Professor Doutor Silvério

Blog Ser Escritor

Silvério da Costa Oliveira é Doutor em Psicologia Social - PhD, Psicólogo, Filósofo e Escritor.

(Doutorado em Psicologia Social; Mestrado em Psicologia; Psicólogo, Bacharel em Psicologia, Bacharel em Filosofia; Licenciatura Plena em Psicologia; Licenciatura Plena em Filosofia)


Sites na Internet – Doutor Silvério

1- Site: www.doutorsilverio.com

2- Blog 1 “Ser Escritor”: http://www.doutorsilverio.blogspot.com.br

3- Blog 2 “Comportamento Crítico”: http://www.doutorsilverio42.blogspot.com.br

4- Blog 3 “Uma boa idéia! Uma grande viagem!”: http://www.doutorsilverio51.blogspot.com.br

5- Blog 4 “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

https://livroograndesegredo.blogspot.com/

6- Perfil no Face Book “Silvério Oliveira”: https://www.facebook.com/silverio.oliveira.10?ref=tn_tnmn

7- Página no Face Book “Dr. Silvério”: https://www.facebook.com/drsilveriodacostaoliveira

8- Página no Face Book “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

https://www.facebook.com/O-Grande-Segredo-A-hist%C3%B3ria-n%C3%A3o-contada-do-Brasil-343302726132310/?modal=admin_todo_tour

9- Página de compra dos livros de Silvério: http://www.clubedeautores.com.br/authors/82973

10- Página no You Tube: http://www.youtube.com/user/drsilverio

11- Currículo na plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8416787875430721

12- Email: doutorsilveriooliveira@gmail.com


E-mails encaminhados para doutorsilveriooliveira@gmail.com serão respondidos e comentados excluindo-se nomes e outros dados informativos de modo a manter o anonimato das pessoas envolvidas. Você é bem vindo!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Exemplos de tema/assunto, problema e hipótese

Por: Silvério da Costa Oliveira.

Em posts anteriores conversamos sobre a importância e significado do tema/assunto, do problema e das hipóteses, agora iremos complementar este assunto apresentando uma seqüência de exemplos tomando por base uma estrutura de projeto de pesquisa.

Exemplos:

Projeto de dissertação de mestrado
(total de 69 páginas tamanho ofício em espaço dois)
Autor: Carlinhos Zassala
Tema: Educação
Título: A orientação escolar e profissional em Angola: Uma questão opcional ou um imperativo sócio econômico?
Problema: Quais são os efeitos positivos e negativos da lusofonia no processo de ensino-aprendizagem dos alunos do ensino de base, 1º nível em Angola? O fato dos alunos terem uma língua materna diferente da do ensino não dificultaria o processo de aprendizagem?
Os métodos atuais de aprendizagem da língua portuguesa são os mais adequados? O que é que os pais pensam da lusofonia? Os níveis técnico-cultural e psico-pedagógico dos docentes não estariam na base do fraco desempenho escolar verificado no nível do ensino de base regular? O nível sociocultural dos pais não teria um impacto no desempenho escolar dos alunos de ensino de base regular? A implantação da orientação escolar e profissional não resolveria alguns problemas que estão na base deste fraco desempenho escolar? As condições de aprendizagem escolar tanto institucionais como familiares não influenciariam o desempenho ou rendimento escolar dos alunos do ensino de base regular?
Hipóteses:
H1 – A inexistência de um serviço de orientação escolar constitui um fator substancial no baixo rendimento escolar dos alunos do ensino de base regular do 1º nível da província de Luanda.
H2 – As dificuldades lingüísticas estão na base do fraco desempenho escolar dos alunos do ensino de base de 1º nível da província de Luanda.
H3 – O nível escolar e profissional dos professores tem um impacto no rendimento escolar dos alunos do ensino de base do 1º nível da província de Luanda.
H4 – As condições de aprendizagem escolar, quer institucionais, quer familiares, estão relacionadas com o desempenho escolar dos alunos do ensino de base do 1º nível da província de Luanda.

