Professor Doutor Silvério

Blog Ser Escritor

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)


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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

O Racionalismo e as ideias de René Descartes

 Por: Silvério da Costa Oliveira.

 René Descartes (1596-1650) nasce na França e morre na Suécia aos 53 anos de idade, sendo hoje considerado não somente o fundador do movimento filosófico intitulado Racionalismo, mas da própria filosofia moderna ao introduzir a novidade de fornecer destaque e importância essencial em sua filosofia a figura do “eu”, enquanto sujeito do conhecimento. Para o entendimento do sistema filosófico de Descartes, suas três principais obras são: “Discurso do método”, de 1637, “Meditações”, de 1641 e “Princípios de filosofia”, de 1644.


Podemos, a par com o pensamento de Descartes, criar uma ideia mental ou metáfora para o conhecimento como sendo uma árvore, na qual a raiz é a metafísica, o tronco a física e os diversos galhos representariam as ciências, tudo isto integrando a filosofia enquanto conhecimento uno que ao partir de um método correto aborda temas distintos de investigação. Seus três principais galhos / ciências, são respectivamente a mecânica, a medicina e a moral, que, por sua vez, se identificam com as três aplicações do conhecimento humano: o mundo externo a nós, o corpo humano e o comportamento a ser adotado em sociedade.

Visando o convívio em sociedade e a tomada de decisões cotidianas, Descartes assume para si uma moral provisória, se bem que jamais voltará ao tema e não comporá uma moral ou ética definitiva. Descartes adota três regras para sua moral provisória, apontadas em seu livro “Discurso sobre o método”, a saber: 1- Obedecer as leis e costumes do país no qual vive, manter a religião tradicional e guiar-se pelas opiniões mais moderadas, 2- uma vez tomada uma decisão, permanecer na mesma, 3- empreender esforços para mudar a si e não ao mundo.

O método de Descartes pode ser coerentemente sintetizado em quatro regras, de acordo com o próprio, a saber: 1- Só admitir como verdadeiro o que seja evidente que é verdade, aceitando somente ideias claras e distintas e evitando a precipitação. 2- Dividir um problema em quantas partes seja possível visando uma melhor solução, 3- Seguir em ordem do mais simples ao mais complexo, 4- Revisar tudo para ter certeza de nada ter omitido ou errado. Dito de outro modo: 1- evidência, 2- análise, 3- síntese, 4- enumeração.

Há em Descartes três tipos de ideias: 1- adquiridas, que se dão por meio da experiência sensível e pelo convívio em sociedade com outras pessoas ou mesmo pelo ensino formal, 2- artificiais, provenientes de nossa imaginação criativa, 3- inatas ou naturais, que não são produzidas por nós e nem são recebidas pelos nossos sentidos, são evidentes, intuitivas e verdadeiras, se originando em Deus.

O conhecimento evidente em si, qualquer que seja este, é formado por ideias claras e distintas. Sua verdade é sua evidência. A verdade deve sê-lo independente de qualquer crença, autoridade ou tradição. Por meio de uma verdade pode se intuir outras, dentro de uma cadeia de intuições racionais e dedutivas. Uma verdade deve ser acessível a todo ser pensante.

Para encontrar sua primeira verdade, donde há de erigir todo o seu sistema filosófico, Descartes fará uso da dúvida metódica, radical e hiperbólica, pelo qual se propõe a indagar sobre o último critério de toda a verdade. Não se trata de duvidar do modo como o fariam detentores de doutrinas céticas e sim de usar a dúvida como instrumento para encontrar uma única verdade imune a qualquer possível conhecimento, algo que em si mesmo seja claro e evidente e não dependa de qualquer experiência posterior.

Para conseguir levar a termo sua dúvida até os fundamentos mesmo da lógica e matemática, Descartes faz uso da hipótese de um Deus enganador ou de um gênio maligno.

A dúvida hiperbólica e metódica de Descartes passa por três pontos importantes, a saber: 1- os sentidos, 2- o sonho e, 3- o deus enganador ou gênio maligno. Toda a informação proveniente dos sentidos pode ser negada tomando por base que um dia já tive a experiência de ter sido enganado pelos meus sentidos e se não me foram confiáveis uma vez, podem não ser confiáveis novamente. Já pelo sonho, temos que poderia estar sonhando e não acordado. Como saber se estou ou não sonhando? E, finalmente, pelo argumento do deus enganador ou gênio maligno podemos colocar em dúvida as verdades restantes, tais como as provindas da lógica e da matemática.

