Professor Doutor Silvério

Blog Ser Escritor

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)


Sites na Internet – Doutor Silvério

1- Site: www.doutorsilverio.com

2- Blog 1 “Ser Escritor”: http://www.doutorsilverio.blogspot.com.br

3- Blog 2 “Comportamento Crítico”: http://www.doutorsilverio42.blogspot.com.br

4- Blog 3 “Uma boa idéia! Uma grande viagem!”: http://www.doutorsilverio51.blogspot.com.br

5- Blog 4 “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

https://livroograndesegredo.blogspot.com/

6- Perfil no Face Book “Silvério Oliveira”: https://www.facebook.com/silverio.oliveira.10?ref=tn_tnmn

7- Página no Face Book “Dr. Silvério”: https://www.facebook.com/drsilveriodacostaoliveira

8- Página no Face Book “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

https://www.facebook.com/O-Grande-Segredo-A-hist%C3%B3ria-n%C3%A3o-contada-do-Brasil-343302726132310/?modal=admin_todo_tour

9- Página de compra dos livros de Silvério: http://www.clubedeautores.com.br/authors/82973

10- Página no You Tube: http://www.youtube.com/user/drsilverio

11- Currículo na plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8416787875430721

12- Email: doutorsilveriooliveira@gmail.com


E-mails encaminhados para doutorsilveriooliveira@gmail.com serão respondidos e comentados excluindo-se nomes e outros dados informativos de modo a manter o anonimato das pessoas envolvidas. Você é bem vindo!

domingo, 29 de agosto de 2021

Bernardo de Claraval: Ênfase na fé pessoal e na imitação da vida de Cristo

 Por: Silvério da Costa Oliveira.

 Bernardo

 Bernardo de Claraval (1090-1153) ou Bernard de Clairvaux, nasce na Borgonha, França, em 4 de dezembro e é considerado santo pela Igreja Católica Apostólica Romana tendo sua festa litúrgica celebrada no mesmo dia de seu falecimento, então com 62 (faria 63 pouco mais de 3 meses depois) anos de idade, dia 20 de agosto, também na França onde viveu e atuou por toda a sua vida. Entusiasmado pela vida religiosa, ingressou na abadia de Cister e dedicou parte considerável de sua vida a ajudar na expansão da ordem cisterciense. A ordem de Cister tinha sido fundada a pouco tempo, por Roberto de Champanhe, abade de Molesme, em 1098, que conjuntamente com outros irmãos da congregação monástica de Cluny, saíram desta para fundar a ordem de Cister, com observância da antiga regra beneditina. A partir da aprovação da “Carta da Caridade” em dezembro de 1119, temos que a ordem de Cister surge como a primeira ordem religiosa canonicamente instituída pela Igreja. Quando Bernardo nela ingressou, em 1113, haviam apenas 20 membros e um único mosteiro, mas quando veio a falecer e em decorrência de todos os seus esforços em vida, a ordem já contava com 165 mosteiros, dos quais Bernardo fundou 68, e mais de 600 membros religiosos que haviam professado os votos. Por tal motivo, Bernardo é considerado como sendo o segundo fundador da ordem.

Foi o fundador da abadia de Claraval (claraval = vale claro), onde atuou como abade. No ano de 1128 marcou presença no Concílio de Troyes, responsável por apresentar a regra monástica que iria guiar os então cavaleiros templários e que também viria a se tornar o ideal da nobreza cristã. Organizou em 1129 o concílio de Latrão e em 1141 participou ativamente do concílio de Sens contra Pedro Abelardo. A pedido do papa coube a ele a organização da segunda cruzada e posteriormente também a culpa pelo fracasso da mesma. Pregou contra e combateu diversas heresias em seu tempo.


 

Autor, dentre outras obras, da “regra monástica da Ordem dos Templários”, do “Tratado de Deus”, do “Comentário ao cântico dos Cânticos”, do hino “Ave Maris Stella” e da invocação “Ó clemente, ó piedosa, ó doce virgem Maria” presente na oração “Salve Rainha”. Também “Os passos da humildade e do orgulho”, De gradibus humilitatis et superbiae, de 1120; “Apologia a Guilherme de são Teodorico”, Apologia ad Guillelmum Sancti Theoderici Abbatem; “Sobre a conversão de clérigos”, De Conversione Ad Clericos Sermo Seu Liber; “Sobre a graça e o livre arbítrio”, De Gratia et Libero Arbitrio, por volta de 1128; “Sobre amar a Deus”, De diligendo Dei, em torno de 1128; “Um elogio à nova cavalaria”, De Laude Novae Militiae; “Livro de preceitos e dispensações”, De praecepto et dispensatione libri, entre 1141 e 1144; “Sobre consideração”, De Consideratione, entre 1148 e 1153; “A vida e a morte de são Malaquias, o irlandês”, Liber De Vita Et Rebus Gestis Sancti Malachiae Hiberniae Episcopi.

