza, se perguntássemos ao autor qual a sua obra máxima, dificilmente este livro seria citado como tal. Muito mais importantes para o autor seriam obras nas quais dedicara muito mais tempo e atenção. Cabe citar, não somente “O príncipe”, escrito em 1513, (mas tendo publicação póstuma em 1531 Roma / 1532), mas também: “A mandrágora” (1518), “Discurso sobre a primeira década de Tito Livio”, escrito de 1513 a 1521 (publicado em Roma em 1531), “História de Florença”, escrito de 1521 a 1525 (publicado em Roma em 1532), “Diálogos sobre “Da arte da guerra” (1521), dentre outros de seus escritos.
Machiavelli é um pensador italiano que marca o período conhecido como Renascimento. Tendo nascido em 3 de maio de 1469, veio a falecer em 21 de junho de 1527, então com 58 anos de idade. Seu livro hoje mais falado e conhecido pela grande massa, “O principe”, foi a sua época bastante polêmico e o continua a ser ainda hoje, tendo sido incluido na lista de livros proibidos pela Igreja Católica, Index librorum prohibitorum, no ano de 1559.
Baruch de Spinoza (1632-1677) e também Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) defenderam que Maquiavel ao propor dar aulas aos soberanos, na verdade, esclarecia a todos o modo de atuação dos mesmos, mostrando como o poder se dava e perpetuava nos governos, o que, aliás, independente da intenção de Machiavelli ser de fato esta ou não, teve o mesmo resultado, pois, serviu de alerta a todos que lessem e estudassem sua obra sobre as práticas reinantes junto àqueles que governavam e o que ainda é válido até os presentes dias. Não havia e nunca houve de fato, necessidade alguma de um estudioso escrever um livro manual visando ensinar aos governantes as práticas por estes adotadas e nem sempre confessadas, pois estes as sabem bem e aprendem entre os que governam. A única utilidade para uma obra realista como o livro “O principe” é ensinar àqueles que não tem uma convivência intima com o poder de Estado, mesmo que sejam pessoas eruditas e cultas.
Machiavelli nos apresenta uma filosofia política realista e não idealista. Ler Machiavelli é estar diante do fundador da filosofia política moderna. Estudar a política tal como ela é e não como deveria ser.
A filosofia política de Machiavelli desce dos céus para a terra, cuidando das coisas reais e mundanas de nosso dia a dia. Propõe um retorno à origem histórica da Itália, a história antiga há de direcionar o movimento presente para o futuro onde se encontra a unificação da Itália.
O livro “O principe” nos traz, portanto, um realismo político e um objetivo final implicito que seria a formação de um governo com um homem forte que permitisse por sua virtude a unificação da Itália.
Além de escrever o livro “O príncipe” a partir de uma concepção extremamente realista sobre o uso do poder por parte dos governantes, afastando de si uma visão idealista ou moralmemente desejável e se atendo a coisa política tal como ela é e se apresenta, podemos aferir de Machiavelli que este foi uma pessoa atenta ao que de fato acontecia e aos porques envolvidos na política de sua época. Com certeza inegável, Machiavelli foi um bom observador e que conseguiu por numa narrativa coerente e cativante para o imaginário social que a ele se seguiu, o somatório de suas experiências em sua vida e trabalho e suas observações sobre a realidade que tinha ao seu redor. Realista, sempre realista, doa a quem doer, gostem ou não, gritem pela moral e o acusem de demonização da política, de fato não importa, ele não é um idealista.
Na verdade, a moral cristã de sua época e mesmo os representantes da cristandade, a começar pelo papa, enquanto autoridade máxima na Igreja, não traziam nenhuma referência de virtude e o que é dito sobre como governar na obra “O príncipe” também se aplica ao governo de Roma pelo papa, na época vivida por Machiavelli. Poderíamos mesmo dizer que o exposto na obra “O principe” não pode se contrapor a moral cristã e sim, talvez, a uma faceta da mesma. Confusão demoníaca para alguns autores que partem de um olhar religioso cristão que por si só já deturpa o pensamento original de Machiavelli e esquece que a Igreja real e não ficticia ou ideal, é ela mesma parte integrante da forma de governar narrada, observada e explicada pelo autor na obra “O principe”, em verdade, o reino de Deus na Terra, tendo como exemplo o papado naquele momento histórico, não está em oposição de modo algum a esta obra, tendo, inclusive, acolhido-a bem e favorecido sua publicação em Roma em 1531, após a morte do autor, só se manifestando contrária a mesma anos depois.
