Por: Silvério
da Costa Oliveira.
----- Original Message -----
Subject: Um relacionamento aberto pode dar
certo?
Dr. Silvério,
Dei uma lida com bastante interesse em seu
site e gostaria de lhe expor a minha atual situação.
Eu estou noivo a 3 anos, ainda não casei
devido ao fato de não ter emprego. Mas, mesmo antes do casamento, deixo bem
claro para minha noiva que eu não sou do tipo de homem ciumento (meu pai é
extremamente ciumento com minha mãe). Pelo contrário, deixo claro que sei
separa muito bem o tesão, a atração física do amor. Ela parece gostar da idéia,
pois acabou revelando já ter ficado com um colega de trabalho umas 3 vezes, mas
tem medo do que possa vir a senti por ele. Eu tento falar para ela que isso não
passa de atração física, que ela ama a mim, e ela concorda com essa linha de
pensamento.
Será realmente possível haver um
envolvimento físico com outras pessoas, sem que isso acarrete um envolvimento
sentimental? Pois assim haveria a possibilidade de ela, passando a gostar de
outra pessoa, me deixar para ficar com ela. Isso pode então transformar a minha
idéia de relacionamento aberto em uma armadilha, que poderia por fim ao nosso
relacionamento.
Espero que o sr. possa me ajudar.
Abraços.
“A.B.”
Em casos como
este, recomendo uma visita ao meu site onde a pessoa poderá baixar o “Catálogo bibliográfico sobre sexo” e os
livros “Sexo, sexualidade e sociedade”
e “Falando sobre sexo”. Em
particular, sugiro a “A.B.” a leitura do capítulo 5 “Comportamento. Casais liberais: O sabor da aventura no casamento”,
de meu livro “Falando sobre sexo”.
Este capítulo originariamente foi uma entrevista que eu dei para a revista Ele
Ela sobre relacionamentos abertos.
Há casais que
vivem em relacionamentos abertos no sentido sexual, é uma possibilidade de
relacionamento desde que aceita e consentida por ambos. A possibilidade de
sermos trocados por outra pessoa existe sempre, em relacionamentos abertos ou
fechados. Afinal, nada impede que um dos parceiros tenha encontros furtivos com
outra pessoa, mesmo nos relacionamentos mais fechados. Faça aquilo que lhe der
mais prazer e tesão e que seja de acordo com o prazer e tesão de sua
companheira. Mas não tenha medo de perda, pois, afinal, na vida nós sempre
perdemos aqueles a quem amamos, seja para a vida ou para a morte.
Quando
gostamos de alguém é normal termos receio de que esta pessoa venha a gostar
mais de outra e nos deixe, afinal, isto faz parte da vida como ela é, o que
diferencia as pessoas mais saudáveis das doentias é que as primeiras vivem o
momento presente e curtem neste momento a felicidade de estar com quem gostam,
já as pessoas doentes não conseguem viver o momento presente, pois, ficam
sempre preocupadas com um futuro incerto onde as pessoas e coisas boas que
agora estão presentes poderão estar ausentes. Viva o momento e viva-o
intensamente.
No entanto,
cabe lembrar novamente que abrir o relacionamento no sentido sexual irá mexer
com sentimentos de ambos os parceiros e poderá liberar ondas de ciúmes. Nem
todos os casais estão preparados para viver tal relacionamento e a tentativa
poderá ajudar a naufragar um relacionamento que já tinha seus pontos fracos.
Não é porque algo é bom para uns que será bom para todos e não é pelo fato de
desejarmos algo que irá nos agradar viver a experiência. Alguns desejos e
fantasias ficam melhor se conservados em nossa mente, longe de sua realidade
material.
Em todos os
relacionamentos há regras implícitas e explícitas e é por meio destas regras
que os casais se mantém juntos. Se há um envolvimento físico e sexual com
alguém, claro está que também podemos ter um envolvimento emocional e afetivo,
seria doentio se assim não fosse. Veja bem, sexo é uma coisa e amor é outra,
são coisas diferentes que às vezes temos com a mesma pessoa e às vezes não, no
entanto, na medida em que a pessoa permite uma abertura para a outra, havendo
compatibilidade e reciprocidade, esta abertura poderá permitir a troca de
muitas coisas e um possível envolvimento emocional duradouro.
PERGUNTA: Na
sua opinião, abrir o relacionamento no sentido sexual, permitindo ao parceiro
que este mantenha relações sexuais com quem bem entender pode ser algo bom para
“A.B.” e sua noiva?
Prof. Dr.
Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os
Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de
ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)
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