Bernardo atuou na transformação do cristianismo. Durante a alta Idade Média a Igreja valorizava mais o ritual sacramental e Bernardo trouxe a ênfase para uma fé pessoal baseada na imitação da vida de Cristo e ênfase dada a Maria, uma fé imediata e sem a intermediação da razão, tendo como intercessora somente a Maria, sendo contrário a tendência então em crescimento de dar uma maior ênfase à razão para a compreensão do divino, ênfase racionalista esta que começa com Abelardo e irá se perpetuar pela escolástica em desenvolvimento.

Para Bernardo a busca pelo saber somente é válida quando tem por objetivo a caridade e o conhecimento se faz visando a salvação, o amor e a edificação. A ciência que melhor se encaixa nesta ideia é o conhecimento de si próprio e de Deus. Busca-se a humildade, o combate à vaidade e à soberba. Segue os passos de Agostinho e se opõe à tendência que Abelardo bem destacou da ênfase na razão, que Bernardo entende como vaidade e soberba. Para Bernardo, o fim último de todo conhecimento deve ser o amor contemplativo. Mais uma vez vemos, portanto, a razão subordinada à fé, as escrituras e também a tradição expressada pelos padres apologistas nos primeiros séculos da Igreja.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

sábado, 28 de agosto de 2021

Pedro Abelardo: Filosofia e teologia regada no amor de Abelardo e Heloísa

  Por: Silvério da Costa Oliveira.

 Pedro Abelardo

 

“Deixando aos meus irmãos o esplendor da glória militar com a herança e os privilégios dos direitos de primogênito, renunciei completamente a corte de Marte para ser educado no regaço de Minerva”. Abelardo.

 

Pedro Abelardo (1079-1142) ou Pierre Abélard ou Pierre Abailard ou Pierre Abeilard ou Petrus Abaelardus, nasce na aldeia de La Pallet, próximo de Nantes, na Bretanha, França, e veio a falecer na data de 21 de abril, no priorado de Saint-Marcel, perto de Châlons-sur-Saône, também na França, aos 62 ou 63 anos de idade. Atuou como teólogo, dialético e professor. É conhecido pelo seu trágico romance com Heloísa de Argenteuil (1090-1164) ou Heloísa Paráclito, que resultou em um filho do casal, de nome Astrolábio (1116-1171), e da castração de Abelardo por um tio (o cônego Fulbert, vigário geral da catedral de Notre-Dame) de Heloísa, insatisfeito com o relacionamento entre os dois. Após a castração, Abelardo tornou-se monge. No convento de Argenteuil, Heloísa por sua vez tomou o hábito e tornou-se abadessa. Suas ideias e escritos lhe trouxeram duas condenações, pelo Concílio de Soissons, 1121, e pelo Concílio de Sens, 1141.


 

Dentre suas principais obras temos “História de minhas calamidades” (Historia calamitatum ou abælardi ad amicum suum consolatória), de 1132, escrito em latim e de caráter autobiográfico, onde narra dentre outras coisas sua relação trágico-amorosa com Heloísa. Considerada a primeira obra autobiográfica escrita na Europa Ocidental e tendo clara forte influência de Agostinho com seu livro “Confissões”. Esta obra foi escrita no estilo de uma carta. Outra obra importante de Abelardo é “Dialética”, que sofre influência nítida de Boécio, tem como temática a lógica e exerceu significativa influência no decorrer do século XII e XIII. Também obra importante é “Introdução à teologia” (“Tratado sobre a unidade e a trindade divina” ou “Teologia do bem supremo”), de 1138 / 9, responsável pela condenação no concílio de Soissons. Também “Sic et non” (sim e não), que começa com uma pequena introdução religiosa e segue por questões teológicas e filosóficas, opondo em colunas frases apoiando ou negando uma dada afirmativa ali feita. Também “Nosce te ipsun” ou “Scito te ipsun” ou “Ethica” (Conhece-te a ti mesmo”) no qual trata da filosofia moral e no qual afirma que o pecado encontra-se já na intenção de quem o pratica e não na ação propriamente dita.

