Por: Silvério
da Costa Oliveira.
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Subject: Sou transexual masculino FTM e preciso de sua ajuda.
Ola Dr. Silvério,
Atraves do site encontrei um estudo seu
sobre Transexuais adorei tudo o que li. Porem estou te escrevendo não
somente para parabeniza-lo pela pesquisa, mas para tambem pedir lhe um apoio.
Sou FTM e estou em busca de uma luz, não sei por onde começar, descidi fazer a
cirurgia de redesignação mais propriamente a retirada das mamas, e ja
estou tomando hormonios masculinos (testosterona) por conta propria. Procurei
por clinicas famosas particulares e por duas vezes me deixaram falando. O
desconhecimento e o preconceito é muito grande e eu estou realmente com medo de
continuar a procurar e de repente vivenciar coisas piores por parte das
intidades médicas. Meu nome de batismo é “M.A.G.”, 27 anos, RG xx.xxxxxx-x, CPF
xxx.xxx.xxx-xx, Moro em São Paulo capital fone (011) xxxx-xxxx cel. xxxx-xxxx
e.mail “@” por favor me responda, espero que possa me ajudar.
Um grande abraço
“A.G.”
----- Original Message -----
Subject: Re: Sou transexual masculino FTM e preciso de sua ajuda.
Obrigado Dr. Silvério por me responder.
Eu insisto em sua ajuda mais que uma
orientação eu gostaria de obter uma indicação, moro em São Paulo porem iria ate
o Rio de Janeiro se fosse preciso para me consultar com alguém que realmente
conhece o meu caso e não discriminaria minha atitude. De repente o Dr. pode me
indicar um psicólogo clinico que trabalhe em São Paulo.
Vamos continuar nos falando, aguardo contato
um abraço !!!
Em casos como
o de “A.G.” cabe a indicação para leitura e consulta do “Catálogo bibliográfico sobre sexo” e de meus livros “Sexo, sexualidade e sociedade” e “Falando sobre sexo”, todos disponíveis
em meu site. Em particular gostaria de citar o capítulo 1 de meu livro “Falando sobre sexo”, a saber: “O psicólogo clínico e o problema da
transexualidade”. Cabe um lembrete para os leitores deste blog que a
expressão usada por “A.G.” FTM é uma abreviatura para “female to male” ou, se preferirem, Transexual Mulher
para Homem.
Falei para
“A.G.” que estava feliz pelo mesmo ter gostado da visita que realizou ao meu
site e da leitura deste meu artigo. É sempre gratificante saber que nossas
iniciativas são valorizadas e que nosso trabalho não somente é reconhecido, mas
exerce um significativo papel social, sendo do interesse e gosto de nossos
leitores.
O preconceito
ainda é reinante, infelizmente. “A.G.” deverá ponderar bem as coisas, pois,
conforme sua decisão em seguir avante cada vez mais encontrará pessoas
preconceituosas e desinformadas. É importantíssimo fazer um acompanhamento
psicoterápico, sugiro que “A.G.” procure um psicólogo clínico em sua cidade que
não seja preconceituoso e trabalhe com este tema. A cirurgia é uma coisa, mas
sua cabeça no lugar é outra. Vamos buscar um apoio emocional para lhe preparar
e para lhe ajudar a fazer a melhor escolha possível para seu futuro. Lhe desejo
muita sorte e força para superar os desafios.
Se “A.G.”
estivesse no Rio, poderia lhe atender sem problema e por telefone poderíamos
marcar a consulta, o horário e combinar o valor. Ocorre que uma única consulta
não seria interessante e como “A.G.” está em SP, penso que seria melhor para “A.G.”
procurar um profissional mais perto. Quanto a mim, continuei disponível para “A.G.”,
mas sugeri meu colega Oswaldo M. Rodrigues Jr. que conheço já há alguns anos e
que prefaciou uma edição de meu livro "
Sexo,
sexualidade e sociedade". Neste site
http://www.oswrod.psc.br/ encontrará
maiores informações sobre este profissional. Deixei em aberto uma possível
consulta, caso um dia “A.G.” viesse ao Rio de Janeiro. Disse a “A.G.” que ela é
sempre bem vinda, e que poderia continuar se comunicando comigo via e-mail e se
quisesse poderia me adicionar no Orkut e no MSN.
PERGUNTA:
Você consegue imaginar como deve se sentir uma pessoa que se sente presa a um
corpo que não reconhece como seu? Imagine, se você é homem e gosta de sê-lo,
como se sentiria acordando em um corpo de mulher, ou, vice-versa, se você é
mulher e está satisfeita como tal, acordar belo dia em um corpo de homem? O que
você acha? Qual a sua opinião? Como você se sentiria em tal situação?
Prof. Dr.
Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os
Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de
ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)
Um comentário:
Com certeza eu levaria um susto... E faria falta um espelho para ver o corpo inteiro e fazer umas perguntinhas básicas: "Onde foram parar os poucos seios que eu tinha? E de onde surgiu isso no meio da minhas pernas?"
Brincadeiras a parte, mas para ser bem sincera, não consigo imaginar quão grande é o sofrimento dessas pessoas. Eu gosto de ser mulher, e apesar de reclamar que meus seios são pequenos, não teria coragem alguma de fazer cirurgia para aumentá-los (Uma vez que não gosto nem um pouco de hospitais e só fiz cesárea pra ganhar meu filho, porque não tinha outra opção) que dirá, fazer para tirá-los...
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