Professor Doutor Silvério

Blog Ser Escritor

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)


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terça-feira, 1 de março de 2022

Filolau de Crotona: O primeiro a sistematizar as doutrinas Pitagóricas

  Por: Silvério da Costa Oliveira.

 Filolau de Crotona (ou de Tarento)

 Filolau de Crotona (480/470-385 a.C.) se apresenta como um dos mais importantes representantes do pitagorismo no século V a.C. Segundo a tradição, Filolau teria nascido na cidade de Crotona e atuado como professor na cidade de Tarento.

Segundo Diógenes Laércio, coube a ele ser o primeiro a sistematizar as doutrinas pitagóricas por meio da publicação de livros. Coube a ele escrever um livro, “Escritos pitagóricos”, contendo as descobertas e ensinamentos da escola pitagórica, bem como revelando os segredos desta Escola, livro este que foi comprado por Platão e que fundamentou o entendimento de Platão e Aristóteles sobre o que venha a ser esta Escola. A tradição também lhe atribui mais dois livros: “Sobre a natureza” e “Astronomia”.

Entendia que o fundamento de todas as coisas se encontrava nos conceitos de “limitado” e de “ilimitado”, associando os números pares ao ilimitado e os números ímpares ao limitado. Entende que toda a natureza se origina de forma harmônica a partir de ilimitados e limitadores. Por ilimitados entende: os números pares, ilimitado, indeterminado, divisível. Já por limitadores entende: os números ímpares, limitado, determinado, indivisível. Segundo seu pensamento, a natureza é composta por meio do limitado e do ilimitado, que ao relacionarem-se entre si produzem a harmonia.


 

Filolau entende que as características e faculdades dadas a um ilimitado seriam os limitadores, ou seja, se entendemos pela coisa algo como madeira ou um bloco de pedra, esta coisa pode ser entendida como sendo um ilimitado, e que por sua vez, tem como limitadores o peso, formato, tamanho, etc. Se somente existissem ilimitados, não seria possível o conhecimento, pois, só conhecemos realmente os limitadores.

Segundo o pensamento de Filolau, temos o limitado e o ilimitado como princípios de tudo o que há e justamente por serem princípios, não há como defini-los, pois nada lhes tem anterioridade, sendo estes o primeiro poder, em verdade, encontramos nestes dois conceitos a arché proposta por Filolau. “Peras” tem como significado “fim”, “limite”, “fronteira”, “aquilo que limita ou tem limite”. Por sua vez, “apeiron” tem como significado “ilimitado”, “sem fronteira”, “infinito”, “incontável”, “inumerável”, “indefinido”. Estes dois princípios que formam a arché para Filolau se apresentam como opostos entre si, o limitado e o ilimitado e a combinação de ambos. Será por meio desta combinação que o cosmos e todas as coisas serão criados. A junção de ambos princípios irá gerar um terceiro, que é a “harmonia” resultante, a qual permite produzir a unidade a partir da multiplicidade.

Para Filolau o “um” é a soma de todas as características presentes aos pares e aos ímpares, entende que o um, a unidade, é a origem e a totalidade de todos os números e de todas as coisas visíveis ou invisíveis. O universo é formado por meio de variações numéricas.

Nele, como também em Pitágoras, os números tem um papel crucial em seu pensamento. Entende que o número é o princípio material de todas as coisas, uma vez que sem os números não nos é possível conhecer ou pensar o que quer que seja de nossa realidade.

Entende que pelos números se expressa e constitui toda a harmonia existente no universo, encontrada nos elementos da natureza e em tudo que possa ser observado, mesmo nas virtudes humanas, ou seja, o número é a essência de tudo, seja lá o que for, que exista.

Filolau entende a alma como algo que permita mover a si próprio, ou seja, um princípio de locomoção próprio dos animais e ausente nas plantas. Também podemos vislumbrar em seu pensamento a alma como a harmonia resultante da soma dos limitados e ilimitados. Este conceito de alma presente em Filolau praticamente exclui a possibilidade da transmigração das almas, que outros comentadores entendem estar presente junto aos pitagóricos e cria, portanto, uma dificuldade, no entanto, não há como fechar questão sobre o assunto já que nos fragmentos que nos chegaram deste autor, ele nada fala sobre o assunto, nem a favor, nem contra.

