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Teoria Crítica e a Escola de Frankfurt

 

Por: Silvério da Costa Oliveira.

                                                                                                                            

Teoria Crítica

 

O conceito de Teoria Crítica irá ser fundamental na elaboração do pensamento da assim chamada “Escola de Frankfurt”, o “Instituto de pesquisa social”, do qual participaram vários intelectuais de esquerda, fazendo uma releitura de Marx, dentre os quais podemos citar os mais conhecidos como sendo: Horkheimer (1895-1973), Adorno (1903-1969), Marcuse (1898-1980) e Habermas (1929-), dentre outros. A tal ponto este conceito se mostra fundamental dentre os pensadores da primeira geração desta Escola, que para muitos comentadores o termo “Teoria Crítica” se apresenta como sinônimo para “Escola de Frankfurt”.

No livro “Teoria Tradicional e Teoria Crítica”, de 1937, de Horkheimer, e também no livro “Dialética do esclarecimento”, 1947, escrito em conjunto por Horkheimer e Adorno, é apresentado e desenvolvido o conceito de Teoria Crítica, estando esta em oposição à Teoria Tradicional. Na Teoria Crítica teríamos a razão objetiva, já na Teoria Tradicional teríamos a razão subjetiva, formal e instrumental.



 

A Teoria Tradicional é entendida como uma forma de pensar que surge a partir do Racionalismo de René Descartes e seus continuadores, bem como do movimento presente no século XVIII, o Iluminismo, e, mais recentemente do Positivismo. A Teoria Tradicional apresenta a razão de modo subjetivo, formal e instrumental, voltada para os meios destinados a um determinado fim proposto, que deve ser alcançado de modo mais eficiente e com menor gasto de recursos (tempo, dinheiro, mão de obra, etc.), tendo como único critério de verdade o valor operativo da mesma. A razão subjetiva, formal e instrumental tem como finalidade a dominação da natureza, mas também do humano. A razão subjetiva se propõe a adequar os meios aos fins propostos. A razão objetiva busca entender e determinar os fins a serem atingidos.

No pensamento oriundo do Racionalismo, Iluminismo e Positivismo, presente na Teoria Tradicional, pode-se argumentar que conjuntamente com o esclarecimento, a educação e o desenvolvimento das ciências, passaríamos a ter na sociedade também um avanço moral. Já os adeptos da Teoria Crítica argumentam que não, que o desenvolvimento tecnológico e científico não está associado ao desenvolvimento social e moral.

Abre-se com a Teoria Crítica, o espaço para debater porque continuamos a ter conflitos sociais, guerras, e problemas sociais e econômicos, bem como, o porquê da existência da fome, da intolerância e outras mazelas da sociedade.

Segundo esta abordagem teórica, quando a Teoria Tradicional busca descrever as instituições sociais, por meio de seus estudos tende a legitimar as práticas sociais repressivas e injustas, mostrando-as como naturais e objetivas.

A Teoria Crítica se apresenta como uma postura crítica à tradição do pensamento ocidental e também ao pensamento marxista-leninista presente na esquerda política intelectual, se opõe, portanto, ao que chama de “Teoria Tradicional”. Este projeto de desenvolvimento de uma Teoria Crítica e materialista interdisciplinar de base marxista se apresenta na década de 1920 e prossegue pelas décadas seguintes. Neste projeto temos como base comum a pesquisa em ciências sociais e humanas tendo como principal objetivo o entendimento do funcionamento da realidade social e os meios para a sua transformação, em decorrência das contradições e potencialidades presentes nesta mesma sociedade. Este projeto buscava uma integração entre diversos elementos, provindos de distintos campos teóricos, mas priorizando a leitura da obra de Marx e de uma abordagem materialista histórica. Nele temos presente as ciências sociais, a economia, a sociologia, a psicologia social e a psicanálise.

Algumas teses centrais ao Marxismo-Leninismo são abandonadas ou reformuladas, como tal é o caso de: Ser a teoria de Marx algo finalizado e perfeito, que não admitisse mudanças; o potencial revolucionário do proletariado; a ditatura do proletariado; a luta de classes como motor da história (esta luta passa a ser deslocada para a presença das contradições observadas na sociedade); o centro de toda análise social ser a subestrutura econômica. Apesar destas críticas, entendem tais autores que o socialismo é o único caminho possível para superar tudo que há de ruim no capitalismo e proporcionar uma nova vida ao antigo marxismo.

Os intelectuais defensores da Teoria Crítica pretendiam mostrar as formas de controle social presentes na sociedade, fazendo uma análise crítica do capitalismo, do comunismo e do fascismo (também do Nazismo). Entendiam que na URSS havia uma forma de capitalismo de Estado e não o comunismo como proposto nos escritos de Marx.

A Teoria Tradicional busca descrever a realidade tal qual ela se apresenta, enquanto a Teoria Crítica, por sua vez, tem como objetivo a emancipação do humano. Segundo o pensamento desenvolvido pela Teoria Crítica, é por meio de nossa existência e vivência social que podemos desenvolver a nossa consciência.

 

Silvério da Costa Oliveira.

 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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