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Sêneca e o estoicismo em Roma

 Por: Silvério da Costa Oliveira.

 Sêneca

 Sêneca, ou Lucius Annaeus Sêneca (4-65 d.C.). Proveniente de família nobre e abastada. Nasce em Córdoba, Espanha, e ainda bem jovem viaja a Roma onde prossegue os estudos que havia começado com seu pai, Marco Anneo Sêneca, mestre em retórica. Em Roma vive no tempo de três imperadores, Calígula, Claudio e Nero. É um dos principais representantes do assim chamado “estoicismo novo ou estoicismo romano”. Atuou como escritor, filósofo, orador, advogado e senador romano. Sêneca escreveu muito e em diversos gêneros literários (dramas, cartas, tratados filosóficos, peças de teatro). Sua extensa obra conseguiu chegar até os nossos dias, sendo leitura interessante e fonte de conhecimento sobre o estoicismo romano, como cabe citar: “Cartas de um estoico” (Ad Lucilium Epistulae Morales) e “Sobre a brevidade da vida”, “Da clemência”, dentre outras.

Foi responsável pela educação de Nero desde seus 12 anos de idade e quando Nero passou a ser o imperador, aos 17 anos de idade, Sêneca passou a ser, conjuntamente com Afrânio Burros, um de seus principais conselheiros. Mais tarde, o então imperador Nero o condenou à morte por meio de suicídio, pois este havia sido acusado de conspiração contra a vida do imperador. Trata-se da participação na conspiração de Pisão, da qual os comentadores tem opinião de que Sêneca efetivamente não participou, sendo inocente da acusação de conspiração contra o imperador.


 

Apesar de ser visto como estoico pelos comentadores, não deixa de apresentar uma vertente também eclética, onde até mesmo o ceticismo e o epicurismo se fazem presentes. Alguns comentadores, não obstante as belas passagens no pensamento de Sêneca, identificam várias contradições quando se comparam seus escritos sobre distintos temas.

Seus ensinamentos vão de encontro à busca da ataraxia, ou seja, a imperturbabilidade da alma, a paz de espírito, a serenidade e a tranquilidade mental, sempre presente nos estoicos. Entende a filosofia como tendo um valor prático, voltada para o bem viver e a virtude. Adota a divisão da filosofia em três partes, também presente nos estoicos, 1- Física, 2- Lógica (que divide em dialética e retórica) e 3- ética. Em física adota um dualismo na natureza entre matéria e força. Entende que o fogo é a matéria inicial e se encontra em constante movimento a partir de uma razão imanente.

Entende que a parte divina nos humanos é a razão. Admite a providência divina e a existência de deus, entendendo este como a razão universal e imanente ao cosmos, proporcionando ordem a todas as coisas.

A norma moral para ser adotada no comportamento diário visando alcançar a virtude é que devemos viver em conformidade com a natureza e para isto devemos viver em conformidade com a razão, que é o que nos distingue dos demais animais. Sêneca não reprovou a posse e uso dos bens materiais e da riqueza, o que defendeu foi que as pessoas não se apegassem demasiadamente a estes bens passageiros.

Com a obra de Sêneca aprendemos que o tempo é o que possuímos de mais valioso e limitado, uma vez desperdiçado não pode ser obtido de volta. Não é que o tempo nos dado de vida seja pouco, mas o fato de desperdiçarmos este tempo, não vivendo nossas vidas e sim somente existindo. A vida se torna longa o suficiente para quem sabe dela fazer o uso correto.

Não devemos ser escravos dos bens materiais ou das riquezas que possamos obter. Podemos viver com pouco e este pouco é o suficiente para nossa felicidade. Apesar de defender a autossuficiência, entende que é importante manter boas relações de amizade. Ensina a nos preparar para os duros golpes da vida e do destino, imaginando cenários possíveis, por pior que estes possam ser, para não sermos pegos desprevenidos diante dos caprichos da deusa da fortuna.

 Silvério da Costa Oliveira.

 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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