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João Crisóstomo: Pela reforma dos costumes e a moralização do clero

 Por: Silvério da Costa Oliveira.

João Crisóstomo

 João Crisóstomo (347-407), ou também conhecido por Boca de ouro (em grego, Crisóstomo, acrescentado ao seu nome no século VI), nasceu na cidade de Antioquia, Síria, uma província romana na época, e faleceu em 14 de setembro em Comana Pôntica, Ponto, uma província romana. Quando jovem estudou filosofia e retórica com Libânio em sua cidade natal.

Seu pai faleceu quando ele ainda era criança e a mãe lhe proporcionou uma boa educação greco-romana sobre literatura e retórica. Antes de assumir o sacerdócio e logo imediatamente após a morte da mãe, foi para o deserto onde ficou na condição de eremita por seis anos, sendo os últimos dois vivendo em uma caverna. Comentaristas dizem que ele decorou a Bíblia, Novo Testamento, neste período. Devido aos jejuns e às condições físicas extenuantes as quais se submeteu, acabou comprometendo seu corpo e teve de retornar à cidade, foi quando entrou para o sacerdócio e começou sua carreira na Igreja. Seus discursos eram bem feitos e populares, pois, conhecia e dominava bem a oratória em decorrência de seus estudos de retórica com Libânio.


 

Atuou como padre em Antioquia e depois bispo em Constantinopla e é reconhecido como santo pela Igreja Católica Apostólica Romana, sendo sua festa celebrada na data de 13 de setembro, data da ascensão ao patriarcado de Constantinopla. Em Antioquia, onde atuou por 12 anos, era muito querido pelo povo cristão. Conhecido por sua retórica eloquente e por suas homilias, das quais, oito delas (conhecidas como “Contra os judeus”) tiveram um papel decisivo no desenvolvimento do sentimento de antissemitismo entre os cristãos. Além das homilias, escreveu também alguns tratados que tiveram destaque em sua época histórica, dentre os quais cabe destacar “Sobre o sacerdócio” e “Sobre a vida monástica”. Chegaram até os nossos dias, preservados, mais de 17 tratados e 700 homilias, comentários aos evangelhos e 241 cartas. Em sua leitura da Bíblia, rejeitava a tendência que começara com Orígenes de oferecer uma interpretação alegórica das passagens ali contidas.

João Crisóstomo combateu o que entendia por má formação do clero, sua ambição e avareza, propondo para seu lugar uma vida de pobreza e simplicidade que sirva de exemplo para o rebanho. Isto, claro está, gerou atritos com o clero acostumado a frequentar a corte imperial e com uma vida social mais ampla e luxuosa. Seus discursos contra o luxo e a imoralidade provocaram, também, problemas com a então imperatriz Eudóxia, que entendeu que as falas de João Crisóstomo contra as roupas luxuosas de algumas mulheres eram particularmente destinadas a ela e por causa deste embate isto acabou gerando os dois exílios (ano 403 e 404) a que ele foi submetido. Houve um pequeno intervalo de cerca de dois meses entre um exílio e outro, pois, o primeiro foi revogado por motivos supersticiosos. Logo após a promulgação do afastamento do bispo, ocorreu um tremor de terra na região e a própria imperatriz, que queria o seu afastamento, mudou de ideia e intercedeu por ele com receio que o tremor de terra fosse um sinal de Deus. Com o segundo exílio ele foi afastado de Constantinopla para outra cidade distante, mas continuou a manter contato com seus fiéis seguidores, o que acabou resultando na ordem para que fosse levado para mais longe ainda, tendo vindo a falecer durante o percurso.

Atuou em prol de uma reforma dos costumes, moralizando o clero e os cristãos de sua cidade, combateu heresias e combateu a tendência do povo cristão de sua cidade de participar de festas populares e atividades não cristãs vinculadas à cultura greco-romana ou mesmo de ofícios religiosos em sinagogas judaicas.

Participou ativamente da reorganização do espaço público religioso. Manteve um posicionamento contrário a outros cultos religiosos, inclusive o judeu, a festividades fora do contexto cristão e ao que ele entendia como excesso de luxo, defendendo um comportamento cristão mais ascético. Sua preocupação com a caridade e com os mais pobres o levou a fundar hospitais em Constantinopla com o objetivo de atender aos pobres, bem como, o levou a desenvolver discursos contrários aos ricos que gastavam com o luxo supérfluo enquanto havia pobres passando necessidades.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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