Por: Silvério
da Costa Oliveira.
Somos
escritores ou candidatos a escritores, tudo bem, mas há algo que independe de
nós mesmos no tocante a arte de escrever e o sucesso literário, aqui penso em
particular no plano geográfico, em que lugar do globo você nasceu e exerce suas
atividades hoje. Um escritor passará por distintas experiências e dificuldades
se estiver na África, ou na Europa, ou no leste europeu, ou na Ásia, ou na
América do norte, ou na América Central, ou na América do Sul. Se você é
francês e escreve em francês em alguma grande cidade da França ou se escreve em
alguma outra grande cidade de algum lugar do mundo isto irá influenciar a sua
obra e também a sua vida profissional como escritor.
A
sobrevivência de um escritor em alguns lugares do mundo é mais fácil do que em
outras partes deste mesmo mundo. Mas vamos pensar aqui no escritor localizado
no Brasil versus o escritor de outros países. Claro está que há países cujas
dificuldades encontradas seriam praticamente inimagináveis em nossa terra. No
entanto, no Brasil nós também temos as nossas dificuldades e estas não são
poucas e olhar para países onde estas dificuldades são muito maiores não
melhora a nossa situação nacional.
No Brasil se
lapida uma pedra preciosa, e digo isto porque em virtude das grandes
dificuldades que encontramos pela frente, ao persistirmos em nosso sonho de
sermos um dia escritores, transformamos aos poucos a pedra bruta que somos em
algo belo e reluzente. Aprendi praticando musculação que o esforço ajuda-nos a
construir nossos músculos e aprendi na vida que o maior esforço nos ajuda a
crescer e a desenvolver.
Portanto, não
é uma coisa ruim o enorme sacrifício e as dificuldades que encontramos em nossa
terra quando queremos nos aventurar a sério na área cultural, pois, tais
dificuldades estão nos ajudando a aperfeiçoar nosso trabalho e a sermos
melhores do que somos.
Vamos pensar o
seguinte: do que nos adianta uma pedra bruta se esta não for lapidada? Afinal,
se vamos usar esta pedra preciosa em uma bela jóia, isto só será possível após
a preparação desta pedra, senão, não ficará uma jóia bonita e elegante.
Como se lapida
a jóia que é o escritor? Escrevendo, re-escrevendo e tornando a escrever. Claro
está que não existe grande escritor que também não seja um grande leitor, se
você não lê, você também não escreve e o contrário disto é uma mentira. Mas não
basta ler e escrever, pois, o aperfeiçoamento deve ser constante, enquanto
estamos vivos temos oportunidade para aprendermos a ser alguém melhor desenvolvendo
todo o nosso potencial.
PERGUNTA: O
quanto você já lapidou a sua pedra?
Prof. Dr.
Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os
Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de
ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)
Comentários
Na verdade, nem sei mais que tamanho tem essa pedra... Começo a imaginar que ela deve ser um exemplar surreal, que nunca acaba. Assim sendo, estarei lapidando até o último instante, também já não sei se meu ou da pedra.
Quem escreve, também lê. Imagino que sobre tudo, e, normalmente sobre aquilo que se escreve. Minhas leituras vão sempre no caminho oposto. Quando escrevia poesia, eu não lia poesias. Escrevendo crônicas, eu não leio crônicas. No mínimo, curioso.
Penso que a necessidade de aperfeiçoamento e de transformação de uma pedra bruta em pedra preciosa é um processo natural quando estamos em relação com o outro. A partir das demandas externas, entrarmos num processo de reavaliação interna que nos proporciona o crescimento...
Claro está, que a resposta do público leitor, sendo a obra um sucesso literário ou não, é sempre um elemento motivador a nos guiar por caminhos desconhecidos ou pouco explorados...E para isto é necessário muita leitura e escuta afinadas.