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Os Sofistas: Sofistas posteriores

 Por: Silvério da Costa Oliveira.

 Sofistas posteriores

 Dentre os sofistas que hoje conhecemos, podemos citar: Protágoras, Górgias, Pródicus (ou Pródico), Hippias. E também Crítias, Xeníades, Trasímaco, Cálicles, Antifon, Polo, Isócrates e Licofron. Os quatro primeiros (Protágoras, Górgias, Pródicus, Hippias) são classificados, segundo alguns comentadores, como sofistas anteriores, e os demais como sofistas posteriores. Há quem considere como sofistas anteriores somente Protágoras e Górgias.


 

Sobre Protágoras, Górgias, Pródicus (ou Pródico), Hippias, iremos falar em outro texto, aqui abordaremos os demais pensadores, dentro do movimento sofista, na Grécia antiga. Retirando estes quatro, falaremos sobre:

 

5- Crítias (460-403 a.C.)

6- Xeníades (datas de nascimento e morte desconhecidas)

7- Trasímaco (459- 400 a.C.)

8- Cálicles (datas de nascimento e morte desconhecidas)

9- Antifon (480-411 a.C.)

10- Polo (datas de nascimento e morte desconhecidas)

11- Isócrates (436-338 a.C.)

12- Licofron (datas de nascimento e morte desconhecidas)

 

5- Crítias

“Se você se disciplinar para tornar sua mente autossuficiente, será menos vulnerável a injúrias externas.” Crítias.

 

Crítias (460-403 a.C.) nasceu em Atenas e atuou como filósofo, poeta e político, foi um dos discípulos de Sócrates, e tio de Platão, também pertenceu ao assim conhecido “grupo de trinta tiranos”, que governou a cidade de Atenas, sendo conhecido por ser um dos mais violentos, dentre os trinta. O conselho dos trinta tiranos foi instaurado após a derrota de Atenas na segunda guerra do Peloponeso e por iniciativa de um general espartano, sendo os trinta tiranos pró-Esparta.

Este filósofo aparece como personagem em alguns diálogos de Platão, dentre os quais o que leva o seu nome, Crítias, no título, ou também, o nome “Atlântida”, pois o diálogo travado com Crítias se dá sobre o tema da cidade de Atlântida.

Filósofo ateísta que define a religião como uma convenção social, segundo Crítias, o conceito de divindade foi inventado com o objetivo de proporcionar poder para alguns sobre outros humanos, criando um ser ou seres capazes de recompensar ou punir determinados comportamentos, moldando as pessoas na direção desejada pelos que criaram o culto aos deuses. No fundo, a religião seria algo inventado por pessoas com interesses políticos e desejando exercer poder sobre outras pessoas, controlando-as. No entanto, tal opinião sobre o pensamento de Crítias é tido por alguns comentadores, embasado em um único fragmento no qual o autor trata deste tema, faltando o restante da obra para termos certeza de que de fato seria isto que ele realmente pensava.

Não existiriam deuses ou qualquer divindade e nem qualquer tipo de plano universal divino. Segundo Crítias temos somente a força de alguns controlando a fraqueza de outros e a religião se mostra eficiente como instrumento usado neste controle visando manter o poder e fazer com que as pessoas sigam determinadas regras de conduta.

Crítias foi discípulo não somente de Sócrates, mas também de sofistas, isto segundo alguns comentadores, e, a partir de relatos nos escritos de Filóstrato (“Vida dos sofistas”) e Platão (“Protágoras”), a tradição passou a considerar Crítias como um sofista, se bem que este nunca tenha atuado como professor ou exercido ensino remunerado.

 

6- Xeníades

Xeníades, nativo da cidade grega de Corinto, é considerado por alguns comentadores como sofista, e por outros como cético. Defendia que toda opinião humana é falsa, não havendo qualquer coisa de realmente verdadeiro no universo.

Diógenes Laercio nos relata que certa vez, Diógenes, o cínico, teria sido preso e vendido como escravo por piratas, nesta ocasião, Xeníades o teria comprado e levado para sua casa.

As poucas informações que possuímos hoje sobre Xeníades provêm basicamente de Sexto Empírico.

 

7- Trasímaco

Trasímaco nasceu em Calcedônia, Turquia, em data desconhecida (470 ? 459 ? a.C.) e faleceu em 400 a.C., aparece como personagem no livro 1 da obra “A república”, de Platão, travando um diálogo com Sócrates. Defende que a justiça nada mais é do que fazer o que é do interesse e conveniência do mais forte. Defende a sujeição da lei ao governante, deste modo, qualquer lei criada pelo governante passa a ser justa.