Por meio da dúvida hiperbólica pomos tudo em dúvida e suspendemos a certeza sobre nosso juízo, mas mesmo pondo tudo sobre dúvida, não posso negar que eu, enquanto penso e duvido, sou algo, daí o “penso, portanto sou” ou “penso, logo sou”. Alguma coisa existe enquanto penso e esta coisa sou eu, mas trata-se de usar mais acertadamente o verbo “ser” e não o verbo “existir”, pois, a referência aqui cabe ao primeiro verbo e não ao segundo, estamos falando do “ser”. Também há de se notar que não sou eu, meu corpo e a imagem que tenho de mim quando me olho em um espelho que comprovo que existe e sim somente o pensamento de um ser que duvida, seja lá o que for este ser, sei que sou eu, mas não sei o que sou além de puro pensamento.

Com certeza, além da importância e atualidade ainda em nossos dias do pensamento e obra de René Descartes para não somente a filosofia, mas mesmo para a base de nosso conhecimento humano em suas diversas disciplinas e na sua fundamentação e desenvolvimento histórico, cabe reforçar que no século XVII, onde ainda imperava em filosofia a escolástica e seus modos de analisar os problemas e apresentar soluções, é Descartes aquele quem inaugura o rompimento com esta abordagem a partir do livre exame pela razão humana e daí outra grande novidade que é a priorização da autoridade da razão sobre qualquer outra que se possa aventar. Diante de uma sociedade que buscava novos caminhos para a obtenção de um conhecimento certo e que vira recentemente a perda de valores e verdades aceitas por séculos pela nossa civilização, Descartes empreende a busca por um método que permita percorrer um caminho seguro em busca da verdade pelas ciências e filosofia, evitando por tal método o caminho dos erros, permitindo-nos diferenciar o que seja verdadeiro do que seja falso.

Com Descartes e sua filosofia a ênfase sobre o julgamento do que seja certo ou errado sai dos livros e das pessoas para a autoridade expressa pela razão humana. Antes a verdade estava na autoridade inquestionável de textos religiosos ou eruditos, consagrados pela tradição e pela interpretação dos mesmos por determinadas pessoas específicas, sendo estas pessoas e livros vistos como a autoridade, agora não mais, pois a autoridade a ser seguida é a razão que possuímos.

Na filosofia de Descartes as verdades se apresentam após serem extraídas pela força da razão da dúvida hiperbólica que tudo abrange e são elas em total de quatro, a saber e nesta exata ordem: em primeiro lugar é que eu, enquanto penso e duvido, sou. A segunda se dá sobre a existência e essência de Deus, pois, se fosse eu a única criatura existente me daria todas as perfeições que posso imaginar e como conheço perfeições que reconheço não possuir, há a necessidade de haver um ser perfeito que as possua e este ser tem obrigatoriamente de existir, pois, sua inexistência seria uma imperfeição nesta criatura. Em terceiro lugar temos que já que concluímos que um ser perfeito existe e que dentre seus atributos está, dentre outros, o de ser perfeitíssimo, sapientíssimo e boníssimo, não posso racionalmente admitir que um ser boníssimo permita que exista um gênio maligno para me enganar e um deus enganador estaria demonstrando alguma carência ou falta que não seria viável em um ser perfeitíssimo, portanto, todas as verdades matemáticas / geométricas são inegavelmente verdadeiras. Acrescento que o ser criado não pode ser mais perfeito que o criador, pois é deste que obtém sua perfeição e quanto melhor o criador, melhor também será sua criação. Se deus cometesse erros e não fosse sapientíssimo não poderíamos ter certeza que nós, seres criados, não tivéssemos em nós mesmos, erros graves que nos impedissem de atingir o conhecimento verdadeiro. Por último, chegamos a quarta verdade que é a existência da extensão, das coisas extensas, do mundo material, dos corpos. Saindo da dúvida sem ficar preso no ceticismo e de posse de uma base sólida dada por verdades reais que nos permita buscar o conhecimento sem o risco de nos perdermos em erros e fantasias fora da realidade. De posse destas verdades iniciais e das etapas que levam ao método, podemos buscar a verdade em uma filosofia e conhecimento científico unificado por um método universal, verdadeiro e válido.

 Silvério da Costa Oliveira.

 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

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