Por: Silvério
da Costa Oliveira.
Vou aproveitar
o post de hoje para fazer um comentário a um parágrafo localizado na página 41
da sétima edição do livro “A escolha
certa” (Trad. Wamberto Hudson Ferreira), título original: “The choice” (ano: 1984), de Og Mandino e
publicado pela editora Record em 1993. O livro aborda a história de um escritor
de auto-ajuda, Mark Christopher, que escreve seu primeiro livro e narra desde o
momento anterior a decisão de ser escritor, passando pela fase árdua de
escrever e finalizar o livro, a busca por uma editora, as recusas e por fim a
aceitação de uma editora, a publicação, o silêncio por parte da mídia, até que
finalmente o livro se torna um enorme sucesso e toda a vida da personagem muda
radicalmente. Os pensamentos exibidos abaixo por Mark Christopher ocorrem
quando este já tomou a decisão de largar tudo em sua vida para junto com sua
família se mudarem para uma casa afastada onde pudesse se dedicar unicamente ao
sonho de ser escritor, neste momento, o personagem está começando a árdua
tarefa de colocar seus pensamentos no papel transformando o sonho em realidade.
“Não seria demais dizer-se que, em um
determinado dia, só nos Estados Unidos, pelo menos meio milhão de pessoas
estejam devotadas ao projeto de escrever um livro. A cada ano, mais de 40 mil
obras novas vêm a público, mas a triste verdade é que apenas uma pequena
quantidade dessas obras atinge uma faixa de vendagem capaz de proporcionar
lucros a editor e autor. Será a literatura um caminho fácil para a fama e a
fortuna? Não acredito. Uma recente pesquisa realizada para a Fundação do
Sindicato dos Escritores revelou que a renda média anual de um grande segmento
de autores publicados era de menos de cinco mil dólares!” MANDINO, Og. A escolha certa. p. 41.
Primeiramente
cabe destacar que o sonho de ser escritor e um livro publicado são coisas
distintas. Muitas pessoas nutrem em suas vidas o sonho de serem e fazerem
muitas coisas e acabam levando tais sonhos para o túmulo por nunca terem de
fato tentado, fechando as alternativas de fuga. O que separa um sonho de sua
realização é um enorme abismo que assusta os incautos, mas existe uma enorme,
larga e boa ponte para atravessá-lo e esta se chama “Ponte do Trabalho Duro” ou
“Hard Work Bridge”, ocorre que a grande maioria prefere ficar do lado de cá do
abismo, acalentando seus sonhos, do que atravessar a Hard Work Bridge
tornando-os realidade. Eu já falei anteriormente sobre isto em alguns posts, a
saber:
O sonho de ser
escritor 16/10/2007 (terça-feira)
Conversando
sobre a lei da atração 15/11/2007 (quinta-feira)
Eu aprendi em
minha vida que oitenta por cento de tudo que é bom e vale a pena nesta vida
pertence a vinte por cento ou menos das pessoas. Aprendi que vinte por cento ou
menos dos alunos que cursam uma faculdade terão competência ou ética em suas
respectivas profissões. Em todas as áreas profissionais, vinte por cento ou
menos das pessoas que dela fazem parte tendem a se destacar e faturar com isto,
o restante não passa do resto. A grande maioria é carne seca e uns poucos estão
por cima da mesma.
Não me
surpreende, portanto, as estatísticas apresentadas em 1984 pelo personagem Mark
Christopher na obra de Og Mandino, em muito me surpreenderia se fosse o
contrário e se houvesse sucesso para a grande maioria que se aventurasse nesta
empreitada. Não penso que isto deva assustar a quem de fato queira ser
escritor, pois, suas chances serão tão boas ou ruins como em qualquer outro
ramo onde queira obter o grande sucesso.