Projeto de dissertação de mestrado
(total de 62 páginas tamanho carta em espaço dois)
Autor: Márcia Cristina Gomes de Pinho
Tema: Autoconceito em crianças superdotadas
Título: O papel da escola na estruturação do autoconceito de crianças superdotadas.
Problema: Crianças superdotadas oriundas de diferentes classes sócio-econômicas teriam seus autoconceitos estruturados de maneira diferente, devido aos valores também serem diferentes?
Como a criança superdotada pensa que é percebida por pessoas significativas na escola (professores e colegas)?
Como os professores percebem o(a) aluno(a) superdotado(a)?
Hipóteses:
H1 – Há correlação significativa entre a classe sócio-econômica que a criança superdotada pertence e a estruturação de um autoconceito positivo.
H2 – A maneira como a criança superdotada pensa que é percebida por uma pessoa significativa, contribui para a formação de um autoconceito positivo.
H3 – As atitudes positivas da criança superdotada em relação à escola e aos professores correlacionam-se com um autoconceito também positivo ou vice-versa.

(Observação: Abaixo temos um projeto anterior ao Doutorado que cursei, trata-se de outra proposta dentro de outra abordagem)
Projeto de tese de doutorado
(total de 36 páginas tamanho carta em espaço dois)
Autor: Silvério da Costa Oliveira
Tema: Criatividade
Título: Estudo cognitivo e social sobre o desenvolvimento do processo de criatividade, sua relação com o imaginário e sua manutenção como parte integrante da personalidade dentro de um contexto individual e social.
Problema: Porque grande número de crianças altamente criativas quando ainda em idade pré-escolar ou nos primeiros anos do ciclo básico de estudos, apresentam gradativa ou brusca diminuição de sua criatividade paralelamente ao seu desenvolvimento cronológico e só um pequeno e reduzido número de crianças altamente criativas torna-se, de fato, em adultos socialmente reconhecidos como altamente criativos?
Hipóteses:
H1 – Existe clara relação e vinculação entre o desenvolvimento do processo de criatividade e a terceira das linguagens ou códigos morfogenéticos, o imaginário (o imaginário representaria o fluxo de pensamento dos seres humanos), tanto com relação ao canal visomotor como também com relação ao canal audiofonético. A partir da ampliação sintagmática e paradigmática do campo da fantasia reencontramos os processos criativos.
H2 – Pesquisas recentes apontam a importância da presença em indivíduos altamente criativos, tanto da independência como também da sensibilidade. Um dos fatores inibidores da criatividade em crianças mais velhas, adolescentes e adultos é a aprendizagem e introjeção de papéis sexuais impostos culturalmente pela sociedade em dado momento histórico, os quais tendem a valorizar a sensibilidade como uma característica feminina e desvalorizar a mesma junto ao estereótipo masculino, já no tocante a independência, esta seria uma característica valorizada junto ao papel sexual social masculino e desvalorizada junto ao papel sexual social feminino, ressaltamos que tal atitude diante dos papéis sexuais sociais está mudando, mas em linhas gerais ainda se espera que homens e mulheres obedeçam a um dado papel sexual social que tende a valorizar características de personalidade e comportamento diferente para cada sexo. Desta forma, a sociedade inibe a criatividade na medida em que inibe o desenvolvimento da sensibilidade junto aos homens e da independência junto às mulheres, pois o indivíduo altamente criativo necessitaria ter desenvolvido tanto sua sensibilidade aos problemas como sua independência com relação ao conformismo social reinante.
H3 – Indivíduos altamente criativos quando adultos, encontraram quando ainda crianças, apoio emocional junto a sua família, em particular junto a sua mãe, o que propiciou a formação de um autoconceito positivo e uma barreira contra as pressões sociais para o conformismo (Denise Morel).
H4 – A ausência de um claro apoio emocional dado por pessoas significativas, destaca-se o apoio da figura materna, pode contribuir para a diminuição da criatividade e para tornar crianças altamente criativas em adultos que não se destaquem neste tocante.
H5 – A criatividade está presente em todos os indivíduos, só variando em grau, desta forma temos diferenças quantitativas no tocante a criatividade nos indivíduos e não diferenças qualitativas (J. P. Guilford).
H6 – O processo de socialização presente no sistema oficial de ensino tende a valorizar o conformismo e a dependência da autoridade expressa pelo professor enquanto sujeito que representa a figura detentora do suposto saber, e da instituição enquanto zeladora dos valores sociais e culturais identificados como importantes, desta forma, crianças altamente criativas são gradativamente reprimidas e tem a sua criatividade inibida por esta não se adaptar ao esperado diante das normas e tradições presentes à instituição escola.
H7 – A manutenção da criatividade no decorrer do desenvolvimento cronológico do indivíduo depende de circunstâncias e fatores cognitivos, sociais, familiares, situacionais e individuais.
H8 – Uma melhor compreensão sobre a linguagem código do imaginário poderá ter implicações pedagógicas positivas sobre o desenvolvimento dos processos criativos, propiciando aos educadores instrumentos para evitar uma atuação inibidora sobre os componentes formadores e manutentores da criatividade, gerando uma atuação em prol do desenvolvimento da criatividade, bem como promover o desenvolvimento cognitivo em geral e propiciar melhor entendimento sobre o processo de criatividade para os próprios sujeitos tidos como criadores e para os pais de crianças altamente criativas.

