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Introdução ao Romantismo

 

Por: Silvério da Costa Oliveira.

 

Introdução ao Romantismo

 

O Romantismo também é fruto de seu tempo histórico. Os séculos XVIII e XIX foram palco de profundas mudanças sociais, políticas e culturais ocasionadas por acontecimentos marcantes. Tivemos a Revolução Industrial, a Revolução Americana, a Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, dentre outros eventos.

O Romantismo foi um movimento cultural, artístico e literário Europeu que se espalhou por todo o mundo (em sua origem alemã, veja o movimento literário e Romântico “Sturm und Drang” (tempestade e violência), entre 1760 e 1780), que busca a criatividade e a liberdade do espírito ou consciência. O Romantismo tem início no final do século XVIII e prossegue até o final da primeira metade do século XIX, quando é substituído pelo Realismo.


 

Sua origem alemã é defendida por comentadores que entendem que três obras são em si responsáveis por iniciar este movimento, a saber: 1- “O pólen”, 1798, de Novalis; 2- “Fragmentos” (publicados em partes entre 1798 e 1800, na revista Athenaeum), de Friedrich Schlegel; 3- “Baladas líricas”, publicado em 1798, de Words e Coleridge. Por sua vez, o termo “Romantisch” ressurge (pois o termo “Romântico” já havia sido usado anteriormente para designar um tipo de literatura popular e medieval) dentro deste contexto a partir de discussões literárias na Alemanha. Há comentadores que consideram Goethe como sendo o autor da primeira obra literária romântica, no caso, o romance “Os sofrimentos do jovem Werther” ("Die Leiden des jungen Werthers"), 1774. De qualquer modo, fica nítida a preferência em comentadores por uma origem alemã para este movimento.

Dentre seus principais representantes, temos Schlegel, Goethe, Herder, Schiller, Novalis (Friedrich von Hardenberg), Hölderlin e também os filósofos incluídos dentro do movimento intitulado Idealismo Alemão (Fichte, Schelling, Schleiermacher e Hegel), pois todos sofreram influência e também influenciaram o Romantismo. A diferença se encontra mais na forma de trabalhar os temas abordados, seja de um modo mais racional e filosófico por parte do Idealismo Alemão, ou mais para a arte, literatura, poesia, por parte do Romantismo.

O Romantismo inspirou vários campos da arte, tais como a literatura, a pintura, a escultura, a arquitetura e a música. Ultrapassou as fronteiras da Alemanha, estando presente em diversos países com representantes significativos do movimento. Brasil: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, José de Alencar, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Castro Alves; Inglaterra: Lord Byron, Walter Scott; Portugal: Almeida Garrett; França: Victor Hugo. Dentre muitos outros.

O Romantismo apresenta por parte de seus integrantes uma atitude e uma visão do mundo, ambas centradas no indivíduo. Deste modo, o Romantismo há de se diferenciar e contrapor a outro grande movimento, o Iluminismo, pois, este busca a objetividade e prioriza a razão, já o Romantismo busca a subjetividade e prioriza as emoções e sentimentos.

Algumas características presentes nas obras artísticas presentes no movimento do Romantismo, são: se opor ao modelo anterior e clássico da arte; adotar na escrita o texto longo, em prosa; focar no sujeito e sua individualidade; ter uma preocupação com o desenvolvimento histórico; exaltar o nacionalismo; dar destaque a natureza; valorizar os sentimentos e emoções, o subjetivismo; trabalhar o mito do personagem “herói”, idealizar a sociedade, o amor e a mulher; manter uma nostalgia para com a infância passada; o humano se apresenta ocupando um lugar no centro do universo, temos uma forma de egocentrismo. Dentre as principais características presentes neste movimento temos um foco ampliado na fantasia, no sentimento, na paixão, na imaginação. Também o nacionalismo, a religiosidade e a idealização da mulher, bem como, uma fuga da realidade.

