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Imagens do autor


Por: Silvério da Costa Oliveira.

Estamos em uma sociedade que valoriza extremamente a imagem, de modo que, quando uma empresa quer por um novo produto no mercado, uma das primeiras providências a tomar é o desenvolvimento de uma embalagem que passe a imagem adequada deste produto para o público consumidor. Por vezes, esta embalagem é mais importante do que o próprio conteúdo do produto, pois, o produto será julgado pela sua aparência antes de qualquer outra modalidade de julgamento.
Em meu livro “Vencer é ser feliz: A estrada do sucesso e da felicidade”, dediquei o primeiro capítulo ao tema da imagem e como esta está associada ao sucesso pessoal e profissional. Sugiro a leitura, portanto, do capítulo 1 deste meu livro: “A beleza do papel que envolve um presente”, no qual abordo a higiene pessoal, a etiqueta social, as boas maneiras e argumento que o exterior é um reflexo do interior.
As pessoas nos julgam constantemente, pelo que fazemos, pelo modo como nos comportamos, pelo que e como falamos, pelo que vestimos, por nossos hábitos de higiene pessoal e pelas nossas boas maneiras. Enfim, muito antes de alguém chegar realmente a nos conhecer de modo mais aprofundado, esta pessoa já fez inúmeras observações e tomou diversas decisões a nosso respeito somente pela imagem que passamos.
A imagem é algo muito importante para um produto que será comercializado, mas não devemos esquecer em momento algum que nós também somos um produto a ser vendido nesta nossa sociedade. Quando alguém tem a cara daquilo que faz tende a inspirar mais confiança nas pessoas e o oposto também é verdadeiro, quando a pessoa tem uma aparência muito distinta da esperada por um profissional daquela área, pouca ou nenhuma confiança em sua competência profissional irá passar para as demais pessoas que a observarem.
No título deste blog e em seus objetivos está explícito que abordaremos constantemente a profissão de escritor e cabe hoje aqui pensarmos na imagem que estamos passando para nossos leitores quando nos apresentamos como escritores. Veja bem, não existe uma imagem que seja correta para todos, isto depende do que você quer vender. Um roqueiro poderá desejar passar uma imagem distinta da de um empresário bem sucedido ou de uma pessoa que atue como modelo manequim. O que é correto para uma pessoa dentro de sua atividade profissional poderá ser altamente errado para outra pessoa.
Quando me apresento em público, penso sempre na imagem que quero passar para este público, sendo comum o uso de ternos ou semelhantes, afinal, vendo a imagem de um profissional liberal e escritor. Trabalho com temas bem delicados, como, por exemplo, sexo, sexualidade, drogas e dependência química, bem como temas complexos como a filosofia e a psicologia, o que meus leitores diriam se me vissem pulando e fazendo caretas durante uma tarde ou noite de autógrafos? Penso que este seria um procedimento completamente errado e não coerente com a imagem que quero passar, de seriedade profissional, ética e competência. Alguns temas por mim abordados já são alvo de forte preconceito social, as pessoas têm muita dificuldade com relação a sua própria sexualidade e para elas é por vezes um tema delicado, algo semelhante ocorre com relação ao uso abusivo e a dependência química. Estas pessoas irão buscar um autor que lhes passe confiança e que garanta pela sua imagem a seriedade que elas não encontram nestes temas. Certos temas em nossa sociedade carregam uma aura de não respeitabilidade, cabendo ao autor proporcionar pela sua imagem e formação toda a credibilidade que o tema não encontra sozinho, tal é o caso, também, da literatura de auto-ajuda na qual também possuo trabalhos. Se a imagem do tema em questão não proporciona seriedade e respeitabilidade em si, mais ainda caberá ao autor fornecer tais ingredientes por meio de sua formação e imagem pessoal e profissional.
Conheço, no entanto, outros autores que por abordarem outros temas para outros públicos apresentam-se com distintas imagens. Uma autora que trabalha com livros para adolescentes, por exemplo, faz caretas, pula e brinca durante seus eventos, penso que para ela está apropriado, pois, tal comportamento se encaixa na imagem que esta vende para seu público adolescente, mas que tal imagem seria totalmente inapropriada para mim que sou um escritor com outro público e tema e vendo a imagem de profissional liberal, psicólogo e filósofo. O tema abordado e o público alvo devem estar coerentes com a imagem que o autor passa, somente assim este obterá a necessária credibilidade como escritor. Abaixo transcrevo um pequeno trecho de uma escritora falando sobre seus eventos e como a mesma se apresenta perante seu público.