Observação:
Eis alguns trechos do projeto que norteou os quatro anos de Doutorado em Psicologia Social que cursei na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ e me proporcionou o Título de Doutor.
O Projeto de Tese de Doutorado foi elaborado no decorrer de dois anos de curso e defendido perante banca de três professores doutores em 1 de dezembro de 2004 na UERJ, tendo sido nesta ocasião aprovado no Exame de Qualificação (ou Qualify).
(Trecho retirado da minha Tese de Doutorado, intitulada: “Criatividade, inovação e controle nas organizações de trabalho”)

Projeto de Tese de Doutorado
(total de 352 páginas tamanho A4 em espaço dois)
Autor: Silvério da Costa Oliveira
Tema: Criatividade versus resistência à mudança nas organizações de trabalho.
Título: Criatividade, inovação e controle nas organizações de trabalho.
Problema: Em verdade, o problema atual das organizações com relação à demanda de criatividade/inovação diz respeito a sua capacidade de lidar com a necessidade de controle total sobre a qualidade dos processos de produção sem adotar práticas que sufoquem as iniciativas dos diferentes atores, por vezes arriscadas, mas indispensáveis ao desenvolvimento de condutas criativas e ou inovadoras.
Tais práticas são um reflexo das crenças e valores existentes, bem como da maneira como a organização lida com o seu potencial de criatividade disponível – os seus recursos humanos.

1- Como a cultura e o clima organizacional relacionam-se com a resistência à mudança diante das inovações e a exigência da criatividade?
2- Como a necessidade de controle inerente às organizações de trabalho pode permitir ou conviver com a liberdade presente nos processos de criatividade e inovação?

Hipóteses:
a) a criatividade e a inovação exercem papel significativo na sobrevivência de organizações dentro do atual contexto de globalização;
b) mecanismos de controle explícitos e implícitos atuam constantemente no interior das organizações;
c) a criatividade necessita de um ambiente propício ao seu desenvolvimento no qual destaca-se a importância do clima e cultura organizacional como fatores que podem favorecer ou impedir manifestações criativas no interior das organizações;
d) a criatividade e a inovação necessitam de liberdade, no entanto, esta liberdade não é absoluta, pois cabe certa dose de controle e limite em toda a produção criativa sem que a mesma seja prejudicada.

PERGUNTA: Você pensa em algum tema de pesquisa que lhe agradaria realizar e para o qual você elaboraria um projeto, com tema/assunto, problema e hipóteses?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

domingo, 28 de outubro de 2007

Pênis, não! Clitóris avantajado.


OK!
Por: Silvério da Costa Oliveira.

