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Abrir ou não abrir?
Possibilidade de sair com outras pessoas sem envolvimento emocional atrai casais gays
Por Ferdinando Martins 8/9/2007 19:55
Ciumentos
O ciúme está relacionado com o medo da perda. No caso dos relacionamentos abertos, os casais buscam superar o sentimento de posse. “Tive ciúme nos primeiros meses, quando não tinha certeza se éramos apaixonados e se o relacionamento era sólido”, diz Julian. “É preciso nos libertarmos do ciúme do corpo, do sentimento de posse. Quando os dois amam, a posse do corpo, o tempo inteiro, passa a ser algo quase ridículo. A monogamia, além de hipócrita, é autoritária. Ela se baseia na castração do desejo. A maior vantagem do relacionamento aberto é a verdade”.
Talvez por isso que o sexólogo Silvério da Costa Oliveira, da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana, acredita que há mais adeptos de relacionamentos abertos nos grandes centros urbanos. "O anonimato facilita muito as coisas. Você pode freqüentar lugares sem correr o risco de sua família ou de seu vizinho saber, ao contrário de uma cidade pequena, onde se corre o risco de sempre alguém ver.”
Como assim?
Se você tem vontade de abrir o relacionamento, mas não sabe por onde começar, o principal conselho é: vá devagar. Afinal, uma palavra errada pode deixar seu parceiro confuso. Para o psicólogo Silvério, um bom começo é falar abertamente das fantasias. Segundo ele, conversar sobre isso fica mais fácil quando as coisas andam bem na cama para o casal. A comunicação é a chave para o sucesso desse tipo de relação.
Outro ponto importante é aceitar os limites do outro. “E aí não pode ter muita negociação, é aceitar e pronto”, afirma a psicóloga Cátia Oliveira. “Um não pode impor o quanto quer de liberdade para o outro. Tem de ser consensual, senão a relação desmorona”.
Deveria ser desnecessário dizer que conhecer seus próprios sentimentos antes de abrir a relação é fundamental. Mas não é! Muitos só percebem que têm dificuldades para lidar com a liberdade do relacionamento a três depois das primeiras experiências. “Eu tive um paciente que insistia para o namorado abrir o relacionamento. Depois de muita insistência, eles foram – e o namorado gostou. Daí, as coisas desmoronaram entre eles”, revela Silvério.
Também é preciso estar muito atento às necessidades do namorado durante a saída a três ou mais. "Uma coisa é você ter fantasia, outra coisa é você ter estrutura emocional para realizar a fantasia. Quem quer viver um relacionamento aberto precisa saber o que quer. O que vale é os dois estarem sempre falando sobre o assunto", completa o psicanalista.
Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)
2 comentários:
Vale acrescentar, que para uma boa estrutura emocional, é preciso dialogar com os próprios fantasmas, traumas e vivências anteriores sem transferi-los para o(a) companheiro(a).
Nota:
Eu tomei a decisão de não alterar as citações colocadas em meus posts, daí pode-se constatar vários erros de grafia em e-mails citados. Nesta reportagem em particular, o autor comete o erro de me chamar de "psicanalista", coisa que eu não sou. Sou psicólogo, filósofo e escritor. Tenho também meu Phd, sendo Doutor em Psicologia Social. Conheço muito bem a Psicanálise e faço uso da mesma em alguns textos, aulas e palestras, mas possuo diferenças teóricas que tornam errado me chamar de psicanalista.
Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
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