Abelardo, na questão dos universais se opõe tanto ao realismo como também ao nominalismo, apresentando uma solução que alguns comentadores veem como um tipo de realismo moderado e outros como um tipo de conceptualismo. Como professor e dialético, seu método consistia em estimular os debates a partir das contradições entre as questões em debate, tendo sido a época, considerado um método revolucionário.

Importante também sua ética, na qual destaca o pensamento de que a intenção por trás do ato de quem faz algo é tão importante quanto o ato em si mesmo. O pecado não se resume a ação efetuada, mas é o próprio elemento psicológico envolvido na ação, ou seja, o pecado se encontra na intenção e não na ação propriamente dita. É a intenção por trás de uma ação que a torna boa ou má. O pecado é um ato interior pelo qual consentimos em fazer o mal. O pecado é diferente do vício, pois, no vício temos a propensão em fazer o mal, mas tal só se concretizará em uma ação por um ato de consentimento e aí temos o pecado. O pecado não está em ter a tendência, desejo ou interesse em fazer algo e sim em concordar internamente e realizar o ato, deste modo, o pecado se dá pelo livre consentimento do mal.

Há em Abelardo uma valorização em seu método dialético do constante questionamento visando à obtenção de um conhecimento verdadeiro, por meio da dúvida e da inquisição. Segundo Abelardo, pela dúvida somos encaminhados à pesquisa e esta por sua vez nos leva a conhecer a verdade.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Anselmo da Cantuária (2) * Proslogion Argumento a priori Argumento ontológico

 


Vídeos novos toda semana.

Inscreva-se no canal para ser informado sobre novos vídeos.

Você gostou do vídeo? Curta e compartilhe o vídeo.

Material de apoio (artigos, textos, vídeos) nos meus blogs “Ser Escritor” e “Comportamento Crítico”. Links no site. https://www.doutorsilverio.com

Anselmo (1033-1109) da Cantuária ou Anselmo de Aosta ou Anselmo de Bec foi monge da ordem beneditina e pode ser considerado como o primeiro grande escolástico e seu pensamento e obra marcou profundamente o século XI. É considerado santo pela Igreja Católica Apostólica Romana e sua festa litúrgica ocorre todo dia 21 de abril. Dentre suas principais obras podemos citar: “Monológio” (Monologion), “Proslógio” (Proslogion), “Os diálogos sobre a verdade”, “Libre arbítrio”, “A queda do diabo”, “Por que Deus foi feito homem?”, “Sobre a concepção virginal e o pecado original”. Anselmo é conhecido por apresentar a teoria da satisfação da expiação ou redenção, pela qual, Jesus, o filho de Deus, teria redimido o pecado original que estava presente em todos os humanos. Anselmo também é conhecido pelas quatro provas a favor da existência de Deus baseadas em uma visão a posteriori e da prova a priori apresentada no argumento único ou como hoje convencionou-se chamar, ontológico. São um total de cinco provas. 1- Já que há gradação de bem, tem de haver um bem absoluto que sirva de mensuração. 2- Graus diversos de perfeição implicam na existência de uma máxima perfeição, ou seja, Deus. 3-Todas as coisas têm valores diferentes dentro de uma escala que vai de valores inferiores a superiores, logo, tem de haver um valor absoluto. Deus é o valor absoluto. 4- Qualquer coisa se origina de algo ou de nada. Nada surge do nada, logo, Deus existe como causa primeira. Já por sua vez no “Proslógio”, Anselmo irá demonstrar a necessidade de Deus por meio do argumento de Anselmo ou Argumento único. Muito importante em Anselmo é a formulação do chamado “argumento de Anselmo”, como então era conhecido na Idade Média, ou do argumento ontológico, como passou a ser conhecido após Kant, pelo qual se podemos conceber em nossa mente um ser tal que não se possa pensar maior, este tem de existir na realidade, pois, caso contrário, outro ser com as mesmas características e que viesse a existir fora de nosso pensamento seria mais perfeito, pois este existiria e o outro não. Anselmo se opõe ao nominalismo afirmando que os universais são reais na mente de Deus, são reais nas coisas nas quais participam desde que houve a criação e são reais em nós por meio dos conceitos presentes em nossa mente. Anselmo prossegue uma tradição de pensamento iniciada com Agostinho de Hipona, na qual se crê para saber racionalmente, toda investigação por meio da razão e filosofia tende a clarificar e aprofundar a verdade revelada. A fé é o ponto de partida e pressuposto básico da investigação racional, mas cabe à razão buscar o entendimento da fé. A razão em Anselmo fica sempre na dependência da fé a qual é subordinada. A autoridade máxima indiscutível será sempre a palavra revelada e não a razão.