Podemos citar como características: Valorizar os sentimentos e emoções, ênfase na importância do sonho, valorização da originalidade, busca do exótico (quanto mais diferente o lugar, mais fácil fantasiar, fazer uso da imaginação), exaltação da natureza, gosto pela Idade Média, defesa de ideais nacionalistas, defesa das liberdades individuais e da liberdade do povo dentro da nação, entendimento de que Deus é imanente estando presente em toda a natureza, individualismo, ênfase nos sentimentos e emoções, subjetivismo, idealização da mulher, idealização do amor e idealização da nação.

Este movimento valoriza o desenvolvimento histórico, a formação na nação unindo determinado povo, e a religiosidade presente no humano. Entende que a elaboração cultural de um povo, incluindo a religião, é um produto histórico. Há uma valorização da subjetividade humana, das emoções e sentimentos, do indivíduo, da liberdade de pensamento.

A idealização de uma realidade outra, distinta da vivida pelo romântico é algo presente neste movimento. Era comum para o artista retratar um determinado herói que se rebelasse contra as injustiças sociais e opressões políticas presentes na sociedade. O artista romântico, portanto, objetiva deste modo, tentar questionar e mudar por meio de sua obra o modo de vida e a sociedade de sua época. Por meio de sua produção e da criação de um herói, busca-se manifestar o desejo por parte deste indivíduo de ter uma pátria, construir uma nação, conquistar um amor idealizado, algo perfeito e fora da realidade, tendo seu enfoque voltado para suas expectativas e sentimentos subjetivos.

A subjetividade estava presente, bem como a individualidade, sendo valorizadas as opiniões e a percepção do mundo do sujeito. Há uma valorização da originalidade nas artes, buscando mostrar a visão pessoal do autor sobre a sua produção. Por meio da subjetividade a pessoa pode expor suas opiniões, seus sentimentos, suas emoções. Há uma fuga da realidade concreta para um mundo idealizado pelo autor. Podemos observar também uma exaltação da solidão e uma fuga da cidade.

Presente no Romantismo nós temos: o egocentrismo (o humano como centro do universo, foco no sujeito, ênfase no indivíduo), sentimentalismo, nacionalismo, idealização do amor e da mulher. Trata-se também de um movimento notívago, pois, seus integrantes adoravam a noite e não raro trocavam o dia pela noite.

O pessimismo também é uma constante nas obras Românticas. Ao se deparar com a impossibilidade de viver em um mundo idealizado, o autor ou o personagem “herói” de seu romance, tende a demonstrar sentimentos tais como: angústia, solidão, desespero, tristeza, frustração. Devido a não somente o “herói” na literatura romântica apresentar este quadro de sentimentos, mas também o artista romântico, este estado de espírito ficou conhecido como sendo o “mal do século”. A saída para o “herói” por vezes é encontrada na morte, no suicídio, na fuga para a natureza, na busca de sua nação e pátria. Há também uma busca por um retorno a um tempo histórico passado e idealizado, onde torna-se possível o ato heroico, a coragem, o amor. Em obras da literatura na Europa deste período busca-se como herói o cavaleiro medieval defendendo sua pátria, já no Brasil, como o contexto histórico é diferente, a busca se orienta para o indígena, o habitante das florestas mesmo antes da chegada do homem branco português.

No Romantismo a natureza é exaltada e valorizada, se transformando em um personagem como o próprio eu individual de cada um e deste modo, podendo transmitir emoções, tais como a tristeza, a alegria, e o sentimento diante de vitórias e derrotas. A natureza é mais do que a fauna e a flora, mostra-se como sendo uma força incontrolável e divina que fascina os românticos. Por vezes são descritas literariamente ou pintadas, paisagens exóticas e belas, podendo também a natureza ser usada para exaltar o sentimento de nacionalidade, destacando as diferenças entre sua nação e as demais.

 

Silvério da Costa Oliveira.

 


 

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.

Site: www.doutorsilverio.com

(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

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