Por: Silvério
da Costa Oliveira.
----- Original Message -----
Subject: Lesbianismo na adolescência
Antes de mais nada boa tarde! Estava
pesquisando sobre o assunto no qual me refiro acima e deparei com você através
do google. Sou mãe de uma adolescente de 17 anos e desde os 15 ela se encontra
numa fase (espero que seja uma fase) lésbica. Sei que não devo pedir ajuda
desta forma, mas você pode me orientar no sentido de adquirir um livro seu que
aborde este assunto. Sei também que não poderei ir até aí, pois moro em São
Paulo. Agradeço sua atenção e peço desculpas pela liberdade que tomei. Na
verdade não sei mais o que fazer, estou desesperada.
L.
Comecemos por
encaminhar L. para uma visita ao meu blog “Ser Escritor”
www.doutorsilverio.blogspot.com
onde poderá encontrar diversos textos sobre sexualidade e homossexualismo a
partir dos marcadores ali disponíveis, bem como, uma visita ao meu site onde
disponibilizei livros e quatro catálogos bibliográficos de minha autoria, todos
no formato PDF. Recomendo em particular o “
Catálogo
bibliográfico sobre sexo” e os livros “
Sexo,
sexualidade e sociedade” e “
Falando
sobre sexo”.
Para início
de conversa, cabe frisar que o homossexualismo, seja este masculino ou feminino,
não é visto pelos profissionais de saúde como algo doentio ou anormal, não
sendo portanto passível de tratamento. Politicamente o homossexualismo é
encarado como uma escolha, uma opção sexual feita pelo indivíduo que se assume
dentro de sua verdadeira identidade, no entanto, como psicólogo devo afirmar
que sem negar a possibilidade de escolha, a coisa é de fato mais profunda, uma
vez que a sexualidade do indivíduo se molda nos primeiros seis anos de sua
vida.
A
adolescência, no entanto, é uma fase de descobertas e novidades e não
necessariamente experiências sexuais homossexuais nesta fase farão com que o
sujeito em sua vida adulta opte preferencialmente por um comportamento
homossexual. Não podemos descartar a possibilidade de ser algo passageiro, como
muitas outras coisas na vida do adolescente.
Muitas
mulheres em sua vida adulta se casam ou mantêm um relacionamento estável com um
homem e paralelamente, muitas vezes com o consentimento e até mesmo incentivo
deste homem, mantém relações sexuais com outras mulheres. Esta situação é muito
bem explorada pelos filmes eróticos e pornô heterossexuais, onde apesar da
ausência de relações sexuais homossexuais masculinas é bem comum e usual
mulheres mantendo relações sexuais. Também em nossa sociedade o crescimento de
casais que praticam o swing ou troca de casais em clubes específicos para tal
finalidade ou por meio de anúncios em revistas ou sites na Internet abre espaço
para que mulheres casadas ou com relacionamentos estáveis pratiquem sexo com
outras mulheres. A nossa sociedade vem demonstrando uma maior aceitação pelo
homossexualismo feminino, desde que este não se mantenha como comportamento
exclusivo e excludente de relações sexuais heterossexuais.
Eu sugiro
informação de boa qualidade para os pais e para os filhos sobre a sexualidade e
a possibilidade de um acompanhamento por um psicoterapeuta, veja bem, não se
trata aqui de qualquer tentativa infrutífera de curar a homossexualidade, não é
este o caso, refiro-me unicamente a este psicoterapeuta ajudar no encontro de
sua verdadeira identidade, proporcionando instrumentos para uma busca interior,
maior compreensão de si-mesmo e um amadurecimento diante das realidades da
vida.
Claro que os
pais querem o melhor para seus filhos e gostariam que estes fossem iguais a
eles ou que prosseguissem no caminho que os pais não puderam a sua época
trilhar. Muitas vezes os filhos são vistos como apêndices dos pais, que
projetam neles o futuro que estes gostariam de ter vivido em suas próprias
vidas, no entanto, cabe respeitar a unicidade do indivíduo, pois, cada pessoa é
única em seus pensamentos e sentimentos, em seus desejos e fantasias. A melhor
atitude é a de respeito pela individualidade do outro, procuremos ajudar
informando e orientando, mas jamais tomando arbitrariamente decisões que não
nos competem. Como pais devemos ser sábios o suficiente para sabermos o que
podemos mudar e o que não podemos, até onde cabe a nossa intervenção e até onde
estamos abusando e invadindo a privacidade e individualidade de nossos filhos.
Aos pais cabe serem educadores, mas também cabe uma atitude respeitosa diante
do outro.
PERGUNTA: O
que você pensa ou já vivenciou sobre fases e interesses sexuais na vida de
adolescentes?
Prof. Dr.
Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os
Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de
ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)
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