Muitos citam equivocadamente como frase de Machiavelli “Os fins justificam os meios”, mas este nunca escreveu tal frase, se bem que possamos entender que um fim nobre em particular estaria presente nas ações do príncipe, que seria a unificação da Itália, no entanto, não há razão para que as ações do principe sejam em si justificadas por qualquer outra coisa. Não há necessidade de uma justificação moral para tais ações. A moral e política são campos distintos de atuação, podendo, inclusive, o governante usar para si da religião dentro dos interesses do Estado, mas não deve este se subordinar a qualquer ditame moral religioso que esta possa prescrever, pois, o soberano representa o Estado e como tal não pode ser compreendido como uma mera pessoa individual. O que vale para uma pessoa comum não vale para alguém que é o Estado.
A frase que equivocadamente foi traduzida como sendo “os fins justificam os meios” seria mais corretamente expressada como “toda ação é designada em termos do fim que procura atingir”, apresentando um significado totalmente distinto, uma vez que seguindo-se o pensamento de Machiavelli, não haveria qualquer necessidade de justificação de uma ação por um prisma moral ou religioso. Os meios não precisam em qualquer momento serem justificados, os mesmos devem unicamente serem vistos como etapas objetivando de modo racional e planejado a obtenção de uma determinada situação desejada. Mais correto seria atribuir esta frase, não a Machiavelli e sim a um de seus críticos, na Itália já no século XIX, Francisco de Sanctis. Por sua vez, o termo “maquiavélico”, e seus significados, representa uma distorção do pensamento de Machiavelli.
É importante buscar o entendimento da obra de Machiavelli dentro do contexto histórico no qual o autor está inserido, apesar de bem atual e facilmente adaptado para ser aplicado a realidade de nossos dias, tal obra é fruto da observação de Machiavelli sobre os fenômenos sociais e políticos de sua época. Machiavelli aprendeu fazendo, participando ativamente da política de sua cidade Estado, Florença. Por 14 anos trabalhou na segunda chanchelaria visitando diplomaticamente outros governos e países em nome de sua cidade. O pensamento de Machiavelli é uma observação apurada e analítica, por baixo das meras aparências humanas e sociais, buscando não o que deveria ser em um mundo ideal, mas sim o que de fato é, queiramos ou não acreditar. Ele não propõe um governo ideal, mas nos fala em como de fato é a estrutura de um governo e quais os mecanismos que permitem chegar ao poder e nele se manter.
O ideal nobre e bem radical proposto por Machiavelli é a re-unificação da Itália, formando um país, pois em sua época a península italiana estava dividida em cidades estados com governos independentes. Podemos afirmar que Machiavelli é um republicano pragmático que prioriza a unificação da Itália, acreditando que para tal empreitada será necessário uma pessoa politicamente forte.
Para Machiavelli a moralidade de um Estado não é a mesma de um indivíduo. Honrar compromissos e manter a palavra empregada independente das condições vigentes são recomendações morais que se aplicam ao individuo e não, jamais, ao Estado. O homem a frente de um governo, representando um Estado soberano, não pode se ater a uma moral cristã individual.
É melhor ser temido ou amado? Eis uma pergunta importante a qual Machiavelli confere uma resposta pertinente e adequada, voltada, claro está, para a figura do principe enquanto soberano de um Estado. A resposta dada é que de preferência os dois, mas se só puder um, vale mais ser temido, pois os homens esquecem rapidamente do bem que recebem, mas não do que temem. Ser amado é bom, ser temido é essencial e ser odiado é algo que jamais deve acontecer.
O cerne da postura filosófica de Machiavelli sobre o Estado e suas relações com outros Estados, inclusive a guerra, é a composição da força com a astúcia, o leão com a raposa. O principe precisa ser forte que nem o leão e esperto que nem a raposa.