----- Original Message -----
Subject: transexual
Ola Dr. Silvério, tive visitando sua pag na net. lendo seu artigo e foi justamente após ter lido os 11 sexos de Pamplona que encontrei meu elmo perdido. Bem  tenho 32 anos, sou transexual e embora tenha dentro de mim uma a real nescessidade pela transgenitalização não concordo com parametros usados pra a mesma. Para o CFM , nos transexuais somos seres infelizes , incorformados e insatisfeitos. Sim ja fui tudo isso e muito mais , mas isso não pelo fato de ser transexual, mas somente devido a uma caracteristica humana de sempre recorrer ao papel de vitima do destino.  Já pensei varias vezes em suicidio em virtude de não aceitar meu sexo anatomico. Hj no auge dos meus 32 anos penso completamente diferente: tenho a consciencia que não eh uma vagina que me certifica como mulher afinal não sou e nem serei uma mulher nunca, sou transexual me aceito como uma e amo ser uma. Acho que os seres humanos tem que se acustamr a conviver com o diferente e com as diferenças. Penso sim em fazer a cirurgia, mas hj a vejo como algo diferente, ja encontrei minha paz de espirito mesmo não gostando de ter um clitoris avantajado (penis); e dessa maneira que vejo a tão polemica cirurgia de troca de sexo,  mesmo estando em pleno sec. 21 ainda estar em carater experimental. A vejo como um mero retoque estético, como alguem  que eh linda por dentro mas que por fora precisa de uma plástica. A mulher sempre existiu e existi dentro de mim,   quando conseguir materializa-la (operção) isso não vai apagar ou mudar os anos em que esteve submerssa em meu ser. Isso nos faz transexual, nos dar profundidade, harmonia e amor proprio. Não vou passar dois anos provando pra alguem algo que ja tenho inteira consciencia. Nem vou ficar lamentando ou deixando de viver minha vida em virtude de uma mera condição social. Sim pois o que dertemina o sexo não eh o penis ou a vagina, mas a sociedade. Quero e vou adequar meu sexo, mas antes espero que pelos menos vcs  profissionais da area nos trate com o respeito merecido; como realmente somos, temos inadequação de corpo não de alma.
Grata
“I.”

Acima nos deparamos com mais um dos muitos e-mails que recebo diariamente em virtude de escrever sobre o tema da sexualidade e ser autor de dois livros nesta área, disponíveis em meu site: “Sexo, sexualidade e sociedade” e “Falando sobre sexo”.
Eu respondi sugerindo, como de costume, a leitura dos livros de minha autoria sobre o tema, já citados acima, e em particular o capítulo 1 “O psicólogo clínico e o problema da transexualidade”, do livro “Falando sobre sexo”. Sugeri também a leitura de meu livro “Vencer é ser feliz: A estrada do sucesso e da felicidade”, para melhor trabalhar a auto-estima, sucesso e felicidade pessoal. Procurei deixar claro que compreendia o problema que estava enfrentando, assumindo uma postura empática e desejando que encontrasse uma solução satisfatória para o mesmo. Deixei claro ser minha opinião que o importante é a pessoa se sentir bem consigo mesma, estar de bem com a vida, e que todo o restante são meros detalhes que podem encontrar uma solução satisfatória.
Este capítulo sobre transexualismo tem uma história interessante, antes de ser parte integrante do livro “Falando sobre sexo” publicado neste ano de 2007, foi o mesmo publicado como artigo na Revista SEFLU, da Faculdade de Ciências Médicas e Paramédicas Fluminense, em dezembro de 2001. Mas sua história é ainda mais antiga, gostaria que o leitor acompanhasse o que inicialmente me motivou a escrever sobre este tema.
Em 1999 eu tinha visitado o Canadá, cidade de Toronto, para me informar pessoalmente sobre a possibilidade de lá cursar meu Doutorado (Phd) e quando retornei ao Brasil tinha me esperando um convite para lecionar na Universidade Paranaense – UNIPAR, na cidade de Umuarama, no estado do Paraná. Como a oferta foi muito boa e eu já estava com vontade mesmo de conhecer mais a fundo esta região do Brasil, me mudei para lá e passei a atuar como docente pesquisador nesta instituição, em particular nos campus de Umuarama e Guaíra, onde fiz muitos amigos.
Bem, era comum sair no ônibus ou na van da faculdade conjuntamente com outros colegas professores quando me dirigia de um campus para outro e nestas ocasiões havia oportunidade de conversar por mais de hora com meus colegas docentes. Convivi nestas viagens com muitos colegas de Direito e havia grande interesse deles pelo tema do transexualismo, devido as suas implicações legais, e desejavam se embasar para melhor definir e separar este quadro clínico de outros, como, por exemplo: hermafroditismo, homossexualismo, travestismo, etc.
Estes colegas constantemente me incentivavam a escrever sobre tal tema e cheguei mesmo a começar as pesquisas para elaborar um artigo para a revista da universidade. No início de 2000 eu estava curtindo minhas férias no Rio de Janeiro quando meu pai teve um derrame e após internação veio a sofrer infecção hospitalar e falecer, isto mudou radicalmente minha vida neste ponto histórico e em virtude de outras circunstâncias paralelas, voltei em definitivo para o Rio, onde, ainda influenciado pelas longas conversas tidas com meus colegas no Paraná e agora trabalhando em outra instituição, iria desenvolver o presente artigo e atual capítulo deste meu livro.
Como vocês vêem, tudo tem uma história em nossas vidas e nada nasce fortuitamente sem significado para nós. Por isto que eu digo, busque o tema do que irá escrever naquilo que você está vivendo ou viveu, no que é ou foi importante para você, nas necessidades não supridas que você percebeu nas pessoas que o cercam, naquilo que você pode contribuir para o social.

