Professor Doutor Silvério

Blog Ser Escritor

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)


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5- Blog 4 “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

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7- Página no Face Book “Dr. Silvério”: https://www.facebook.com/drsilveriodacostaoliveira

8- Página no Face Book “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

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10- Página no You Tube: http://www.youtube.com/user/drsilverio

11- Currículo na plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8416787875430721

12- Email: doutorsilveriooliveira@gmail.com


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sábado, 23 de maio de 2020

Sexo e sexualidade


Por: Silvério da Costa Oliveira.

Em nossa sociedade o tema da morte, tão normal e comum aos humanos de tempos passados, torna-se cada vez mais um tema de mau gosto que deva ser educadamente evitado e sobre o qual recai um forte tabu social, já o tema do sexo, que ainda há poucas décadas era tabu, vai deixando de sê-lo e ocupando um espaço cada vez maior nos debates cotidianos. Claro, no entanto, que ainda resvala em fortes contradições sociais e polêmicas diversas. Autor de livros e artigos sobre sexo e drogas, tive por vezes a experiência de encontrar ouvintes em palestras presenciais muito mais receptivos para temáticas oriundas do uso abusivo de drogas do que de comportamentos sexuais, estes últimos por vezes fortemente vinculados erroneamente a questões de fundo religioso.
O sexo está diretamente relacionado ao gênero (macho, fêmea) e a reprodução, já a sexualidade se relaciona mais diretamente a conformidade a um gênero, as formas de obtenção de prazer, a busca de determinados prazeres ou práticas. A libido e o prazer tendem a estar mais próximas ao conceito de sexualidade, apesar deste nunca poder ser totalmente dissociado do conceito de sexo. Ambos interagem juntos nas relações humanas e sociais. Se quiséssemos construir uma metáfora sobre o tema, poderíamos visualizar o sexo como um carro e a sexualidade como o combustível que o move ou mesmo ao condutor que o guia.
As pessoas não são iguais e isto em virtude de vários fatores que vão desde uma herança genética e fatores biológicos até questões sociais, econômicas e educacionais. A história de vida e aprendizagem de cada um é única e como tal há de interferir também na forma que cada qual vivencia sua própria sexualidade e como convive com seu sexo ou com o sexo. Em geral e em virtude de uma sociedade confusa e repressora, este convívio individual não é bom e piora na medida do encontro com o outro, cujos problemas e anseios também aqui se fazem presentes. Há quem diga que “sexo é vida”, se tomarmos esta frase como verdadeira, caberia comentar que é possível terminar com um parceiro e recomeçar com outro ou mesmo ter vários parceiros sexuais ao mesmo tempo, só ou acompanhado é uma escolha, onde não cabe apenas terminar com a vida.
O ser humano é fruto de um processo lento e gradual de educação e aprendizagem no qual por vezes aprendemos conceitos errados que reforçam preconceitos ao invés de propiciarem a criação de conceitos embasados na realidade. Claro que o mecanismo relacionado ao sexo está vinculado à reprodução e continuidade da espécie, mas não é só isto, pois nós não nos comportamos sexualmente como os demais animais em seu processo reprodutivo. Para nós, seres humanos, torna-se muito importante todo um entorno envolto pelo prazer da sexualidade que pode, inclusive, abolir meramente o sexo reprodutivo e inverter o sexo de gênero, a par com isto e gerando muita frustração e sofrimento, temos presentes raciocínios, muitas vezes falhos, sobre o que venha a ser o certo e o errado, em geral também incluindo aqui o que supostamente uma dada entidade sobrenatural gostaria que fizéssemos ou deixássemos de fazer, opiniões estas expressas por interpretação dada pelo conjunto majoritário de uma ou mais religiões.
