Professor Doutor Silvério

Blog Ser Escritor

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)


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domingo, 15 de agosto de 2021

Escolástica: Baixa Idade Média

 Por: Silvério da Costa Oliveira.

 A baixa Idade Média vai do século XI ao XV, neste período temos o ressurgimento do interesse pelo filósofo Aristóteles e o início da Escolástica. É uma das duas divisões da Idade Média, sendo a outra a alta Idade Média (divisão em dois segundo os historiadores de línguas românicas, já os historiadores anglo-saxões a dividem em três períodos distintos).

Durante a Idade Média não havia mobilidade vertical na sociedade e o status de cada um se dava pelo nascimento, que determinaria o lugar a ser ocupado na estrutura social. Basicamente temos três divisões sociais: o clero, os nobres e os camponeses. Durante a baixa Idade Média passamos a ter também os comerciantes habitantes do burgo, os burgueses.

O comércio esteve em declínio durante a Idade Média e o modelo social e econômico adotado era o feudalismo, cujo auge ocorreu entre os séculos XI e XIII, após o qual começou a entrar em declínio. No feudalismo o poder estava associado a posse de terras e toda a economia produtiva girava ao redor do campo.

Neste momento havia três classes sociais: os nobres, o clero e os camponeses. Posteriormente irá surgir com força e desenvolver poder econômico a classe burguesa. A burguesia recebe este nome por surgir nos burgos, estando vinculada ao comércio então em expansão e abrindo espaço para o começo do mercantilismo que irá substituir a antiga estrutura feudal.


 

No começo da idade Média as pessoas trocaram as cidades pelo campo em busca de segurança e as cidades passaram a ser menos abastecidas e ter menos gente nelas morando. Também o uso da moeda para compra e troca de mercadorias foi muito diminuído conjuntamente com o comércio. Por volta do século XI as cidades voltam aos poucos a ganhar importância, bem como o uso da moeda e o comércio. Ocorreu um aumento da produção agrícola e também do artesanato.

O comércio se desenvolveu a partir do contato cada vez mais intenso com o oriente e se pautando em artigos de luxo, também o excedente de produção agrícola ajudou a incentivar o comércio e começou uma migração do campo para as cidades.

Dentre os fatos marcantes que irão caracterizar a baixa Idade Média, temos as cruzadas entre os séculos XI e XIII; a peste negra que dizimou de 1/3 a 1/2 da população da Europa (não há um consenso quanto ao número de mortes por causa da peste negra na Europa e entre os pesquisadores e estudiosos do tema a cifra varia desde a morte de 30% da população até a cifra de 60%); a retomada do comércio a partir dos burgos. Também no decorrer da baixa Idade Média temos a centralização do poder político na figura no rei, é o absolutismo monárquico.

As cruzadas tiveram início no século XI, quando no ano de 1095 o papa Urbano II as conclamou a partir do concílio de Clermont com o objetivo divulgado de expulsar os muçulmanos da terra santa, havendo, evidentemente, outros objetivos importantes e que explicam este movimento. Neste período histórico também tivemos a criação da santa inquisição no século XIII, em 1231, pelo papa Gregório IX visando combater as nascentes heresias.

No século XII surgem as associações de comerciantes e trabalhadores nas cidades e também as universidades (estas já começam a surgir no século XI). Em realidade, entre os séculos XI e XIII tivemos prosperidade, aumento populacional, mudança nas técnicas na agricultura que propiciaram aumento de produção, clima mais quente que também ajudou a proporcionar colheitas mais abundantes.

No século XIV a prosperidade irá dar lugar a uma série de fatos desastrosos para a sociedade e o sistema político e econômico então vigente. Após séculos de prosperidade agrícola e do desenvolvimento de novas técnicas que permitiram o aumento da produção, no começo do século XIV em virtude de mudanças climáticas, a produção agrícola cai muito e temos a grande fome. O clima que havia sido mais quente e propício a agricultura entre os séculos XI e XIII cede lugar a um resfriamento no século XIV que irá proporcionar queda na produção agrícola, aumento dos preços dos alimentos, escassez de alimentos e fome.

Com a peste negra e a fome provocada pela perda agrícola em virtude da mudança climática, tivemos uma enorme mortandade no começo do século XIV que foi em parte grande responsável pelo desenvolvimento subsequente e início do Renascimento. Quando as coisas se normalizaram havia bem menos gente para consumir comida ou para atuar na produção entre os artesãos, de modo que isto acelerou as mudanças sociais. Além de mais comida e maior necessidade de pessoas para trabalhar, este humano passou a valorizar mais a vida e o viver em intensidade.