Segundo alguns comentadores, Trasímaco se auto-intitulava sofista, atuou como professor ensinando retórica, escreveu discursos para serem proferidos por outros e obteve fortuna com seus ensinamentos que lhe permitiu viver bem e com opulência.

 

8- Cálicles

Cálicles aparece como personagem de Platão em “Górgias” e há quem questione se de fato trata-se de alguém que realmente existiu ou de mero personagem sem existência real fora da obra e diálogos de Platão. Não há outros documentos que mencionem o nome de Cálicles, somente o diálogo “Górgias”, de Platão.

Neste diálogo Cálicles argumenta ser natural e justo que os fortes dominem os fracos, sendo injusta a resistência dos fracos ou o estabelecimento de leis para limitar o poder dos fortes. Entende que as leis, instituições e a moral foram criadas por pessoas com o intuito de atender a seus próprios interesses e que não houve qualquer participação de deuses neste evento. Segundo Cálicles, a democracia é a tirania de muitos sobre o indivíduo excepcional, pois, as pessoas deveriam permitir serem governadas pelos indivíduos mais fortes.

 

9- Antifon

Respeitamos e veneramos aqueles que são de pais nobres, e não respeitamos ou veneramos aqueles que não são de casa nobre. Nisto nos tratamos como bárbaros, pois por natureza somos todos iguais em tudo, bárbaros e gregos. Antifon.

 

Antifon ou Antifonte (480-411 a.C.), nasceu em Ramnunte, viveu e exerceu sua atividade laboral em Atenas. Atuou como orador e também escrevia discursos para serem proferidos na assembleia pelos seus clientes, além disto, teve um papel significativo na matemática e na política. Suas ideias sofrem forte influência do atomismo.

Há comentadores que defendem a possibilidade de haver dois pensadores com o mesmo nome, sendo um o orador e o outro o sofista, o que explicaria, por exemplo, um fragmento de sua obra onde parece defender a igualdade entre os humanos, o que se encontraria presente em um governo democrático, na concepção grega da época e, no entanto, há relatos de que politicamente defendia um governo antidemocrático. Pouco se sabe sobre sua vida e obra. Há um texto controverso no qual defende o igualitarismo entre os gregos, e entre os gregos e os demais povos.

 

10- Polo

Polo é um sofista, cujo mestre é Górgias, que aparece como personagem do diálogo “Górgias”, de Platão. No segundo ato do diálogo do “Górgias”, Polo discute com Sócrates, argumentando a favor da retórica como algo que proporciona poder a quem a domina, mas no final, Polo se vê forçado a ceder diante de Sócrates e admitir que cometer uma injustiça é algo mau e se a pessoa a cometeu deve preferir ser castigado a fugir ileso do castigo.

 

11- Isócrates

Isócrates (436-338/336 a.C.) atuou como orador e retórico em Atenas, sendo conhecido como “pai da oratória”. Coube a ele, segundo comentadores, implantar a retórica no currículo escolar da cidade de Atenas. Em sua época era considerado um dos mais importantes oradores de Atenas e sua Escola de filosofia rivalizava com a de Platão.

 

12- Licofron

“A ciência é a comunhão do conhecimento e da alma”. Licofron

“A lei é uma convenção, uma garantia mútua de direitos recíprocos”. Licofron

 

Licofron atuou como sofista, orador e foi discípulo de Górgias. Pouco ou quase nada sabemos sobre sua vida e obra. Dele restam poucos fragmentos (somente seis), todos dentro da obra de Aristóteles, de quem era contemporâneo.

Segundo Aristóteles, no livro “Política”, Licofron defendia que a lei é somente uma convenção e serve como garantia dos direitos mútuos, ou seja, a lei é um meio para se atingir determinado fim social. Baseados em uma citação de Stobeus, de uma obra perdida de Aristóteles, temos que Licofron contestou a distinção entre nobres e plebeus, e o nascimento como estando na base da nobreza, liberdade ou escravidão, defendo a artificialidade e convenção presente em tais relações sociais.

Alguns comentadores veem nele uma antecipação do que mais tarde será conhecido como contratualismo, ao afirmar que a lei é uma convenção e que visa a garantir os direitos de cada qual dentro da sociedade. Se todas as leis são meras convenções e se não há diferença de nascença entre os humanos que os façam nobres e livres, ou escravos, por natureza, então estamos afirmando a igualdade de todos os humanos perante a natureza, e que as diferenças sociais são artificiais.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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