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Lógica: Uma introdução

 

Por: Silvério da Costa Oliveira.

 

Lógica

 A lógica é muito importante na filosofia e na vida. Seu surgimento se dá com o filósofo Aristóteles, século IV a.C., e com Crisipo de Solos, o terceiro a comandar a Escola Estoica, no século III a.C.. A lógica de Aristóteles é a lógica dos silogismos, já a lógica desenvolvida por Crisipo é a lógica proposicional. A lógica de Aristóteles é uma lógica estática enquanto a lógica dos estoicos é uma lógica dinâmica e proposicional, baseada naquilo que observamos. Os estoicos sustentam que a realidade não é feita de coisas estáticas e sim de eventos, de movimento.


 

A lógica de Crisipo não teve maior atrativo para as gerações subsequentes e foi, portanto, a lógica de Aristóteles que dominou a Antiguidade, Idade Média e Moderna. Somente no século XIX é que temos novos avanços em lógica e, de certa forma, um retorno a lógica de Crisipo por meio da lógica matemática, a qual, com base na lógica formal de Aristóteles, apresenta um desenvolvimento a partir das relações de valor das proposições. Seus desenvolvedores iniciais foram os matemáticos George Boole (1825-1864) e Augustus De Morgan (1806-1871).

Além destes, vários outros nomes se mostraram importantes no estudo e nos desenvolvimentos da lógica. Na atualidade citemos os alemães Ludwig Wittgenstein (1889-1951) e Rudolf Carnap (1891-1970), bem como o britânico Bertrand Russell (1872-1970). Estes pensadores aprofundaram os estudos sobre as relações entre lógica e linguagem, no que hoje entendemos por filosofia analítica da linguagem.

Apesar de fazermos referência a Aristóteles e Crisipo de Solos na Antiguidade e de outros pensadores a partir do século XIX com o surgimento da lógica matemática, e também de Kant ter dito que a lógica surgiu pronta e acabada com Aristóteles, a verdade é que autores anteriores a Aristóteles já trabalhavam questões lógicas, se bem que foi Aristóteles quem a sistematizou, e após os “Analíticos” ou “Organon”, a lógica não parou de se desenvolver durante a Antiguidade, Idade Média e Moderna.

Na atualidade a lógica seguiu por diversos caminhos e desenvolvimentos próprios, estando presente desde a computação até em teorias em psicologia. A lógica passou a ter um campo próprio e independente de estudo, estando presente nos cursos de filosofia e de matemática.

Na origem do termo “lógica”, em grego e latim, encontramos a palavra “logos”, que significa, dentre outras coisas: razão, fala, argumentação racional. Aristóteles chamou a esta disciplina de “Analíticos”. Foi Andrônico de Rodes, no século I a.C. quem organizou os escritos de Aristóteles e utilizou o nome “Organon” para se referir aos tratados que abordam o tema da lógica (Categorias; Da Interpretação, ou De Interpretatione; Analíticos Anteriores, ou Primeiros Analíticos; Analíticos Posteriores, ou Segundos Analíticos; Tópicos; Elencos Sofísticos, ou Refutações Sofísticas).

A lógica pode ser entendida como um ramo do saber, vinculado contemporaneamente à filosofia e à matemática, que estuda as leis, modos e formas do conhecimento. Apresenta-se como uma ciência formal, desprovida de conteúdo próprio. Por meio da lógica podemos estudar as formas validadas de inferência, os métodos e os princípios necessários para poder separar o raciocínio correto do incorreto.

Podemos entender a lógica como uma área da filosofia que tem como objeto de estudo a estrutura formal dos enunciados (ou proposições) e suas regras, de modo a estabelecer um modo correto de pensar e raciocinar. Enquanto área da filosofia, a lógica se ocupa do estudo das proposições, de modo a podermos separar argumentos válidos de argumentos inválidos e entendermos o que é, e como se estrutura uma falácia. No dia a dia a lógica nos permite reconhecer um argumento bom de outro ruim, evitando o cometimento de erros de raciocínio, ou seja, nos ajuda a pensar do modo correto e a não sermos iludidos por falsos argumentos aparentemente racionais (falácias).

Na lógica clássica temos três princípios básicos que a norteiam e que são respectivamente: 1- princípio de identidade, 2- princípio da não-contradição e, 3- princípio do terceiro excluído. Pelo princípio de identidade entendemos que o ser é sempre igual a si mesmo, “A” é igual a “A”. O princípio de não-contradição afirma que o ser não pode ser e não ser ao mesmo tempo, “A” não pode ser “A” e “não A”. Já o princípio do terceiro excluído afirma não haver outra possibilidade entre ser e não ser algo, ou se afirma ou se nega um predicado ao sujeito.

Na lógica formal e proposicional, ou lógica simbólica, temos que as proposições ou enunciados são reduzidos a conceitos bem definidos, recaindo a importância não para o que é dito e sim para a forma como é enunciado. Neste modelo as proposições são representadas por letras (p, q, r) e suas relações por meio de operadores lógicos (negação, conjunção, disjunção, condicional e bi-condicional).

Por meio da lógica podemos estudar a linguagem que usamos para nos expressar e raciocinar de modo a evitar erros em busca da verdade por meio do uso de determinados princípios. A linguagem, seja esta falada, matemática, computacional ou outra, é uma construção lógica.

Em termos de ensino e aprendizagem escolar e no dia a dia das pessoas a lógica também se faz presente e importante dentro da elaboração do raciocínio e da mais correta forma de pensar. A importância do estudo da lógica se faz presente hoje nas mais diversas disciplinas, como, por exemplo, a matemática, a literatura, a leitura e a escrita. A ausência de uma noção mais aprofundada em lógica pode também estar presente nas dificuldades enfrentadas em conseguir compreender conteúdos estudados e resolver problemas no ambiente de ensino e na vida cotidiana, isto só vem a reforçar que a lógica não é somente uma disciplina, ou campo de estudos, presente nos cursos de filosofia e matemática, mas que possui uma relação com o saber pensar bem, ajudando a interpretar, investigar e comparar ideias em busca de possíveis soluções de um dado problema, bem como, saber a melhor forma de comunicar a outros o que se propõe.

 Silvério da Costa Oliveira.

 


 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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