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Sebastian Brant: Os sábios e tolos abordo da nau dos insensatos

 

Por: Silvério da Costa Oliveira.

 

Sebastian Brant

 Sebastian Brant, ou Brandt, (1457 ou 1458-1521) é um pensador do século XVI, poeta, filósofo, jurista e escritor, representante do Renascimento e Humanismo então presente. Nasceu em Estrasburgo, Alsácia, na hoje Alemanha, estuou em Basileia, Suíça, inicialmente filosofia, mas depois mudou, formando-se em Direito (1489) e atuou como professor sobre jurisprudência em Basileia. Também foi prefeito de Estrasburgo. Teve uma atuação e posicionamento político, tentando interceder junto ao imperador para que expulsasse os turcos, bem como apresentando suas congratulações a Ferdinando II pela expulsão dos mouros da Espanha.


 

Sua obra mais importante possui um tom satírico e se chama “A nau dos insensatos” ou “O navio dos loucos” (Das Narrenschiff), 1494. Aqui, insensato, louco, tolo ou bobo são possíveis traduções coerentes com o significado da expressão usada no título. Provavelmente um dos fatores que tornou o livro um sucesso de vendas em sua época foi a presença de gravuras para ilustrar o texto, feitas pelo artista alemão Albrecht Dürer. Mas seu grande sucesso ficou restrito por muito tempo a região germânica. O livro é uma sátira onde um navio de loucos segue para o paraíso dos loucos em Narragônia.

Este livro marca o início de um tipo de literatura, literatura esta que compõe um estilo literário alemão (Sacro Império Romano-Germânico) que surge na região da Alsácia no final do século XV, sendo muito popular e trazendo um cunho didático, moral e satírico. Tende a focar nas falhas e pecados dos humanos, como é o caso das futilidades e da blasfêmia, por meio de uma apresentação muito caricata e exagerada.

Na obra temos diversas referências a textos da Bíblia, em particular do Antigo Testamento, como tal é o caso de Provérbios e Eclesiastes. Também há a presença de personagens históricos da Antiguidade e da Alta Idade Média, tal o caso do rei Nabucodonosor, Horácio, Ovídio, Virgílio, Juvenal, Sêneca, Cícero, Catulo, Pérsio e Boécio. Tanto a Bíblia como os personagens históricos citados têm como função sustentar os argumentos apresentados na narrativa.

O livro apresenta uma visão sobre o que eram os costumes então adotados e aceitos na região da Alemanha do século XV. Temos diversas situações bem típicas, tais como: seresteiros noturnos afastados das janelas por meio do conteúdo dos pinicos, falsificação de dinheiro, adulteração do vinho, um mensageiro bêbado que não se recorda da mensagem que deveria transmitir, exageros e desconforto provocado pela moda, a entrada na igreja de animais trazidos pelos fiéis (cães, gaviões para caça), o costume de falar ofensas e insultos para outras pessoas, bem como de lançar maldições, etc.

O livro é um longo poema satírico tendente a ser moralizante sobre a sociedade contemporânea ao autor. São apontados os vícios da nobreza, das pessoas simples, da Igreja católica, da justiça, das universidades e outros mais em um total de 112 capítulos, cada um dos quais enfocando um tipo de loucura. Temos uma crítica aos excessos, ao desleixo, a avidez por riquezas, a falta de escrúpulos, a falta de fé cristã, a falta de interesse pela razão.

Contrastando com aqueles que seriam os ditos sábios e prudentes, os loucos e insensatos ocupam a narrativa deste livro demonstrando toda a sua arrogância, grosseria, leviandade, indolência, gula, mentira e violência.

Na obra de Sebastian Brant temos uma forte crítica a sociedade europeia de sua época, a decadência da fé cristã e também ao ser humano em geral. A vida é comparada a um carnaval e o leitor é convidado a embarcar na nau dos loucos em direção ao paraíso dos loucos, Narragônia.

 Silvério da Costa Oliveira.

 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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