Professor Doutor Silvério

Blog Ser Escritor

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)


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terça-feira, 7 de dezembro de 2021

A Escola Jônica de Mileto

  Por: Silvério da Costa Oliveira.

 A Escola Jônica de Mileto

 A Filosofia surge em solo grego, mais exatamente na cidade de Mileto, e por volta dos séculos 7 e 6 a.C. temos três grandes filósofos que irão marcar profundamente nossa civilização. O primeiro é Tales, o fundador da filosofia, primeiro filósofo de todo o mundo. Na sequência temos Anaximandro e, depois, Anaxímenes. A tradição nos diz que Anaxímenes foi discípulo de Anaximandro e este, por sua vez, discípulo de Tales. Este desenvolvimento cultural que tem início no sétimo século antes de Cristo será bruscamente interrompido, não pela morte de Anaxímenes em 538/524 a.C., e sim pela invasão da cidade pelos Persas em 494 a.C., os quais tudo destruíram e arrasaram, propiciando que a filosofia continuasse a se desenvolver em outro lugar, outra cidade grega.

Cada um destes filósofos desenvolve suas próprias ideias, mas há algo em comum aos três e que irá caracterizar a Escola Jônica de Mileto, localizada na Ásia Menor. O interesse principal destes filósofos se dá pela “Physis”, daí serem conhecidos como físicos. O termo “Physis” faz referência à natureza e, por isto, estes filósofos também são conhecidos como filósofos da natureza. Seu interesse imediato não se dá pelo humano ou pela antropologia como mais tarde encontraremos em Sócrates e sim pelo universo, pelo cosmos, pela física e pela natureza, ou seja, pela origem de tudo ao nosso redor.


 

Cabe a estes filósofos romperem com a explicação mítica e religiosa para a origem do universo e os fenômenos observados na natureza. Em vez de fazerem uso de explicações que envolvam deuses, seres fantásticos e o sobrenatural, darão ênfase ao uso da razão em sua busca de explicação para os problemas que lhes chegam.

Estes pensadores adotam a ideia de arché, ou seja, de um princípio único, de um princípio primordial ou de um primeiro princípio pelo qual tudo teria surgido e se desenvolvido. São, portanto, monistas, pois, afirmam um único princípio que dará origem a tudo e que estará presente em tudo. Para Tales a arché é a água ou o húmido, para Anaximandro o ápeiron, o qual se mostra como sem limites, indeterminado, indefinido, já para Anaxímenes a arché é o “aer”, ou seja, o ar, mas no sentido de um sopro ou de uma névoa densa ou de vapor.

Deixando claro, no entanto, que a arché está no início de tudo, na origem do cosmos ou da natureza, mas não da criação, pois esta ideia de algo ser criado do nada não está presente nos gregos e pertence ao universo cultural judaico-cristão, onde passamos a ter um Deus criador que está ausente nos gregos antigos. Para os gregos teremos um tempo cíclico e a matéria sempre presente, precisando, no entanto, ser organizada de algum modo. Dizer que a matéria é composta pela arché não é sinônimo de que do nada a arché criou a matéria, estamos falando menos da criação no sentido judaico-cristão e mais da composição.

Aliás, cabe destaque que a expressão “cosmos” tende a significar “ordem” e se mostra em oposição ao “caos”. Também que “phisis”, normalmente traduzido por “física”, tem um sentido análogo à “natureza”. Que “arché” tende a significar o primeiro princípio ou princípio único ou princípio primordial do qual tudo é feito e composto.

Neles podemos encontrar perguntas cruciais para a filosofia, bem como a tentativa racional de respondê-las, citemos, dentre outras: de onde tudo vem? Qual a origem das coisas? Do que é composta a criação? Como explicar a pluralidade de seres? Como a matemática se aplica e se relaciona com a natureza?

Estes pensadores tem o mérito de enunciarem alguma coisa sobre a origem de tudo que há sem fazerem uso de mitos, religião e seres fabulosos e ao fazerem tal afirmação proporem por meio da arché que tudo que existe, que toda a pluralidade das coisas observadas, se reduz racionalmente a uma unidade. A arché é a unidade na pluralidade.

Cabe a eles fazer uso da matemática e da observação visando solucionar por meio da razão problemas com os quais se depararam. Não buscam uma explicação ou apresentam uma teoria baseada no espiritual ou sobrenatural e sim na observação da natureza, podendo ser considerados materialistas. E, neste tocante, cabe lembrar que o princípio único, arché, seja este a água, o ápeiron ou o ar é um elemento material e não abstrato.

Com eles e a ideia de arché, temos um ponto de ruptura com toda a tradição anterior presente nas diversas religiões e mitos, não somente dos gregos, mas também de todos os outros povos. No lugar de crenças, agora o saber passa a ser baseado na investigação racional a par com a observação da natureza.

Este princípio, arché, por ser capaz de criar, organizar e ordenar a matéria, é também um princípio vivo, logo, temos presente o hilozoísmo, pela qual toda a matéria ou mesmo toda a natureza, é animada por um princípio ativo. A vida está presente em tudo, mesmo na matéria inerte.

Nestes filósofos podemos partir de uma divisão inicial fundamental para tudo que há: o princípio e o derivado. Por princípio entendemos a arché e por derivado tudo o mais que existe.

Estes filósofos entendem que há um princípio único, arché, e que este está presente em tudo, foi a origem de tudo e tudo irá para ele retornar. Este elemento material, arché, que tudo originou, é dinâmico e vivo e tende a se opor a toda passividade presente onde quer que possamos aparentemente observar, pois tudo está repleto de vida.

Nestes pensadores podemos constatar a presença de três teses básicas: 1- Tudo é formado pela arché (água, ápeiron, ar), um elemento material, primeiro princípio, princípio único, princípio primordial, o que nos põe diante do monismo; 2- Como tudo é constituído pela arché, esta passa a ser a responsável pelas leis e regras encontradas em toda a natureza; 3- A arché tem algo de divino. Não é correto afirmar que a arché é divina e por este motivo tudo cria e organiza, mas justamente o oposto, pelo fato dela tudo criar e organizar, passa a ser divina. Como tudo é formado pela arché (água, ápeiron, ar) tudo é divino, a natureza é divina e como disse Tales: “Todas as coisas estão cheias de deuses”. Este deus presente nas coisas a nossa volta não é transcendente e sim imanente, não se trata de um deus pessoal ou criador, mas o divino se irradia de tudo e, por isto mesmo, temos presente o panteísmo.

Outras três teses fundamentais que encontramos nos filósofos de Mileto: 1- monismo, em decorrência da arché; 2- hilozoísmo, já que tudo é composto e organizado pela arché e esta é algo vivo; 3- panteísmo, pois o princípio primordial é divino pelo fato de tudo criar, organizar e estabelecer as leis e regras que regem o universo e se tudo é composto pela arché e esta é divina, então o divino está em tudo e é imanente.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

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