Pular para o conteúdo principal

Antonio Labriola

 

Por: Silvério da Costa Oliveira.

 

Antonio Labriola

 

Antonio Labriola (1843-1904) filósofo italiano que nasce em Cassino, Lácio, e falece em Roma aos 60 anos (e sete meses) de idade. Nasce em uma família classe média e desde jovem demonstra interesses pelas áreas de humana e social, em particular a filosofia e a literatura. Na Universidade de Nápoles Federico II, estudou filologia e filosofia, tendo sido influenciado pelos filósofos idealistas alemães, em particular Hegel, mas também cabe destacar a influência provinda do pensador italiano Bertrando Spaventa.

Labriola lecionou filosofia em várias instituições antes de ser nomeado professor universitário. A partir de 1874 passa a atuar como professor em Roma, atividade que somada aos seus escritos, irá manter até o final de sua vida. A partir de 1889 se assume como socialista, mas desde 1873 já fazia críticas ao Liberalismo. Labriola é considerado pelos comentadores como sendo o primeiro marxista italiano. Os comentadores também destacam ter Labriola trocado correspondência com Engels. É dado destaque a ser Labriola o primeiro acadêmico a introduzir na Itália o pensamento de Marx e Engels, ainda no século XIX, ajudando na difusão do mesmo. Seu pensamento teria exercido alguma influência sobre Benedetto Croce e Antonio Gramsci, em verdade, alguns comentadores consideram que Labriola influenciou, dentre outros, Gramsci, mas este ponto tem sido superestimado em relação a realidade dos fatos.


 

Posiciona-se contrário às interpretações marxistas de base positivista e darwinianas. Labriola se mostra como um pensador isolado ou mesmo menor, dentro da época da segunda internacional comunista, pois, trata-se de um pensamento original e de um pensador singular que irá buscar as origens do marxismo da dialética de Hegel.

Sua interpretação do marxismo se dá por meio de uma via filosófica e não somente política ou econômica. Enquanto em sua época havia uma tendência a entender o marxismo como pronto e acabado, uma teoria fechada, Labriola o entendia como um método de análise crítica da realidade social. Labriola defendia uma abordagem mais filosófica e dialética, discordando de interpretações dogmáticas do marxismo. Foi na década de 1890 que ele publicou suas mais influentes obras sobre o marxismo, ajudando a divulgar e consolidar entre a intelectualidade italiana a abordagem marxista. Seu papel histórico não foi o de um revolucionário ou líder político, mas sim de proporcionar o debate acadêmico sobre o marxismo, vindo a influenciar gerações subsequentes de intelectuais italianos.

Entende o marxismo como uma teoria da práxis, sem verdades absolutas. Entende o comunismo como uma atividade prática e relacionada com a noção de arte, o marxismo enquanto arte, que permite ultrapassar a fantasia utópica de pensadores do passado para o realismo presente em Marx e Engels. Por meio da arte do comunismo pode-se reconstruir a sociedade por meio da ação política e pedagógica. A sociedade sem classes irá substituir o Estado criando uma futura nova sociedade comunista. O governo será um auto-governo diante do trabalho a ser feito e, deste modo, deverá enfocar os aspectos técnicos e pedagógicos presentes na natureza humana. Este comunismo arte há de possuir uma dupla natureza, sendo ao mesmo tempo uma filosofia da ação, da práxis, diante da tomada do governo e da afirmação do proletariado e, ao mesmo tempo, no tocante à realização deste governo, os aspectos administrativos e pedagógicos.

Labriola destaca o caráter crítico presente no marxismo e a dialética como sendo um fio condutor e não como um tipo de padrão, modelo, receita a ser por todos seguida. Segundo o pensamento de Labriola, o marxismo se apresenta essencialmente como sendo um método de análise das relações sociais, e não análise de textos escritos por marxistas.

Ao afastar a ideia de imutabilidade dogmática do marxismo, este passa a ser entendido dentro do movimento de mudança dialética histórica, sujeito também a transformações na medida em que novos conhecimentos venham a ser desenvolvidos. Logo, não deve ser tratado como se fosse uma religião ou algo semelhante, não deve ser entendido como uma coleção de dogmas políticos. O marxismo precisa ser constantemente renovado e aplicado às reais condições concretas presentes na sociedade.

Não se deve buscar no marxismo uma relação mecânica ou unilateral entre as partes envolvidas, mas sim uma interdependência dinâmica presente nas transformações sociais. Deste modo, se afasta Labriola de interpretações simplistas sobre o marxismo, mais voltadas para um único fator determinante, como no caso a economia. A história deve ser vista como sendo um processo dialético e não linear, no qual as contradições se fazem presentes. Não é correto pensar em um progresso linear em direção ao socialismo / comunismo.

 

ALGUMAS DE SUAS PRINCIPAIS OBRAS

 

1. Sobre o Materialismo Histórico. Título original: In memoria del Manifesto dei comunisti. Ano: 1895.

Trata-se de ensaio sobre o “Manifesto comunista”, no qual é discutida a importância do materialismo histórico enquanto método usado na interpretação da história. Temos destaque para a ideia de que o marxismo não pode ser entendido como uma doutrina fixa, e sim como uma ferramenta crítica voltada para a análise da sociedade em constante transformação.

