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Imortalidade

Por: Silvério da Costa Oliveira.

Vamos comentar hoje um pequeno trecho do livro “Os contrapontos da literatura: arte, ciência e filosofia”, de Sonia Salomão Khéde (Coord.), publicado pela Editora Vozes em 1984. O trecho em questão foi retirado do capítulo 9, “Literatura e psicanálise: o que a psicanálise deve à literatura”, de autoria de Wilson Chebabi, p. 104.

“Por sua natureza a literatura constitui a certeza do gosto da humanidade, daquilo que a toca e permanece ao longo do tempo como capaz de atingir as mais diversas gerações. Enquanto o saber científico logo fica ultrapassado, a obra literária constitui um monumento que ultrapassa o anacronismo causado pela evolução”.

Já houve quem dissesse que para fazer a vida valer a pena a pessoa deveria ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro, ou dito de outro modo, realizar coisas que permanecerão no tempo quando ela não mais aqui estiver em virtude da temporalidade da curta vida humana. Escrever uma obra literária de fato imortaliza uma parte de nós, trata-se da certeza de imortalidade, não de nosso corpo físico, mas de algo mais importante, de nossas idéias, de nossa mente.
Não há sequer necessidade de pertencer a Academia ou de escrever um best seller, pois, enquanto houver um exemplar de nosso livro em alguma biblioteca, alguém poderá lê-lo e desta forma dar-nos vida novamente, vida ao que pensamos em dada época, vida ao que um dia sentimos, vida a nossa razão e des-razão de ser no mundo.
Mas não somente isto, pois, livros também marcam uma época histórica, o modo de pensar das pessoas, suas crenças, ambições e cultura. Não precisa sequer que o livro seja um grande sucesso de vendas, pois, de uma forma ou de outra o autor é o portador da voz do contexto histórico-cultural de sua época.
O saber científico e tecnológico aos poucos é ultrapassado pela própria evolução da humanidade, mas deixa seus rastros nos diversos escritos que compõem a história deste conhecimento e das pessoas que o produziram a sua época.
Escrever é ser deus por um momento, pois, estamos criando onde antes nada havia. Escrever é dar vida ao inanimado, é expressar as vozes dos que não falam e registrar as vozes dos que falam, todos juntos contando uma única história, a nossa história neste planeta que chamamos Terra.
Ler é tomar ciência do pensamento de alguém que não está fisicamente presente, é entrar na mente de outro, mesmo que este outro sequer vivo esteja. Não importa quantas centenas de anos tenham se passado, o autor continua vivo em cada novo leitor, pois, quando se lê uma obra, nossa mente reproduz o modo de pensar de quem a escreveu e neste incrível momento é como se recriássemos momentaneamente sua mente, suas crenças, seus valores, seus pensamentos, seus sentimentos, sua vida...

PERGUNTA: O que você pensa sobre a permanência do que escrevemos para as gerações seguintes?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

Comentários

Marcinha Girola disse…
Adorei o texto.
O que eu penso? Nem tinha parado pra pensar sobre isso... Acabo de perceber o quanto essa questão é importante, interessante e provocante. E talvez mais do que isso, pode ser também perigoso ou inútil. Agora, antes de escrever, vou parar pra pensar em como serão as próximas gerações e o que quero que elas vejam, não apenas de minha parte, mas em relação àquilo que me proponho a questionar, criticar e valorizar.

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