O principe é um verdadeiro manual sobre como obter e manter o poder de Estado, um tratado político sobre a realidade histórica e presencial das relações dos atores no campo político.
É muito mais difícil manter do que conquistar o poder.

 

Machiavelli nos alerta acertadamente que uma república ou principado necessita de um exército bem armado e composto pelos cidadãos do país para garantir sua liberdade e soberania. Confiar em exércitos mercenários ou na ajuda de outros países ao invés de ter condições de se defender por si só é um engano que levará a perda da independência e soberania. Também nos fala sobre a importância das armas e que sem estas, meras ideias não terão como prevalecer, pois, não haveria uma constância na natureza dos povos, sendo fácil persuadi-los de algo e difícil mantê-los nesta direção, daí a necessidade de quando a crença cessar, ter como persuadi-los pela força. No capítulo VI do livro “O principe” Machiavelli não somente afirma isto, como também nos diz que “todos os profetas armados venceram e os desarmados pereceram”.
Segundo Machiavelli, a virtude é a capacidade de prever e se preparar para possíveis acontecimentos futuros de modo a poder confrontar com êxito a fortuna. Já a fortuna é vista por Machiavelli como uma deusa feminina vinculada a ocorrências de coisas boas ou ruins.
Segundo Machiavelli a natureza do ser humano não pode ser vista naturalmente como boa ou má, podendo ser simultaneamente ambas, se bem que em geral predomine o lado mau, deste modo, para o governante é mister que trate o ser humano como sendo sempre mau e assim proceda ao governar.
Quando se chega ao poder deve-se fazer todo o mal necessário de uma única vez, evitando por tal meio tornar a repetir tais feitos, proporcionando futura segurança ao povo, por sua vez, os benefícios devem ser dados aos poucos durante todo o tempo, para que as pessoas lembrem constantemente da benesses e possam esquecer no passado as perseguições que um dia sofreram.
Não podemos esquecer diante da leitura de Machiavelli, que no capítulo final de seu livro “O príncipe”, capítulo 26, este faz uma exortação pela tomada da Itália, sua unificação pela força das armas se necessário, para que a mesma seja libertada do mando de outros povos e governantes estrangeiros. Neste capítulo fica claro a qual fim nobre se direciona o objetivo deste livro e o patriotismo do autor que vislumbra a construção de uma grande Itália e não mais de somente cidades Estados independentes entre si. Também cabe lembrar que apesar deste livro ter entrado para a história como se chamando “O principe”, em verdade este não é o título dado pelo autor, e sim, o mais correto seria “Dos principados”, informando que trataria não de repúblicas, mas sim deste outro tipo de governo.
Penso que seria de fato, deveras interessante, que todo aquele que quisesse honestamente conhecer o pensamento de Machiavelli viesse a estudar toda a sua obra e não apenas um único livro e quando diante de seu livro mais famoso, “O príncipe” (“Dos principados”), começasse a leitura não pelo primeiro capítulo da obra e sim pelo capítulo 15 e depois pelo último, o capítulo 26, pois no primeiro temos Machiavelli nos dizendo que pretente ser extremamente realista e fugir de meras fantasias irreais e no último temos seu desejo e meta de uma Itália unificada, objetivo nobre presente em um autor patriota.
Por fim, convido o leitor a pensar sobre a realidade de nossos noticiarios no tocante as relações internacionais para deste modo observar o quanto este autor está de fato presente em nossa época. Peguemos, por exemplo, a necessidade de um exército próprio para garantir sua soberaria, independência e liberdade e imaginemos por um momento apenas se no passado Hong Kong tivesse desenvolvido suas próprias forças armadas, quando ainda participava do Reino Unido, usando de uma desculpa ou subterfúgio qualquer adequado para a ocasião e a guerra fria que então ocorria. Ou se a Coreia do Norte não tivesse investido decididamente em suas forças armadas, mesmo as custas do povo, como este país se poria frente a China e aos EUA. E só dei um exemplo diante de uma única faceta do pensamento deste autor, procuremos, portanto, aplicar seu pensamento no dia a dia que hoje contemplamos.

Silvério da Costa Oliveira.

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
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