PERGUNTA: O quanto é importante a auto-imagem que cada um de nós possui?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Escritor não! Historiador e pesquisador.

Por: Silvério da Costa Oliveira.

O escritor, antes de ser escritor, é um pesquisador. Aquele que escreve precisa dar veracidade e plausibilidade a sua narrativa, a sua história, e neste contexto precisa de informações confiáveis e isto o torna obrigatoriamente um pesquisador, pois, busca o contexto de sua história em diversas histórias paralelas, reais ou fictícias.
Estamos hoje no século XXI, mas se o escritor se propõe a escrever uma história que se passa no século XIX, precisará realizar extensa pesquisa sobre os costumes da época, as roupas, as crenças, a cultura, o modo de vida das pessoas.
Por sua vez, se o escritor entra no campo da ficção científica e escreve uma história que se passa no século XXIII, mais uma vez precisa dar plausibilidade a mesma para que o leitor seu contemporâneo acredite ser a mesma possível. Veja bem, não se trata de criar uma história que seja verdadeira para as pessoas que estarão vivendo no século XXIII, pode e provavelmente será falso neste contexto, pois, dificilmente a realidade seguirá pelo rumo traçado nas linhas expressas no papel, no entanto, cabe ser visto como aceitável para o leitor do século XXI.
O escritor de ficção científica deve conhecer muito sobre ciência, ter não somente um conhecimento aprofundado sobre ciência de ponta, mas também conhecer os rumos que os principais cientistas estão propondo para o desenvolvimento das pesquisas e a ampliação do conhecimento tecnológico humano e suas aplicações no social.
Se você pretende escrever uma história que se passa em sua cidade, ou mesmo na rua em que você mora, deverá primeiro pesquisar muito e conhecer a realidade histórica que subjaz por trás dos panos culturais que mascaram a verdade e encobrem a dor e o sofrimento, bem como o gozo e o prazer presente nas vidas mundanas dos diversos atores reais e imaginários que transitam na esfera das possíveis relações e interações cotidianas.
E eu irei mais longe ainda, pois, não somente o escritor necessita ser um pesquisador e estar bem munido de conhecimentos específicos na área na qual escreve, tornando-o de certa forma um historiador, mas tal necessidade está também presente em todo artista que se propõe a produzir determinada obra, seja esta uma música, uma peça teatral, um quadro ou mesmo uma fotografia. O artista é o historiador na prática de sua criação.
A história registra casos em que determinado artista conhecia mais sobre determinado fato histórico sobre o qual havia criado uma obra de arte, como, por exemplo, um quadro de uma pintura de um evento histórico, do que historiadores profissionais seus contemporâneos.
Todo bom artista sabe que a arte não está isenta da pesquisa e que esta complementa aquela. Cabe ao candidato a escritor reconhecer que ele é um pesquisador antes mesmo de ser um escritor e que a qualidade de sua pesquisa irá influir diretamente na qualidade de sua obra criada.

PERGUNTA: Em sua opinião, até que ponto o escritor é também um pesquisador e historiador?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Imortalidade

Por: Silvério da Costa Oliveira.

Vamos comentar hoje um pequeno trecho do livro “Os contrapontos da literatura: arte, ciência e filosofia”, de Sonia Salomão Khéde (Coord.), publicado pela Editora Vozes em 1984. O trecho em questão foi retirado do capítulo 9, “Literatura e psicanálise: o que a psicanálise deve à literatura”, de autoria de Wilson Chebabi, p. 104.

“Por sua natureza a literatura constitui a certeza do gosto da humanidade, daquilo que a toca e permanece ao longo do tempo como capaz de atingir as mais diversas gerações. Enquanto o saber científico logo fica ultrapassado, a obra literária constitui um monumento que ultrapassa o anacronismo causado pela evolução”.

