Por: Silvério
da Costa Oliveira.
São seis os princípios que norteiam uma pesquisa, a saber:
precisão, objetividade, empirismo, determinismo, parcimônia e tentatividade.
Por meio de tais princípios a pesquisa em ciência se afasta de outros trabalhos
feitos com menor rigor e faz jus ao título de um conhecimento mais exato e
confiável.
Por precisão em um trabalho de pesquisa científica,
entendemos o conjunto de definições dadas ao objeto de estudo, deste modo,
deixamos claro para qualquer outro pesquisador qual é o exato objeto de nosso
estudo, para que não haja equívoco ou confusão com outros objetos possíveis.
Sempre que possível realizam-se medições sobre os resultados obtidos, de modo a
quantificar tais resultados, proporcionando uma visão numérica sobre os mesmos.
O uso de medições precisas é algo muito importante em pesquisa científica. Há a
intenção de evitar-se apresentar os resultados por meio de impressões
subjetivas. Há sempre uma descrição minuciosa de tudo o que foi feito e como
foi feito, qual era a população, como foi selecionada a amostra, os
instrumentos aplicados, como tais instrumentos foram elaborados, etc. Tudo isto
tende a permitir que outros pesquisadores, em qualquer parte do mundo, possam
repetir a mesma experiência e encontrar os mesmos resultados. Por meio dos
experimentos que caracterizaram a pesquisa e pela replicação dos mesmos por
outros pesquisadores, podemos afirmar a consistência dos resultados
encontrados.
Quando falamos em objetividade estamos nos referindo a
tentativa de evitar distorções e interferências que possam afetar os resultados
de nossa pesquisa. É comum aos seres humanos cometerem distorções com relação
aos fatos e a realidade, e o pesquisador também está sujeito a esta
característica por demais humana. A própria elaboração de hipóteses já cria a
expectativa no pesquisador da confirmação das mesmas, podendo influenciar nos
resultados da pesquisa, daí a importância de sermos o mais objetivos possíveis
e é neste tocante que entra o princípio fundamental da objetividade visando
colocar a pesquisa nos seus devidos trilhos. Aqui entendemos as distorções involuntárias
e acidentais, se bem que possam também existir distorções provocadas por
desonestidade, de qualquer modo, no mundo dos experimentos em ciência, quando
há distorções estas tendem a surgirem e se mostrarem com o devido tempo uma vez
que outros pesquisadores também realizam pesquisas no mesmo campo e que também
replicam pesquisas já feitas visando testar seus resultados.
O empirismo é um outro princípio fundamental da ciência e
se baseia na observação direta dos fatos. A melhor forma de nos decidirmos
quanto à veracidade ou não de especulações sobre determinada coisa é realizando
uma observação sobre a mesma.
Quando pensamos que tudo o que acontece tem uma causa
natural, estamos diante do determinismo. Por tal princípio buscamos as causas
naturais que levam as coisas a ocorrerem ou se manifestarem. No caso do
comportamento, entendemos que vários fatores o determinam. Não se trata aqui de
uma teoria fatalista, pois, o determinismo é diferente do fatalismo, uma vez
que no determinismo nós temos a presença da possibilidade de liberdade, sendo
que esta está ausente no fatalismo. No fatalismo não há mudança possível, as
coisas obrigatoriamente deverão seguir um rumo específico e os resultados
obtidos serão os esperados não importa o que possa ocorrer no meio do caminho.
Já no determinismo, temos a possibilidade de novos fatos ou informações virem a
gerar uma mudança, donde a possibilidade dos resultados não serem
necessariamente os inicialmente aguardados e daí a liberdade presente, em
particular no tocante ao comportamento humano.
Quando falamos em causas naturais, estamos excluindo a
participação de causas ditas sobrenaturais, tais como a magia, o destino, o
carma, a sorte ou o azar, os espíritos maus, fantasmas, Deus ou deuses
diversos, e qualquer outra influência ou força não natural.
Pelo princípio da parcimônia entendemos algo que seja
simples, ou seja, a preferência das explicações simples e que sejam mais
econômicas sobre aquelas mais complexas e elaboradas. Este princípio nos lembra
que devemos ser avaros, avarentos, com relação à elaboração de hipóteses e
teorias para explicação dos problemas propostos pela realidade. O pesquisador,
neste tocante, precisa ser “pão duro” que nem o personagem “Tio Patinhas” e
economizar quando possível no tocante à elaboração de suas hipóteses e teorias.
A preferência é sempre pelo mais simples. Pela parcimônia busca-se uma
padronização das explicações dadas aos fatos. Normalmente, em Psicologia
Comportamental e Cognitiva as explicações costumam ser parcimoniosas, já em Psicanálise
as explicações nada tem de parcimoniosas, abdicando do simples a partir de um
salto teórico em complexidades não demonstradas ou comprovadas em experimentos
científicos.
Por fim, pelo princípio da tentatividade entendemos que em
pesquisa científica há a possibilidade de se reavaliar e revisar as conclusões
de determinados experimentos a partir da elaboração de novos experimentos sobre
o mesmo tema. Para sermos cientistas e pesquisadores precisamos estar abertos a
críticas e sugestões que nos encaminhem para a revisão das propostas iniciais.
A grande diferença entre o estudioso da ciência e o da religião é que o
primeiro está em um campo do saber onde tudo muda a partir de novos dados
informacionais. O cientista e pesquisador está sempre disposto a acolher novas
informações e revisar a partir destes novos dados suas conclusões anteriores,
deste modo à ciência muda e evolui no transcorrer do tempo. Já a religião se
apega a dogmas imutáveis e a sólida crença religiosa que se alicerça na fé.
Pela sua própria natureza, fé e religião de um lado e ciência e pesquisa
científica do outro, tendem a assumirem campos radicalmente opostos e
abordagens distintas ao saber humano.
Princípios que
norteiam a pesquisa:
1-
Precisão (Definições
do objeto de estudo; medições; descrição minuciosa; possibilidade de repetição
por outros pesquisadores).
2-
Objetividade (Evitar
distorções e interferências que possam afetar o resultado)
3-
Empirismo (Observação
direta dos fatos)
4-
Determinismo
-
Busca das causas
naturais
-
Vários fatores determinam
o comportamento
-
O determinismo é
diferente do fatalismo e implica a possibilidade de liberdade
-
Determinismo ¹ Fatalismo
5-
Parcimônia (econômico;
simples - avareza; avarento; avaro).
-
Padronização das
explicações
-
As explicações simples
têm preferência sobre as mais complexas.
6-
Tentatividade
-
Possibilidade de
reavaliar e revisar conclusões a partir de novos experimentos.
PERGUNTA: O
quanto é de fato importante para a pesquisa científica à precisão, a
objetividade, o empirismo, o determinismo, a parcimônia e a tentatividade?
Prof. Dr.
Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os
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