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Diógenes de Apolônia: Rejeição ao pluralismo e retorno ao monismo

 Por: Silvério da Costa Oliveira.

 Diógenes de Apolônia

 Diógenes de Apolônia (499-428 a. C.) é tido pela tradição como sendo discípulo de Anaxágoras, ou, de modo mais improvável, como discípulo de Anaxímenes. Sua atitude filosófica é eminentemente materialista. Chegaram até nós somente fragmentos do que escreveu. Pode ter escrito um único livro dividido por capítulos temáticos ou ainda, segundo a tradição, quatro livros. Segundo Simplício seus livros seriam: Contra os sofistas; Meteorologia; Da natureza do Homem; Da natureza. Até nossos dias chegaram somente fragmentos do livro “Da natureza”. Segundo a tradição, existe a possibilidade dele ter atuado como médico.


 

Com Diógenes temos uma rejeição ao pluralismo e um retorno ao monismo. Lembremos, no entanto, que as teses pluralistas foram desenvolvidas tendo em vista a filosofia de Parmênides e buscando uma alternativa que conciliasse a tese sobre o ser ali proposta, ao retornar ao monismo, a dificuldade trazida pelo estudo sobre o ser a partir de Parmênides fora deixada de lado, talvez por desconhecimento ou má compreensão da mesma. Afinal, como pode o ser surgir do não ser? Como pode de uma única substância surgirem substâncias distintas que não estavam ali anteriormente presentes?

Desenvolve uma filosofia eclética, na qual propõe que do ar, por meio de condensação e rarefação, se originam todas as coisas existentes, o que torna o ar um princípio material. No ar temos presente a transformação e o movimento, o que o torna também um princípio dinâmico e inteligente do qual o próprio pensamento se origina.

Diógenes formula um único princípio para a geração de todas as coisas, o ar, deste modo nos coloca diante de um monismo onde temos a unidade presente em um princípio gerador do todo. Por condensação e rarefação todas as coisas são geradas e também destruídas, o ar produz novos mundos e tudo que há. Também defende a existência de outros mundos com seres viventes e um espaço infinito.

O ar pode ser entendido em Diógenes como sendo a arché, o princípio único do qual tudo se originaria, sendo eterno e ilimitado, bem como, cabendo a ele toda geração e destruição de tudo que há. No entanto, há de se diferenciar dos demais filósofos que propõe uma arché por entender explicitamente que há um princípio de racionalidade a semelhança do nous de Anaxágoras, vinculado a este princípio único.

Seu ecletismo se faz presente em várias passagens de sua filosofia, como, por exemplo, quando entende o ar como princípio material de todas as coisas, proporcionando inteligência ao ar, de modo a se aproximar do nous de Anaxágoras. Já quando defende um monismo oriundo de apresentar o ar como único elemento primordial, aproxima-se das noções já contidas na filosofia de Anaxímenes e da escola jônica.

Nele temos presente a noção de finalidade e esta ênfase no teleológico há de influir nas doutrinas posteriores de Sócrates, Platão, Aristóteles e dos Estóicos. O humano e todo o cosmos possuem em sua organização a manifestação de uma finalidade, de um propósito, de um sentido divino.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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