Em meus blogs "Ser Escritor" e "Comportamento Crítico" você encontrará um artigo / texto de minha autoria que resume as ideias deste vídeo, apresentando o tema em toda a sua complexidade. Leia:

"Anselmo da Cantuária: A demonstração da existência de Deus por meio da razão".

Links no site para página de compra de todos os livros do autor.

Links diretos para todos os livros, artigos, textos e vídeos em meu site: https://www.doutorsilverio.com

Link para este vídeo no YouTube: https://youtu.be/TgkhfHOHv50

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Anselmo da Cantuária (1) * Monologion Argumento a posteriori

 


Vídeos novos toda semana.

Inscreva-se no canal para ser informado sobre novos vídeos.

Você gostou do vídeo? Curta e compartilhe o vídeo.

Material de apoio (artigos, textos, vídeos) nos meus blogs “Ser Escritor” e “Comportamento Crítico”. Links no site. https://www.doutorsilverio.com

Anselmo (1033-1109) da Cantuária ou Anselmo de Aosta ou Anselmo de Bec foi monge da ordem beneditina e pode ser considerado como o primeiro grande escolástico e seu pensamento e obra marcou profundamente o século XI. É considerado santo pela Igreja Católica Apostólica Romana e sua festa litúrgica ocorre todo dia 21 de abril. Dentre suas principais obras podemos citar: “Monológio” (Monologion), “Proslógio” (Proslogion), “Os diálogos sobre a verdade”, “Libre arbítrio”, “A queda do diabo”, “Por que Deus foi feito homem?”, “Sobre a concepção virginal e o pecado original”. Anselmo é conhecido por apresentar a teoria da satisfação da expiação ou redenção, pela qual, Jesus, o filho de Deus, teria redimido o pecado original que estava presente em todos os humanos. Anselmo também é conhecido pelas quatro provas a favor da existência de Deus baseadas em uma visão a posteriori e da prova a priori apresentada no argumento único ou como hoje convencionou-se chamar, ontológico. São um total de cinco provas. 1- Já que há gradação de bem, tem de haver um bem absoluto que sirva de mensuração. 2- Graus diversos de perfeição implicam na existência de uma máxima perfeição, ou seja, Deus. 3-Todas as coisas têm valores diferentes dentro de uma escala que vai de valores inferiores a superiores, logo, tem de haver um valor absoluto. Deus é o valor absoluto. 4- Qualquer coisa se origina de algo ou de nada. Nada surge do nada, logo, Deus existe como causa primeira. Já por sua vez no “Proslógio”, Anselmo irá demonstrar a necessidade de Deus por meio do argumento de Anselmo ou Argumento único. Muito importante em Anselmo é a formulação do chamado “argumento de Anselmo”, como então era conhecido na Idade Média, ou do argumento ontológico, como passou a ser conhecido após Kant, pelo qual se podemos conceber em nossa mente um ser tal que não se possa pensar maior, este tem de existir na realidade, pois, caso contrário, outro ser com as mesmas características e que viesse a existir fora de nosso pensamento seria mais perfeito, pois este existiria e o outro não. Anselmo se opõe ao nominalismo afirmando que os universais são reais na mente de Deus, são reais nas coisas nas quais participam desde que houve a criação e são reais em nós por meio dos conceitos presentes em nossa mente. Anselmo prossegue uma tradição de pensamento iniciada com Agostinho de Hipona, na qual se crê para saber racionalmente, toda investigação por meio da razão e filosofia tende a clarificar e aprofundar a verdade revelada. A fé é o ponto de partida e pressuposto básico da investigação racional, mas cabe à razão buscar o entendimento da fé. A razão em Anselmo fica sempre na dependência da fé a qual é subordinada. A autoridade máxima indiscutível será sempre a palavra revelada e não a razão.

Em meus blogs "Ser Escritor" e "Comportamento Crítico" você encontrará um artigo / texto de minha autoria que resume as ideias deste vídeo, apresentando o tema em toda a sua complexidade. Leia:

"Anselmo da Cantuária: A demonstração da existência de Deus por meio da razão".

Links no site para página de compra de todos os livros do autor.

Links diretos para todos os livros, artigos, textos e vídeos em meu site: https://www.doutorsilverio.com

Link para este vídeo no YouTube: https://youtu.be/amX7fVbL61k