OK!
Por: Silvério
da Costa Oliveira.
----- Original Message -----
Subject: transexual
Ola Dr. Silvério, tive visitando sua pag na
net. lendo seu artigo e foi justamente após ter lido os 11 sexos de
Pamplona que encontrei meu elmo perdido. Bem tenho 32 anos, sou
transexual e embora tenha dentro de mim uma a real nescessidade pela
transgenitalização não concordo com parametros usados pra a mesma. Para o CFM ,
nos transexuais somos seres infelizes , incorformados e insatisfeitos. Sim ja
fui tudo isso e muito mais , mas isso não pelo fato de ser transexual, mas somente devido
a uma caracteristica humana de sempre recorrer ao papel de vitima do
destino. Já pensei varias vezes em suicidio em virtude de não
aceitar meu sexo anatomico. Hj no auge dos meus 32 anos penso
completamente diferente: tenho a consciencia que não eh uma vagina que me
certifica como mulher afinal não sou e nem serei uma mulher nunca, sou
transexual me aceito como uma e amo ser uma. Acho que os seres humanos tem
que se acustamr a conviver com o diferente e com as diferenças. Penso
sim em fazer a cirurgia, mas hj a vejo como algo diferente, ja encontrei
minha paz de espirito mesmo não gostando de ter um clitoris avantajado (penis);
e dessa maneira que vejo a tão polemica cirurgia de troca de
sexo, mesmo estando em pleno sec. 21 ainda estar em carater experimental.
A vejo como um mero retoque estético, como alguem que eh linda por dentro
mas que por fora precisa de uma plástica. A mulher sempre existiu e
existi dentro de mim, quando conseguir materializa-la (operção)
isso não vai apagar ou mudar os anos em que esteve submerssa em meu ser. Isso
nos faz transexual, nos dar profundidade, harmonia e amor proprio. Não vou
passar dois anos provando pra alguem algo que ja tenho inteira consciencia. Nem
vou ficar lamentando ou deixando de viver minha vida em virtude de uma mera
condição social. Sim pois o que dertemina o sexo não eh o penis ou a
vagina, mas a sociedade. Quero e vou adequar meu sexo, mas antes espero
que pelos menos vcs profissionais da area nos trate com o respeito
merecido; como realmente somos, temos inadequação de corpo não de
alma.
Grata
“I.”
Acima nos
deparamos com mais um dos muitos e-mails que recebo diariamente em virtude de
escrever sobre o tema da sexualidade e ser autor de dois livros nesta área, disponíveis
em meu site: “Sexo, sexualidade e
sociedade” e “Falando sobre sexo”.
Eu respondi
sugerindo, como de costume, a leitura dos livros de minha autoria sobre o tema,
já citados acima, e em particular o capítulo 1 “O psicólogo clínico e o problema da transexualidade”, do livro “Falando sobre sexo”. Sugeri também a
leitura de meu livro “Vencer é ser feliz:
A estrada do sucesso e da felicidade”, para melhor trabalhar a auto-estima,
sucesso e felicidade pessoal. Procurei deixar claro que compreendia o problema
que estava enfrentando, assumindo uma postura empática e desejando que
encontrasse uma solução satisfatória para o mesmo. Deixei claro ser minha
opinião que o importante é a pessoa se sentir bem consigo mesma, estar de bem
com a vida, e que todo o restante são meros detalhes que podem encontrar uma
solução satisfatória.
Este capítulo
sobre transexualismo tem uma história interessante, antes de ser parte
integrante do livro “Falando sobre sexo”
publicado neste ano de 2007, foi o mesmo publicado como artigo na Revista SEFLU, da Faculdade de Ciências
Médicas e Paramédicas Fluminense, em dezembro de 2001. Mas sua história é ainda
mais antiga, gostaria que o leitor acompanhasse o que inicialmente me motivou a
escrever sobre este tema.
