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Crítica política da direita e da esquerda, com base na “Escola de Frankfurt”

 

Por: Silvério da Costa Oliveira.

 

Crítica política da direita e da esquerda, com base na “Escola de Frankfurt”

 

A assim chamada “Escola de Frankfurt”, o “Instituto de Pesquisa Social”, por meio do pensamento desenvolvido por seus integrantes e do uso político e instrumental que mais tarde foi feito de tais ideias e conceitos, nos proporciona a oportunidade de uma crítica social e política que abranja as ideologias de direita e esquerda dentro de seus embates sociais atuais.


 

Dentre as críticas frequentemente levantadas em desfavor da Escola de Frankfurt, temos:

1- Complexidade das obras teóricas desenvolvidas pelos seus membros, o que implicaria em obscuridade e elitismo cultural, limitando a acessibilidade das mesmas a um público com formação acadêmica e dificultando-a aos membros populares de movimentos sociais.

2- Reduzir toda a produção cultural dos povos e da sociedade a questões ideológicas voltadas para a dominação e manipulação. Poderia se fazer uma leitura, também de cunho marxista, que entendesse a cultura por meio de um prisma emancipatório e criativo.

3- Entender a indústria cultural, e a cultura de massa a partir dela gerada, somente por uma perspectiva negativa e pessimista. Numa possível leitura também de cunho político de esquerda, a cultura também poderia ser entendida como detentora de potencialidades de resistência e transformação social.

4- Não enfocar com a devida ênfase os aspectos econômicos e suas contradições, presentes na sociedade capitalista, de acordo com a doutrina da esquerda política.

Se a arte pode ser usada pela indústria cultural capitalista como uma forma sutil para difundir propaganda sobre as benesses do sistema e, deste modo, perpetuar a submissão do trabalhador, evitando a formação de uma consciência revolucionária da classe operária, como desenvolvido por Horkheimer e Adorno em seu livro “Dialética do esclarecimento”, 1947, também pode a arte ser usada para divulgar conteúdos que façam propaganda em prol de interesses defendidos pela esquerda nos dias atuais.

Neste tocante entrariam vários autores provindos da direita conservadora e críticos das ideias marxistas, em particular nos EUA, que desde a década de 1990 tratam este tema dentro do que convencionaram chamar de “marxismo cultural”, associado, dentre outros, aos estudos desenvolvidos pelos integrantes da Escola de Frankfurt.

O termo “marxismo cultural” foi amplamente usado dentro de um contexto político e intelectual por vários autores, dentro e fora do meio acadêmico, dentre os quais cabe mencionar: William Stannard Lind (1947- ); Allan David Bloom (1930-1992); Paul Michael Weyrich (1942-2008); Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (1947-2022).

Via de regra esta expressão (marxismo cultural) não está presente nos trabalhos dos autores marxistas e sim somente em seus opositores. A intenção é fazer referência com este termo, a uma suposta influência na cultura, na educação (escolas e universidades), na mídia e na sociedade como um todo, de ideias provindas do contexto ideológico de esquerda.

Hoje no Brasil, e o restante do mundo não é exceção, os espaços culturais foram tomados ideologicamente pelas bandeiras defendidas pela esquerda política, havendo pouco ou nenhum espaço para produtores culturais de direita.

Cabe, no entanto, a crítica sobre o quanto as pessoas são de fato tão passivamente afetadas por tal exposição de ideias e valores. Crítica esta que já era válida quando da ideia originalmente proposta e visando uma análise de como o sistema capitalista se mantinha por meio de instrumentos de alienação e controle social presentes na indústria cultural.

Cabe destaque, também, a frase de Marcuse, no livro “Eros e civilização”, 1955, que teve enorme repercussão no comportamento intelectual e político das pessoas em nossa sociedade, na medida em que os adeptos da ideologia de esquerda passaram a adotar para si, como se fosse um lema implícito no comportamento social, a prática presente neste discurso: “Toda tolerância para com a esquerda, nenhuma para com a direita”.

O reflexo desta frase nas atitudes políticas e comportamentais das pessoas se faz muito presente nos diversos contextos culturais atuais. Situações envolvendo políticos de direita são enormemente exacerbadas, explorando seu possível potencial negativo, já situações análogas ou até mesmo muito mais agravantes envolvendo políticos de esquerda são em geral minimizadas ou ignoradas como se não existissem. Intelectuais, artistas, escritores, cineastas e outros produtores culturais vinculados à esquerda política possuem maior acesso a financiamentos e espaços de divulgação de suas obras. Um professor da área de humanas e sociais que se assuma como sendo politicamente de esquerda, passa a ter um reconhecimento e status impar diante de seus pares de esquerda, mesmo que nada possua de produção ou titulação que possa comprovar este status. Já um produtor cultural de direita terá maior dificuldade em colocar sua obra no mercado, participar de eventos coletivos e mesmo ter sua obra divulgada e vendida. Será bem mais questionado e mesmo tendo uma sólida formação e produção, esta poderá ser ignorada ou ridicularizada.

 

Silvério da Costa Oliveira.

 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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