Por: Silvério
da Costa Oliveira.
----- Original Message -----
Subject: Transexualidade...
Oi...
Eu sou um adolescente de 15 anos de idade e
sei que sou diferente dos meus amigos.
Não me sinto como um homossexual, ou um
travesti, mas sim como um transexual. Me sinto como se o corpo que eu tenho não
fosse o meu, como se estivesse errado e eu tivesse que mudá-lo. Na verdade,
desde pequeno eu sempre tive hábitos femininos, meus pais perceberam e me
levaram uma psicóloga (isso com 6 anos) que eu não viraria homossexual, mas na
verdade eu não me sinto assim, não por uma forma de preconceito, mas eu me
sinto na minha mente que eu sou uma garota. Eu queria acordar como uma, viver
como uma e dormir como uma, mas não tenho coragem e não sei como explicar isso
aos meus pais. Eu gosto deles, mas tenho certeza de que não vão entender. Eu
tento ser um aluno exemplar pra futuramente arrumar um emprego e ter a minha
independencia e talvez fazer essas mudanças que eu tanto preciso, mas ainda
falta muito tempo e eu não sei o que fazer.
Não sei ao certo o motivo de estar mandando
esse e-mail para uma pessoa que nunca viu e que eu nunca vi mas eu queria saber
se o senhor poderia me dizer algo que eu possa fazer.
Atenciosamente,
Eu.
“E.H.”
Para casos
como este, que envolvem sexo e sexualidade humana, sugiro sempre inicialmente a
consulta e leitura dos meus trabalhos disponíveis no formato PDF na Internet,
no meu site “Catálogo bibliográfico sobre
sexo”, “Sexo, sexualidade e sociedade”
e “Falando sobre sexo”. Neste caso em
particular sugiro veementemente a leitura e estudo do capítulo 1 “O psicólogo clínico e o problema da
transexualidade” de meu livro “Falando
sobre sexo”.
Minha
recomendação para pessoas como “E.H.” é que leiam a respeito e se informem. A
informação poderá ser a arma mais útil para enfrentar esta situação. Leia o
artigo que lhe indiquei acima e o livro "Vencer é ser feliz: A estrada do sucesso e da felicidade" disponível
nas livrarias ou diretamente com a editora Ibrasa, maiores informações em meu
site.
Como “E.H.”
nos deixa claro pelo seu depoimento, homossexualismo, travestismo e transexualismo
são três comportamentos distintos. Uma pessoa pode apresentar um comportamento
heterossexual ou homossexual e mesmo assim ser transexual. Em verdade, as
pessoas podem ter uma preferência sexual por pessoas do sexo diferente do seu,
por pessoas do mesmo sexo que o seu, por pessoas de ambos os sexos ou
simplesmente não ter interesse sexual por sexo algum. No caso do transexualismo
é mais comum a ausência do desejo de fazer sexo do que o seu oposto. O maior
interesse do transexual é ter um corpo condizente com sua imagem mental.
Em casos como
o narrado por “E.H.” cabe buscar um psicólogo que trabalhe especificamente na
área da sexualidade para fazer uma psicoterapia e buscar melhor compreender a
si mesmo.
PERGUNTA: Se
você fosse pai ou mãe de “E. H.” como lidaria com a situação? Como você imagina
que isto afete emocionalmente os pais? Como você imagina a situação e os
sentimentos dos pais de um transexual? Como você sugere que “E.H.” lide com a
situação e a relação com seus pais?
Prof. Dr.
Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os
Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de
ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)
Comentários
Um grande e Cordial Abraço,
Tania Barros
Quando aponto para a idéia de ter certeza, penso no fato de que um adolescente, passando por várias transformações fisico, psico e emocionais, não pode se deter ao fato de que durante a infância tinha traços femininos... Ou no caso, uma pessoa pode ser transexual por um período e deixá-lo de ser em outro? Digo isso, porque durante minha infância, também tive muitos traços masculinos, e alguns, talvez durem até hoje. Também quis, desde uns 7 anos de idade, ser homem... e na adolescência, tinha certeza de que havia nascido no corpo errado. Não suportava o fato de ter o seios crescendo e queria, muito mesmo, ter um pênis. Tinha mais amizade com meninos e olhava as meninas com outros olhos... e não como homossexual... Foi depois que um professor me disse que eu precisava ser mais feminina, que todos aqueles pensamentos começaram a mudar...