“...O estande da minha editora, apesar de bonito e bem localizado, era um entre muitos espalhados em dois imensos pavilhões do Riocentro. Se eu quisesse vender livros teria que inventar uma forma de chamar a atenção, de aparecer, de me destacar. E rápido.
Como eu tenho na bagagem alguns anos de teatro, pagar mico em público não é nenhum problema para mim. Então vamos lá!
Comecei a bater palmas, a fazer polichinelo, a brincar com quem passava na frente do estande e a anunciar o livro em altos brados, como um vendedor empolgado com seu produto. Logo juntou gente ao meu redor, rindo e escutando, e o livro passou a vender como água no deserto. Não parei de autografar um só segundo. Ao fim da tarde, a editora me convidou para voltar dois outros dias. Voltei e a vendagem foi excelente. A Bienal acabou, mas aprendi a lição... Num desses eventos, na Siciliano do Barrashopping, o pessoal da loja me disse, sorrindo: "Nunca tinha visto uma escritora agir assim, você mais parece um camelô”...”  Thalita Rebouças, autora e colunista. http://www.thalita.com.br/

Às vezes a pessoa quer ser isto ou aquilo outro e não pensa o suficiente na imagem que está passando para as demais pessoas. No caso do autor, qual a imagem que este está passando para seu público? A imagem do autor é fundamental se este quer realmente fazer sucesso com seu público.
Se você quer realmente obter sucesso como autor, comece desde já a repensar a imagem que está passando para seus leitores e demais pessoas com quem convive em sociedade. Sua imagem deve ser coerente com o produto que está vendendo. Deixe-me nua e cruamente afirmar que seu livro e material literário, por mais que você teime em afirmar ser parte da cultura de seu povo, é também um produto a ser vendido e mais ainda, pois, mesmo você, autor, antes de ser uma pessoa é também um produto a venda no mercado e que terá sucesso ou fracasso de acordo com a imagem que passa para seus possíveis compradores. Neste momento talvez o leitor já tenha impresso este texto para poder destruí-lo rasgando-o ao invés de quebrar a tela do computador, mas queira acreditar ou não, esta é a realidade da sociedade na qual vivemos e você faz parte da mesma do mesmo modo que um peixe dentro d’água.

PERGUNTA: O que você pensa sobre a imagem do escritor?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

Comentários

Marcinha Girola disse…
Como disse uma professora e amiga: "Infelizmente você é aquilo que veste."
O rótulo, a embalagem importa mais que o conteúdo. E se duvidar, tanto que passa despercebida a data de validade. Não podemos esquecer que isso é coisa inventada pela nossa sociedade, que é classificatória, preconceituosa, que faz inúmeras discriminações, mesmo alegando o contrário.
Eu me considero uma pessoa suspeita para dizer algo sobre a imagem do escritor. Desde que me conheço por gente, não sigo muito idéias e modas convencionais, não aparento a idade que tenho, ninguém acredita que sou professora e pedagoga, não crêem que já tenho filho e até as leis da gravidade durante a gravidez eu fui exceção a regra. Sou mais aquele ditado que diz: "Quem vê cara, não vê coração". Me interessa e importa muito mais o conteúdo, pra tudo, em todos os setores da vida.
Enquanto escritor, ou qualquer outra coisa que queiramos ser. A partir do momento que eu sigo esses valores de morte - ou de vida? - não seria contraditório afirmar que não somos personagens, bem como questionar o que estamos fazendo para transformar a realidade que percebemos?
Anônimo disse…
Assim que comecei a ler este post, me veio a lembran�a um artigo que li h� alguns anos que tratava exatamente do poder da imagem. Logo na introdu�o, o autor citava um exemplo retirado de um livro que havia lido, que narrava o reencontro de duas amigas que h� muito tempo n�o se viam. Uma delas estava com o filho no carrinho. E a outra ao v�-la fez o seguinte coment�rio: Como o seu filho � lindo! E a amiga respondeu: Isto � porque voc� ainda n�o viu as fotos.

Moral da hist�ria: A imagem produzida � muito mais valorizada do que o elemento real. E isto se aplica nas mais diversas situa�es.Infelizmente algumas pessoas viram escravas da pr�pria imagem, vazias, sem conte�do, vivendo somente para satisfazer o desejo alheio.

Considero interessante assumir verdadeiramente a imagem que se quer vender, desde que isto represente fielmente o que a pessoa de fato �.

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