Professor Doutor Silvério

Blog Ser Escritor

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)


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quinta-feira, 18 de maio de 2023

Michel de Montaigne: O autor de "Ensaios"

 

Por: Silvério da Costa Oliveira.

 

Michel de Montaigne

 Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) nasce e falece (aos 59 anos de idade) no castelo de Montaigne, localizado em Dordonha, próximo da região de Bordeaux, no sudoeste da França. Proveniente de próspera família de comerciantes, seu bisavô, Ramon, adquiriu o senhorio, a propriedade junto do título de pequena nobreza, no ano de 1477. De família burguesa, em nada ignorante, seu pai, Pierre Eyquem (1495-1568) enriqueceu com o comércio de vinho e peixe e aspirava obter ascensão social por meio do serviço público, tendo investido na aquisição da educação e modos pertencentes á aristocracia. A participação na campanha italiana do rei Francisco I impressionou o pai, Pierre Eyquem, com o Renascimento, de modo que este decidiu proporcionar ao filho uma educação humanista, priorizando o ensino do latim em sua mais tenra juventude. Michel de Montaigne foi, por ordem o pai, criado em uma família camponesa até completar os três anos de idade, quando retornou ao castelo da família e passou a ter uma educação toda em latim sob a tutoria de um professor alemão que lhe falava somente em latim, até aos seis anos de idade, quando começou a aprender o francês.


 

Montaigne atuou como filósofo, escritor, além de seu interesse por história e também pelo Direito, que estudou na Universidade de Toulouse, e que o levou a ocupar o cargo de magistrado em Périgueux e depois em Bordeaux. Foi presidente da Câmara de Bordeaux durante quatro anos (1581-1585) e também prefeito de Bordeaux. Viajou por diversos países e regiões da Europa (Suíça, Alemanha, Áustria, França, Itália). Em seus escritos assume uma atitude de oposição à Escolástica, bem como, uma aproximação filosófica do Epicurismo, Estoicismo, Ceticismo e Humanismo. Montaigne começa mais próximo do Estoicismo e com o passar do tempo caminha em direção ao Ceticismo e subjetivismo em sua obra. Seu ceticismo é baseado no Ceticismo da Antiguidade, em Pirro e outros, tomando como base a atitude de não julgar. Em parte eclético, em parte cético, não é possível fazer uma síntese real de sua obra, pois, não temos nela um sistema filosófico e sim o desenvolvimento de ensaios com reflexões subjetivas sobre sua própria vida, e que podem ser entendidas como parte de todos nós humanos.

Sua obra mais conhecida é “Os Ensaios” (primeira edição em 1580 e terceira edição em 1588. Mas importante, também, é a obra “Journal de Voyage” (1580-1581), publicado postumamente por Meusnier de Querlon (1702-1780) em 1774.

Em 1595 foi publicada a edição póstuma dos “Ensaios”, que se considera, até hoje, a versão definitiva), em três volumes.  Esta obra tornou-se uma das mais importantes e influentes de sua época e mesmo nos séculos subsequentes. Nesta obra há reflexões baseadas em sua própria vida que podem facilmente se estender para todo o gênero humano. Esta obra o torna o introdutor do gênero ensaio pessoal. O conceito do humano no centro do universo, antropocentrismo, muito presente no Renascimento e Humanismo, se faz também presente na obra de Montaigne, em particular nos “Ensaios”. Reúne nestes três volumes textos diferentes sobre distintos tópicos, não havendo uma ordenação coerente em relação a alguma temática central pré-definida. Temos textos sobre a morte, sobre os motivos para se viver, bem como sobre vaidade, costumes, política, economia, guerra e outros mais.

Sua obra faz parte do contexto do Renascimento e Humanismo, versando sobre os costumes e modos de vida. Se apresenta como cético e moralista. Montaigne critica a forma de educação baseada unicamente no estudo de livros e na memorização, segundo seu pensamento, torna-se necessário que o ensino seja direcionado para a experiência e para a ação. A educação tem como papel a formação voltada para a vida prática, de pessoas capazes de tomarem decisões e de terem uma compreensão dos aspectos morais envolvidos. A educação e ensinom deve sempre estar vinculados a experiências práticas.

Ao estudar somente por livros forma-se uma cultura livresca que tende a retardar a aprendizagem e não proporcionar a necessária prática para poder solucionar questões importantes ligadas ao desenvolvimento humano e a moral, como tal é o caso de saber articular os conhecimentos aprendidos. Cabe a educação criar humanos aptos para a investigação e capazes de obterem conclusões a partir destas investigações, exercitando deste modo a sua mente e proporcionando o desenvolvimento de uma atitude crítica por parte da pessoa. Podemos dizer que o conhecimento realmente digno de valor é o que é obtido pelo esforço investigativo e as conclusões da própria pessoa.

Todo o mundo está em movimento e os seres humanos carecem de constância. A inconstância faz parte da natureza humana. O comportamento humano é imprevisível por haver falta de continuidade e coerência. Pode-se constatar com base em exemplos observados na vida cotidiana que em diferentes situações, os comportamentos apresentados pelas pessoas tendem a variar muito e de modo irracional. O “Eu” é algo fluído e não fixo e constante, o que afeta também as nossas ações. Não é a personalidade da pessoa ou o uso de sua razão que determina suas ações. O comportamento de uma pessoa é dependente das circunstâncias presentes no momento da ação. Em dias diferentes uma mesma pessoa pode se comportar de modos diferentes. Uma mesma pessoa pode ser tão diferente de si mesma em outras ocasiões como o pode ser de outra pessoa. Dependendo das circunstâncias, teremos comportamentos diferentes de uma mesma pessoa, bem como também mudarão suas opiniões e julgamentos.

Segundo o pensamento de Montaigne sobre a morte, a filosofia é importante para ampliarmos a nossa consciência sobre a morte e que meditar sobre a morte é meditar sobre a liberdade. Não que a morte faça parte da vida, ela não o faz pois, representa factualmente o seu fim, mas apesar da morte ser o fim da vida, refletir sobre a mesma interfere em nossa vida, na forma como vivemos a vida. A morte faz parte de nossa condição humana, pois, em nós vida e morte se mesclam. Aprender a viver é aprender a morrer. Ao reconhecer nossa condição de criaturas mortais, passamos a valorizar mais a vida, de modo que a reflexão sobre a morte nos faz desejar viver mais e melhor.

No seu texto sobre canibalismo, dentre outros, assume uma posição de tolerância para com diferenças e valores culturais. Não é porque algo é diferente do que fazemos em nossa sociedade que é errado, é somente diferente. Culturas e povos diferentes possuem valores diferentes e modos de ser e se comportar também diferentes.

Montaigne apresenta uma radical crítica dos costumes, instituições e conhecimento, de sua época por meio de um ceticismo ativo. A dúvida é entendida como uma arma contra o fanatismo religioso, afinal, a França vivia no período as guerras entre católicos e protestantes. Também temos presente em sua obra o ideal de liberdade e uma atitude contrária às injustiças políticas e sociais, bem como, também contrário à violência, a crueldade e a corrupção.

 Silvério da Costa Oliveira.

 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

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Um comentário:

Anônimo disse...

Amei o texto sobre Montaigne professor. Muito obrigado! 😚