Se formos pensar unicamente na mecânica do sexo enquanto ato sexual, nada melhor e mais expressivo do que um filme pornô onde os atores se atem ao ato, a toda a mecânica nele envolvido, mas será só isto? Existem preferências, processos educacionais, desejo, repugnância, aprendizagens corretas e inadequadas, emoções diversas, compatibilidades e incompatibilidades diversas entre as pessoas envolvidas que tornam um filme pornô tão distinto da realidade quanto qualquer outro filme de qualquer outro gênero quando diante da realidade que o mesmo procura retratar. Ou alguém tem dúvida que um filme, por exemplo, policial ou de espionagem, está muito distante da real realidade da vida de pessoas que trabalham na polícia ou na espionagem?
O sexo poderia ser algo simples voltado à reprodução e preservação da espécie, mas a partir do momento em que nós somos seres emocionais e racionais que buscam entender e explicar a tudo, mesmo que por mentiras inventadas para entreter crianças no alvorecer da humanidade e consagradas como verdades definitivas por grupos distintos no decorrer de nossa história, tende a se tornar motivo de dor e sofrimento e não prazer e integração.
Depois de anos escrevendo e ouvindo sobre o tema, tenho por convicção que o sexo enquanto ato é sentido e vivenciado de modo diferente por diferentes pessoas. Há aquelas que preferencialmente irão se relacionar com pessoas do mesmo sexo, enquanto que outras irão preferir relacionarem-se com pessoas de sexo diferente ao seu, há os que gostam muito do ato sexual e suas derivações e tem a necessidade de muitos relacionamentos não somente com pessoas diferentes, mas também de modos diferentes, há os que realmente não gostam de fazer sexo e se o fazem é somente para agradar a uma pessoa que querem como parceiro ou para atender a exigências sociais. Este grupo dos que não gostam de fazer sexo é inclusive muito maior do que meramente se imagina e tem sido enormemente negligenciado. Há os que possuem algum comprometimento que lhes afeta o ato ou o prazer do mesmo e, portanto, dele se afastam ou não o vivenciam como gostariam ou poderiam fazer. Enfim, o sexo não é um rio que corre livremente e sim um com vários afluentes e bloqueios, nos quais os castores fazem suas pequenas represas e barragens.
Medo, muito medo, frustrações, ciúmes, egoísmo e diversas outras emoções e paixões não produtivas estão aqui também presentes. As pessoas por vezes se atem no seu pequeno mundinho emocional cognitivo e esquecem que o outro é livre e independe do que você quer ou não que ele seja. Nós só podemos compartilhar nosso tempo com este outro, mas jamais seremos este outro ou este outro será nós. Cabe viver o momento presente enquanto agradável for, como se este fosse o último de nossa curta vida, pois, queiramos ou não, mesmo quando encontramos a pessoa maravilhosa que sempre buscamos, um dia iremos perde-la, pois, se não a perdermos para a vida, a perderemos para a morte e não há traição nisto. Ir embora não é trair, trair é quebra de contrato, seja este explícito ou implícito, e não pode envolver a eternidade de um momento, de uma emoção, de um sentimento, de um prazer. Melhor seria nos livrarmos das atitudes, emoções e sentimentos negativos e se tivermos a sorte de encontrar alguém que nos atenda sexualmente nos fazendo sentir bem, viver em profundidade tal relacionamento como se eterno fosse, eterno enquanto dure.
Há também aqueles que justamente quando o relacionamento sexual é muito bom e começa a se ampliar para outras áreas de sua vida, tornando mais íntimo de uma dada pessoa em particular, tendem a fugir com receio de criar um vínculo no qual fiquem presos. Se o sexo é ruim alguns dão o fora e se é muito bom, outros dele também fogem. Complicado.
Ciúmes excessivos, querer controlar, perseguir, vigiar ou contratar alguém para que o faça, são coisas que não pertencem ao amor e sim ao medo e a necessidade de posse do outro, mas o outro não é algo do qual possamos ter posse como se um escravo nosso fosse. Podemos sim escolher entre ficar ou partir, se não está bom então pode ser hora de partir, e se está bom pode ser hora de ficar, mas querer dominar o outro só tende a levar ao desespero em virtude da impossibilidade natural de tal comportamento que presume um senhor e um escravo sem vontades, desejo ou consciência própria.