Em 1999 eu
tinha visitado o Canadá, cidade de Toronto, para me informar pessoalmente sobre
a possibilidade de lá cursar meu Doutorado (Phd) e quando retornei ao Brasil
tinha me esperando um convite para lecionar na Universidade Paranaense –
UNIPAR, na cidade de Umuarama, no estado do Paraná. Como a oferta foi muito boa
e eu já estava com vontade mesmo de conhecer mais a fundo esta região do
Brasil, me mudei para lá e passei a atuar como docente pesquisador nesta
instituição, em particular nos campus de Umuarama e Guaíra, onde fiz muitos
amigos.
Bem, era
comum sair no ônibus ou na van da faculdade conjuntamente com outros colegas
professores quando me dirigia de um campus para outro e nestas ocasiões havia
oportunidade de conversar por mais de hora com meus colegas docentes. Convivi
nestas viagens com muitos colegas de Direito e havia grande interesse deles
pelo tema do transexualismo, devido as suas implicações legais, e desejavam se
embasar para melhor definir e separar este quadro clínico de outros, como, por
exemplo: hermafroditismo, homossexualismo, travestismo, etc.
Estes colegas
constantemente me incentivavam a escrever sobre tal tema e cheguei mesmo a
começar as pesquisas para elaborar um artigo para a revista da universidade. No
início de 2000 eu estava curtindo minhas férias no Rio de Janeiro quando meu
pai teve um derrame e após internação veio a sofrer infecção hospitalar e
falecer, isto mudou radicalmente minha vida neste ponto histórico e em virtude
de outras circunstâncias paralelas, voltei em definitivo para o Rio, onde,
ainda influenciado pelas longas conversas tidas com meus colegas no Paraná e
agora trabalhando em outra instituição, iria desenvolver o presente artigo e
atual capítulo deste meu livro.
Como vocês
vêem, tudo tem uma história em nossas vidas e nada nasce fortuitamente sem
significado para nós. Por isto que eu digo, busque o tema do que irá escrever
naquilo que você está vivendo ou viveu, no que é ou foi importante para você,
nas necessidades não supridas que você percebeu nas pessoas que o cercam,
naquilo que você pode contribuir para o social.
PERGUNTA: O
quanto é importante a auto-imagem que cada um de nós possui?
Prof. Dr.
Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os
Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de
ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)
3 comentários:
Considero importante ao extremo. Sem meio termo. Conheço muitas pessoas que não acreditam nas dificuldades que passei na vida, pela forma como eu encaro meus dias. Muitos colegas perguntam como posso estar tão elétrica às 22 horas, sabendo que meu trabalho começou às 7h30. Alguns até tentam imitar, mas o fazem em vão. Algumas alunas já me questionaram porque elas tentam fazer igual, mas não funciona? A minha resposta? Igual para todos. Eles vêem em mim, algo diferente daquilo que vejo no espelho todos os dias, mas eu sei bem onde encontrar. Porque trata-se de eu mesma. Nós temos o poder de mostrar aos outros, aquilo que desejarmos, mas isso não acontece da noite para o dia, precisa muito mais que vontade de mudar, precisa aprender a aprender, negar velhos paradigmas e muita leitura.
Sem esquecer outro detalhe importante. Penso, acredito e vou continuar refletindo: minha auto-imagem também determina minha liberdade ou submissão, minha auto-negação ou criatividade e ousadia.
Construir uma auto-imagem que retrate fielmente o que a pessoa é, sem dúvida é de extrema importância, já é o ponto de equilíbrio necessário para se enfrentar as adversidades. Contudo, muitas pessoas constroem uma auto-imagem distorcida somente para satisfazer as exigências da sociedade.
Quanto à sua iniciativa de postar as correspondências recebidas, considero de extrema relevância, pelo fato de demonstrar o quanto a leitura pode ser esclarecedora, principalmente em alguns temas que ainda são considerados tabus na sociedade, e que dificilmente seriam acolhidos.
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