2. Ensaios sobre a Concepção Materialista da História. Título original: Saggi sulla concezione materialistica della storia. Ano: 1896.

Coletânea de ensaios sobre o marxismo, diferenciando-o de formas mecanicistas e deterministas. Cabe o uso da dialética dentro da compreensão do materialismo histórico, bem como, o destaque das relações sociais e do papel ativo dos sujeitos da história.

3. Socialismo e Filosofia. Cartas a Georges Sorel. Título original: Discorrendo di socialismo e filosofia – Lettere a Georges Sorel. Ano: 1897.

Cartas trocadas entre Labriola e Georges Sorel. Aqui temos uma apresentação das ideias de Labriola sobre o socialismo e o materialismo histórico, bem como, uma crítica das interpretações dogmáticas do marxismo e uma ênfase em que seja feita uma abordagem com o devido rigor filosófico.

 

Silvério da Costa Oliveira.

 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Homem que usa calcinhas

Por: Silvério da Costa Oliveira. ----- Original Message ----- Subject: HOMEM QUE USA CALCINHAS BOA TARDE DR. SILVÉRIO... DESCULPE-ME PELA OUSADIA EM LHE ESCREVER ESTE E-MAIL, MAS É QUE AO PERCEBER SUA ABERTURA EM RECEBER E-MAIL´S VENHO POR MEIO DESTE, EXPOR O MEU PERFIL E FAZER ALGUMAS PERGUNTAS SE ME PERMITIR:  01) SOU UM HOMEM COM 51 ANOS DE IDADE, CASADO, FILHOS MAS QUE DESDE BEM NOVO NOTEI A MINHA TENDENCIA DE ME MANIPULAR NO ANUS... ISSO FOI EVOLUINDO GRADATIVAMENTE ATE ME CASAR. COM POUCO TEMPO DE CASADO POR SORTE MINHA MINHA, A MINHA ESPOSA PROCUROU ME ACARICIAR NESTA PARTE TÃO PRAZEIROSA QUE É O ANUS. DE CARICIAS PASSOU A PENETRAÇÕES E ISSO ME LEVA AO PRAZER... HOJE TEMOS UMA COLEÇÃO DE VIBRADORES E BRINCAMOS BASTANTE...  02) DESDE A MINHA PRE-ADOLESCENCIA QUE TIVE O FASCINIO POR CALCINHAS. AS ESCONDIDAS PEGAVA CALCINHAS DAS MINHAS IRMÃS E ME MASTURBAVA ESFREGANDO-AS EM MEU PENIS.... QUANDO ME CASEI DEI CONTINUIDADE COM AS CALCINHAS DA MIN...

Mulher descobre o encanto de seu marido por travestis

Por: Silvério da Costa Oliveira. ----- Original Message ----- Subject: Ajuda! Olá Dr. Me chamo A.B., Procurando artigos relacionados a sexualidade, exatamente homens que se interessam por travesti, encontrei seu site, me vejo meio perdida, pois fazem 12 anos q sou casada e recentemente descobri q meu marido é viciado em filmes pornôs mas só que de travesti, me senti um lixo, arrasada e humilhada. Ele fica na frente do computador se masturbando. Gostaria que o você me ajudasse, me explicando como surge esse tipo de interesse e por que? Obrigada, A.B. ----- Original Message ----- Subject: RE: Ajuda! Olá Dr. Silvério, primeiramente quero agradecer pelas palavras e por ter respondido meu e-mail. Eu irei sim com  prazer ler seus livros, inclusive eu ja tinha  entrado em seu site e me interessei sim. Com questão a esse drama que venho passando eu ainda continuo com duvidas, na verdade Dr. eu fiquei um pouco confusa, pois na minha...

Perda de sensações na glande e diminuição no prazer do ato sexual

Por: Silvério da Costa Oliveira. ----- Original Message ----- Subject: Pergunta........ Caro Dr. Silvério, Achei o seu site numa busca feita na internet. Tenho um problema que me incomoda ha anos e ate agora ninguém (psicólogo, terapeuta, urologista, etc...) foi capaz de me dar um resposta e apresentar uma solução satisfatória para o meu problema. Nas primeiras vezes que transei (fazem bem uns 15 anos) eu sentia um prazer tão intenso no meu pênis. Esse prazer se espalhava pelo corpo e no outro dia eu sentia flutuando. Foram as únicas vezes que senti assim. Com o passar do tempo fui perdendo a sensibilidade no pênis. Quando uso camisinha e que não sinto nada. Às vezes parece que nem tenho pênis. Todo o resto funciona normal. Tenho ereções, ejaculo, tenho orgasmo e desejo sexual. So que nao tenho mais as sensações na glande. Por acaso o Sr. já ouviu algum problema assim. Consegue me orientar de alguma forma. Agradeço desde de já, J.X.C. Começo sugerindo...