Às vezes duas pessoas se entendem muito bem e a partir de uma relação sexual gratificante para ambos passam a viver juntos, ou em maior e mais intensa proximidade, e neste momento, por vezes algo ocorre de errado e um dos parceiros percebe que o outro tem energia suficiente para atuar em todas as outras facetas de sua vida (trabalho, educação, filhos, etc.), mas quando o assunto é sexo vem a tristeza de não fazer ou não em intensidade e no lugar da prática sexual aparece cansaço, muito sono, a famosa dor de cabeça, desculpas diversas que na sua sinceridade e realidade encobrem a realidade da falta de relações sexuais plenas e na quantidade querida pelo outro parceiro. Início do fim, começo das buscas internas e externas pela solução, mesmo que esta envolva outras pessoas ou mesmo um fim e um novo início com alguém outro que possa, mesmo que na fantasia, completar as carências nua e cruelmente expostas. O desejo não se prende. Ou ele é liberado ou sufocado, e neste último, com todas as consequências nefastas e sintomáticas que o mesmo proporcionará enquanto busca por todos os meios possíveis e impossíveis uma válvula de escape por onde possa fluir em intensidade.
Há os que conversam pouco e o problema é dado como falta de comunicação, mas há também os que conversam muito e mesmo assim as horas passadas no trabalho ou no happy hour são intensas e contam com uma energia inesgotável que o parceiro lamenta não encontrar no momento do ato ou das práticas sexuais, onde o esgotamento emocional e físico ou o cuidado com a casa e os filhos e demais afazeres gritam ensurdecedoramente por sua atenção. A soma de boicotes os mais distintos e justificáveis possíveis no tocante a prática sexual, conscientes ou inconscientes, intencionais ou não, levam ao afastamento e também ao desgaste prematuro de uma relação que pode gerar dor e sofrimento onde deveria haver prazer e pode vir a provocar por um ou por ambos a busca de relações outras, emocionais ou somente sexuais, visando a suprir a ausência ou incompetência do parceiro na relação sexual.
A vida é curta, muito curta mesmo para ser desperdiçada. A busca é algo imperativo em nossa espécie. Estamos sempre buscando algo, seja alimento, moradia, sexo ou qualquer outra coisa mais. No entanto, cabe atentar ao momento de chegada e se de fato chegamos onde queremos estar ou se este lugar é um breve descanso diante da caminhada porvir. Seria ótimo encontrarmos em uma única, ou mesmo em poucas pessoas mais próximas, tudo o que buscamos, mas na verdade isto é bem difícil e devemos nos ater ao que cada um pode dar e receber. Se a ênfase é o sexo e a relação sexual, ao ato e práticas sexuais de um casal, se uma das partes não se vê em condições de atender a outra, cria-se um abismo de desentendimentos no lugar onde prazer e sentimentos ternos deveriam perdurar. A solução, claro está, é viver e continuar vivendo e encarar a vida como uma caminhada e não como um destino a chegar, se soltar e viver como o fluir de um rio, outras pessoas podem nos acompanhar nesta caminhada, mas isto não é dever delas, uma vez que elas também são por sua vez um rio que flui e devem ser respeitadas neste aspecto, em sua individualidade constante e permanente por mais que a neguemos e mintamos para nós próprios. Quando encontramos nossa sexualidade mais legítima, nosso prazer sexual em práticas e atos que nos deem prazer e nos afastem da dor, do sofrimento, do medo, da renúncia, do nojo e de demais sentimentos e emoções negativas, encontramos a vida ou pelo menos parte de nossa real vida.

Silvério da Costa Oliveira.

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
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Um comentário:

RONALDO RIBEIRO GRANJA disse...


Eu só tenho a dizer o seguinte, "se mulher não tivesse buceta eu nem cumprimentava" ! Obs.: nem todas, só a maioria !