Durante a Idade Média a Igreja tinha no Papa o seu líder que exercia sobre os demais governos da Europa o poder temporal e o poder universal, mas no início do século XIV a Igreja viu seu poder enfraquecer abertamente. O papa Bonifácio VIII (1230-1303) havia entrado em conflito com o rei da França, Felipe, o Belo (1268-1314). Felipe queria que o a Igreja pagasse impostos sobre os bens que mantinha na França e o papa era contrário. A contenda foi aumentando de ambos os lados até que no ano de 1303 o papa excomungou o rei e teve como represália a Itália invadida, a vila do papa cercada e o papa preso pelos franceses. Na sequência, o papa que já era idoso, vem a falecer (outubro de 1303) e temos um papa de transição por menos de um ano somente (falece em julho de 1304), Bento XI (1240-1304), seguido da eleição de Clemente V (1264-1314), francês, que transfere a sede do papado para o sul da França, a cidade de Avignon, em 1309. Desta data até 1377 temos a sede do papado e consequentemente da Igreja Católica em Avignon, sul da França.

Em 1377 o papa Gregório XI (1329-1378) retorna a Roma, terminando a fase chamada por alguns de “cativeiro de Avignon”. Ocorre que no ano seguinte, em março de 1378, Gregório XI vem a falecer e como seu sucessor, são eleitos dois papas. Roma elege Urbano VI (1318-1389) e Avignon elege Clemente VII (1342-1394). A contenda irá se agravar em 1409 quando a cidade de Piza, na Itália, elege outro papa, Alexandre V (1339-1410). Os três papas da época (Gregório XII (1326-1417) por Roma, Bento XII (1280-1342) por Avignon, Alexandre V por Piza) lutavam por afirmar sua hegemonia e o conflito resultou na excomunhão de toda a cristandade da época, pois, cada papa entendia que todos que seguiam ao outro deviam ser excomungados. Para resolver, entre os anos de 1414 e 1418 foi reunido o Concílio de Constança, do qual participaram representantes de toda a Igreja e decidiu depor os três papas e eleger um novo, Martinho V (1369-1431). Devido a força demonstrada pelo Concílio, os papas irão doravante temer convocar um novo Concílio e reformas importantes não serão feitas, dando oportunidade para que no século XVI tenhamos com Martinho Lutero (1483-1546) a reforma protestante.

Ainda sobre a baixa Idade média, durante este período desenvolveram-se as universidades onde predominava o ensino dividido em trivium e quadrivium. Nestes, as setes artes liberais eram divididas da seguinte forma: Ao Trivium caberia a lógica, a gramática e a retórica. Já ao quatrivium caberia a aritmética, geometria, música e astronomia. O trivium e quadrivium compunham a formação em Artes (hoje chamaríamos de Letras) e davam acesso a prosseguir nos estudos, após esta base o aluno poderia escolher como curso de formação a teologia, a medicina ou o direito.

A Escolástica recebe este nome por estar associada a escola e a universidade, bem como a instrução, ao estudo e a sabedoria. A origem da palavra provém do latim “scholasticus” que por sua vez tem origem no grego e aponta para “pertencer a escola”, “instruído”, “sábio”. Em suma, deve ser vista como um movimento filosófico de base cristã associado ao método de ensino das universidades da Europa ocidental durante a baixa Idade Média.

Dentre os principais nomes neste período histórico filosófico temos: santo Anselmo da Cantuária (1033-1109), Pedro Abelardo (1079-1142), Bernardo de Claraval (1090-1153), Pedro Lombardo (1100-1160), Robert Grosseteste (1168-1253), Alberto Magno (1193-1280), S. Boaventura (1221-1274), Juan Duns Escoto (1266-1308), Gulherme de Ockham (1285-1347) e claro está, o grande filósofo do período que é São Tomás de Aquino (1225-1274). Temos também Jean Buridan (1300-1358), Nicole d’Oresme (1323-1382), Francisco Suárez (1548-1617), e outros.

Importante atentar que neste período a filosofia e a teologia tendem a se separar e cada qual vir a ocupar um espaço de reflexão distinto. Passamos a ter, também, o início de um questionamento quanto a autoridade papal e quanto a metafísica tradicional, a par com uma defesa de um pluralismo. Também aos poucos a primazia do coletivo, coletivismo, vai cedendo lugar ao indivíduo, ao individualismo. Estes pontos irão desabrochar em plenitude mais tarde, durante o Renascimento e Iluminismo, mas já podemos observar a presença inicial destes questionamentos nesta época histórica. No século XIII teremos o auge da Escolástica com a obra de Tomás de Aquino, que irá trazer ao conhecimento e debate ocidental toda a obra que fora conservada de Aristóteles, buscando uma tradução mais fiel ao texto original e adaptando-a ao contexto religioso cristão.

As questões provenientes da mescla entre razão e fé prosseguem, conjuntamente com a necessidade de pensar sobre a existência de Deus, sobre a alma, sobre a imortalidade e, claro está, sobre a relação entre razão e fé. Há um entendimento de que seria possível conhecer a Deus por meio da razão e ao mesmo tempo defender a Igreja contra as heresias que surgiam e poderiam quebrar a unidade da Igreja. Quando do Renascimento, a filosofia medieval que imperava era a Escolástica e será esta que será combatida e criticada pelos renascentistas e posteriormente pelos iluministas.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

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