Por: Silvério
da Costa Oliveira.
Nesta semana,
estamos trabalhando os métodos de pesquisa em psicologia, este é o segundo de
quatro posts dedicados ao tema da pesquisa científica.
Penso que é
muito importante uma boa noção sobre metodologia de pesquisa para quem queira
escrever no mundo acadêmico e aqui me refiro a monografias, dissertações de
mestrado e teses de doutorado, bem como outros trabalhos de cunho científico.
1-
Testes
Pelos testes podemos medir as diferenças e semelhanças
entre os indivíduos. O método de teste requer que uma situação típica de
estímulo seja apresentada a cada indivíduo. É mais freqüentemente empregado
quando são necessárias avaliações relativamente rápidas de comportamento. Os
escores dos testes definem categorias de comportamento dos indivíduos para
classificação ou estudo posterior.
Os testes têm três empregos principais:
1º-
Predição do sucesso futuro.
2º-
Avaliação do conhecimento ou proficiência atuais.
3º-
Diagnóstico clínico dos indivíduos com desajustamentos comportamentais.
Características básicas deste método:
A-
Comparação da
freqüência de ocorrência de diversas respostas diante de uma situação/estímulo
padrão.
B-
Perguntas escritas em
formulário padrão e que devem ser respondidas e devolvidas ao pesquisador.
C-
Empregado quando há
necessidade de avaliação rápida do comportamento.
D-
Usados para colher
amostras de opiniões e atitudes.
E-
Interfere no
comportamento a ser observado na medida em que fornece estímulos e situações
escolhidos pelos organizadores da pesquisa.
F-
A forma como são
organizadas as perguntas ou o status de quem as faz (examinador, pesquisador,
aplicador) podem influenciar as respostas.
G-
Exemplos:
-
Exames em curso de
estudos (escola, faculdade, etc.).
-
Pesquisas de opinião –
questionários – levantamentos e pesquisas de opinião pública
-
Testes psicológicos
A-O relatório Folha da sexualidade humana
Pesquisa
Datafolha publicada no Jornal A Folha de São Paulo
5º Caderno -
Mais!, domingo 18 de janeiro de 1998.
“O “Relatório Folha
da Sexualidade” foi realizado a partir de levantamento feito pelo Datafolha,
que entrevistou 2.054 pessoas entre 18 e 60 anos em 94 municípios de todo o
território brasileiro.
Com o objetivo de
evitar recusas e garantir maior veracidade aos resultados, foram elaborados
dois tipos de questionários.
O primeiro era
aplicado pelo pesquisador e continha basicamente perguntas de opinião.
O segundo era de
autopreenchimento e relacionava, entre outras, questões referentes a hábitos e
fantasias sexuais.
O entrevistado
recebia o segundo questionário depois de responder às perguntas feitas pelo
pesquisador e o preenchia secretamente. Depois, o colocava numa urna lacrada.
Caso o
entrevistado se recusasse a preenchê-lo ou admitisse ser analfabeto, a
ocorrência era anotada e o questionário, depositado em branco na urna. Do total
da amostra, foram excluídos 160 entrevistados que se disseram analfabetos (8%)
e 297 que se recusaram a preencher o questionário (15%).
Mesmo fazendo-o em
segredo, algumas pessoas deixaram de responder o questionário de
autopreenchimento. Entre os que assim fizeram destacam-se os menos
escolarizados, os de menor renda familiar mensal e os mais velhos.
Para uma
interpretação estatística segura dos dados, nas tabelas publicadas nesta edição
do Mais! estão indicadas quais foram às questões autopreenchidas, e nestas foi
incluída a categoria dos que não responderam à pergunta.
A margem de erro
decorrente do processo de amostragem para o total da amostra (2.054
entrevistados) é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Para o
autopreenchimento (1.593) é de três pontos percentuais, para mais ou para
menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%.
A pesquisa,
realizada em 10/11/1997, foi coordenada pela Gerência de Pesquisas de Opinião
do Datafolha.
Para maioria, sexo
é prazer, masturbação é saudável e seu interesse sexual é só médio.
No país com a
maior população católica do mundo, os fiéis não seguem à risca os dogmas
defendidos pela própria religião. É o que fica evidente neste “Relatório Folha
da Sexualidade Brasileira”, que o Mais! Publica nesta edição.
A pesquisa, que
propôs questões que cobrem desde os hábitos sexuais cotidianos de cada um até
detalhes muito íntimos, como fantasias sexuais, revela que, para 53% dos
brasileiros, a função primordial do sexo é proporcionar prazer, e não visar
estritamente a reprodução, como ensina a Igreja.
Mesmo os
seguidores de outras religiões, como os evangélicos pentecostais e
não-pentecostais e os espíritas kardecistas, consideram o prazer como a função
mais importante do sexo.
Tabus:
A masturbação é um
interdito que a maioria também não respeita. Para 63%, é saudável masturbar-se,
enquanto apenas 25% consideram a prática imoral.
A virgindade é um
assunto que divide a opinião dos brasileiros. Enquanto 43% defendem que as
mulheres devam casar virgens, 38% são contrários. Já em relação à virgindade
masculina, 66% acham que o homem não deve se casar virgem e apenas 18% defendem
a virgindade até o casamento também para os homens.
Porém, 67% dos
homens e mulheres assumem ter tido relações sexuais antes do casamento.
O país se mantém
conservador quando o assunto é aborto e homossexualismo. São 55% os que se
colocam contra a lei que amplia o direito de a mulher fazer aborto (como no
caso de estupro), são 54% aqueles contra a legalização da união de homossexuais
e 62% os que se opõem à adoção de crianças por casais homossexuais.
Um resultado
alarmante da pesquisa diz respeito à ocorrência do abuso sexual. Entre os
entrevistados, 7% declarou ter sofrido algum tipo de abuso sexual.
Mitos:
Contrariando a
imagem difundida de “pais da sacanagem”, 39% consideram a si mesmos
relativamente liberados no que diz respeito ao sexo, contra 21% que se julgam
totalmente liberados.
Mas a imagem que
os brasileiros fazem do comportamento sexual no país permanece fiel ao
estereótipo: eles consideram seus compatriotas liberados ou totalmente
liberados.
Resultado
equivalente registra-se quanto ao grau de interesse por sexo. Para 43% das
pessoas, o seu próprio interesse por sexo é apenas médio. O mesmo número de
entrevistados (43%) julga que o interesse dos brasileiros por sexo é muito
grande.
O mito do
brasileiro como atleta sexual também se desfaz diante de resultados como
freqüência – 47% fazem sexo uma vez por semana e 46% julgam ter tantas relações
sexuais quanto desejam.
Longe dos mitos, a
maioria se julga satisfeita, com 68% avaliando como ótima ou boa a vida sexual
que tem, e 34% atribuindo a nota máxima (10) para o parceiro.
Do total de
entrevistados, todos na faixa etária entre 18 e 60 anos, 95% tiveram relações
sexuais. Dos 5% que nunca fizeram sexo, os maiores índices registram-se entre
mulheres (7%, contra 2% de homens), entre jovens na faixa dos 18 aos 24 anos
(12%) e entre os evangélicos não-pentecostais (16%).
A faixa etária na
qual a maioria dos brasileiros costuma ter sua primeira relação sexual situa-se
entre os 14 e os 16 anos para os homens (36%) e entre os 19 e os 25 anos para
as mulheres (26%).”
PERGUNTA: Qual
a sua opinião sobre o método de testes? Você tem alguma idéia de como poderia
empregá-lo em uma pesquisa do seu agrado?
Prof. Dr.
Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os
Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de
ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)
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