O grande
demarcador de águas ainda é a Ponte do Trabalho Duro, Hard Work Bridge, somente
uma minoria a atravessa. Mas isto só não basta! Escrever um livro, como tudo na
vida, requer um processo constante e incessante de aprendizagem visando à
melhoria contínua e ao auto-aperfeiçoamento constante em busca da qualidade
total. Fazer melhor e melhor sempre.
Existem
cantores de uma única música e existem autores de um único livro. Penso que às
vezes o grande sucesso quando chega cedo demais pode atrapalhar o
desenvolvimento da pessoa, não lhe dando o tempo necessário para amadurecer
seus trabalhos, tornando-o repetitivo em busca de repetir a aceitação inicial.
O talento caminha junto com a ousadia. É preciso ousar fazer algo diferente e
melhor se queremos crescer como escritores ou naquilo que fazemos em nosso dia-a-dia.
Hoje estamos
em uma época marcada pela informação, onde a rainha Mídia impera soberana. Se
você quer ser escritor, deve também pensar neste mercado ao qual seu livro é
dirigido e lembrar que estará competindo com diversos outros meios de mídia
pela atenção e tempo do leitor. A pessoa pode comprar seu livro ou pegar seu
artigo para ler, mas, também pode ocupar seu tempo lendo jornais e revistas ou
outros livros. Sem esquecer que esta pessoa pode preferir escutar uma música,
escutar uma rádio ou um CD, ligar sua tv e sintonizar algum canal aberto ou por
assinatura ou mesmo inserir um DVD no aparelho para ver o filme de sua escolha.
Pode também ligar seu computador com Internet de banda larga e ficar o dia todo
em frente a tela aproveitando diversos chamados interativos interessantes.
Agora lhe pergunto, porque tal pessoa deverá ler seu livro ou artigo?
Desculpe-me se
sou por demais franco, mas esta pergunta acima é fundamental. Devemos nos
preocupar com quem irá ler o que escrevemos e também com as exigências do atual
mercado editorial se queremos de fato obter sucesso naquilo que melhor fazemos.
Há um pequeno livro muito interessante que fala na arte de cativar as pessoas,
me refiro ao “Pequeno príncipe” (título
original: “Le petit prince”) de
Antoine de Saint-Exupéry, (publicado originalmente nos EUA no ano de 1943) que
pode muito bem ter seus ensinamentos adaptados para a arte de escrever
cativando o público leitor. Afinal, cabe ao escritor ser capaz de cativar o seu
público, criando um elo de união especial entre ele, sua obra e seus leitores.
Você pode, se
pensa que pode! Mas é preciso muita determinação, esforço e trabalho duro para
se construir alguma coisa que valha a pena na vida. Não se iluda com falsas
interpretações sobre o poder do pensamento positivo, pois, ninguém irá fazer o
trabalho por você. Se outra pessoa escrever teu livro, ela é o autor e não você
e para que você escreva, meu (minha) amigo (a), não há como fugir de atravessar
a Hard Work Bridge e eu falo com a experiência de autor de nove livros e quatro
catálogos bibliográficos.
PERGUNTA: Qual
a sua opinião sobre a multidão que nada consegue e os poucos que muita
felicidade e sucesso conseguem nesta vida?
Prof. Dr.
Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os
Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de
ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)
Um comentário:
Silvério,
Concordo com você quando fala da lei 80x20. Realmente, alcançar o sucesso exige que a cada momento apresentemos um elemento diferencial nos nossos esforços.
Quanto ao sucesso como escritor, temos que levar em consideração o mercado extremamente competitivo. Muitas obras são lançadas anualmente, mas só aquelas que apresentam um diferencial conseguem se destacar. Quando falo em diferencial, não necessariamente falo em qualidade, já que existem muitos elementos em jogo responsáveis por tornar uma obra reconhecida.
Fazer uma leitura da realidade, observar os interesses das pessoas, verificar elementos ainda não completamente explorados, podem sim constituir uma ponte para o sucesso e, isto, com certeza necessita de trabalho duro.
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