Nos baseando em alguns fragmentos de sua obra, temos que os seres vivos podem ser divididos em quatro partes, tomando por base a localização de suas faculdades, a saber:

1- A cabeça: intelecto; contém o princípio do humano.

2- O coração: alma e sensação; contém o princípio dos animais.

3- O umbigo: raiz do crescimento; contém o princípio dos vegetais.

4- Os genitais: semente de geração; contém o princípio de todos.

Dentro da Escola Pitagórica, os números tem significado simbólico e alegórico, como, por exemplo: o “1” por não admitir divisão ou divergência irá representar a razão, também há quem identifique o “1” com o “fogo central”. O “2” se apresenta como símbolo da terra e da feminilidade e, por admitir divergências, representa a opinião. O “3” é visto como o símbolo da masculinidade e também como símbolo da santidade, trata-se de número místico e santo por possuir princípio, meio e fim. O “4” representa a justiça, por ser um número quadrado, trata-se do produto do igual pelo igual (2x2=4). O “5” representa o matrimônio por ser a soma do primeiro número par, o “2”, com o primeiro número ímpar, o “3”, sendo que o “2” é considerado representante do elemento feminino e o “3” representante do elemento masculino. O “6” representa o princípio da vida por ser o produto do primeiro par com o primeiro ímpar (2x3=6). O “7” representa a saúde, a inteligência e a luz (o sol), marcando os períodos da vida (7, 14, 21, 28, 35, 42, etc.). Trata-se de um número perfeito e vem a simbolizar, também, o culto ao deus Apolo. O “8” representa o amor, a amizade e a destreza. O “9” representa a justiça, pois, da mesma forma que o “4”, é o produto do igual pelo igual (3x3=9). Já o “10” representa o sagrado e o perfeito, pois nele está inclusa a soma dos quatro primeiros números (1+2+3+4=10) e também ao ter cada resultado de soma acrescentado a “3” temos novamente o “10” (1+3=4 e 4+3=7 e 7+3=10). O “10” também é o resultado da soma das quatro mais simples figuras geométricas, o ponto (1), a linha (2), a superfície (3) e o volume (4) presente na Tetraktys, que era formada por pedrinhas (cálculo) em uma caixa de areia e na qual para se representar o volume levantava-se a quarta pedra, deixando as três iniciais formando um triângulo e a partir da quarta, uma pirâmide. O triângulo com 10 pedras era representado formando cada um dos lados por 4 pedras e deixando uma no meio. Claro que ao traçarmos uma linha sobre a reta formada por um dos lados deste triângulo, uma pedra é contada duas vezes, pois, compartilhada com o outro lado que lhe forma o ângulo. Para construir este triângulo, coloque uma pedra para formar cada uma das três extremidades e uma no centro, depois coloque duas pedras entre cada ângulo, nas laterais deste triângulo e teremos o conjunto das 10 pedras.

Tanto para os números, como também para as figuras geométricas, os pitagóricos atribuíam várias virtudes, como cabe destacar:

O número “1” representa o deus Hermes e por sua vez o quadrilátero

O número “2” representa a deusa Artemis

O número “6” representa a deusa Afrodite

O número “7” representa a deusa Atena e por sua vez o triângulo

O número “8” representa o deus Poseidón

Também os ângulos eram dedicados a divindades.

Demos só um pequeno exemplo, havendo bem mais figuras com as correspondentes divindades a elas dedicadas, inclusive, também, aos seus ângulos. Também vinculavam aos deuses e aos números elementos tais como o fogo e a água.

Não há como desvincular de modo definitivo o pensamento de Pitágoras, do de Filolau ou mesmo dos demais representantes a Escola Pitagórica em virtude do segredo reinante nesta Escola e da proibição de falar ou de escrever sobre seus ensinamentos. O livro ou livros de Filolau foram os primeiros a serem escritos abordando a Escola Pitagórica e seus ensinamentos influenciaram Platão, Aristóteles e demais comentadores dos quais hoje nos baseamos para buscar entender este grupo de pensadores. Talvez a doxografia proveniente dos comentadores antigos também tenha se baseado em informação oral então circulante, mas o único material escrito por alguém desta Escola de que temos notícia é o livro de Filolau.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

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