Já houve quem dissesse que para fazer a vida valer a pena a pessoa deveria ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro, ou dito de outro modo, realizar coisas que permanecerão no tempo quando ela não mais aqui estiver em virtude da temporalidade da curta vida humana. Escrever uma obra literária de fato imortaliza uma parte de nós, trata-se da certeza de imortalidade, não de nosso corpo físico, mas de algo mais importante, de nossas idéias, de nossa mente.
Não há sequer necessidade de pertencer a Academia ou de escrever um best seller, pois, enquanto houver um exemplar de nosso livro em alguma biblioteca, alguém poderá lê-lo e desta forma dar-nos vida novamente, vida ao que pensamos em dada época, vida ao que um dia sentimos, vida a nossa razão e des-razão de ser no mundo.
Mas não somente isto, pois, livros também marcam uma época histórica, o modo de pensar das pessoas, suas crenças, ambições e cultura. Não precisa sequer que o livro seja um grande sucesso de vendas, pois, de uma forma ou de outra o autor é o portador da voz do contexto histórico-cultural de sua época.
O saber científico e tecnológico aos poucos é ultrapassado pela própria evolução da humanidade, mas deixa seus rastros nos diversos escritos que compõem a história deste conhecimento e das pessoas que o produziram a sua época.
Escrever é ser deus por um momento, pois, estamos criando onde antes nada havia. Escrever é dar vida ao inanimado, é expressar as vozes dos que não falam e registrar as vozes dos que falam, todos juntos contando uma única história, a nossa história neste planeta que chamamos Terra.
Ler é tomar ciência do pensamento de alguém que não está fisicamente presente, é entrar na mente de outro, mesmo que este outro sequer vivo esteja. Não importa quantas centenas de anos tenham se passado, o autor continua vivo em cada novo leitor, pois, quando se lê uma obra, nossa mente reproduz o modo de pensar de quem a escreveu e neste incrível momento é como se recriássemos momentaneamente sua mente, suas crenças, seus valores, seus pensamentos, seus sentimentos, sua vida...

PERGUNTA: O que você pensa sobre a permanência do que escrevemos para as gerações seguintes?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O sucesso literário

Por: Silvério da Costa Oliveira.

Certa vez escrevi um texto sobre este tema, que sugiro que o leitor leia para proporcionar mais material para o debate deste assunto. Refiro-me ao capítulo 12 “Estudo teórico sobre o sucesso literário”, de meu livro: “Reflexões filosóficas: Uma pequena introdução à filosofia” (em meu site).
Penso que um ponto intrigante é porque alguns poucos livros fazem estrondoso sucesso em meio a um verdadeiro enxame de livros que são publicados no mesmo período. Analisando-se estas obras podemos encontrar alguns denominadores comuns que podem favorecer a nossa compreensão deste fenômeno.
Por vezes o sucesso de determinada obra é tão grande que todos conhecem seus personagens, mas tem dificuldade em lembrar o nome dos autores, tal é o caso de personagens como Sherlock Holmes e Dr. Watson, o primeiro livro em que tais personagens apareceram data de 1887 e intitulava-se “A study in scarlat”, mas pergunto eu a você, meu amigo e minha amiga, quem é o autor da obra?
Tudo bem, talvez você tenha acertado, talvez não, mas que tal então um autor mais recente e um personagem que surgiu pela primeira vez em 1953, no livro intitulado “Casino Royale”, o agente secreto James Bond, 007, do MI6, saberia agora você me responder o nome do autor? Talvez você saiba, mas mesmo assim há de concordar que muita gente não o sabe e o que eu quero dizer com isto é que há casos em que o personagem criado se torna bem maior e mais conhecido que o autor criador.
Penso que um dos fatores importantes pelo sucesso de um trabalho literário que envolva personagens é o envolvimento do leitor na trama, tornando-o um participante ativo. O leitor precisa se identificar com um personagem dentro da trama, e tudo bem que todos queiram ser o herói, mas, as vezes o herói tem tantas características sobre-humanas que se torna difícil tal identificação e o leitor para evitar ficar constrangido diante de sua própria insignificância frente a tal ser maravilhoso e perfeito, vai buscar refúgio temporário em outro personagem mais humano ou em uma característica por demais humana do personagem principal, como, por exemplo, alguma idiossincrasia ou doença tragicômica. Vemos que Sherlock Holmes traz sempre ao seu lado seu fiel escudeiro Dr. Watson, por sua vez, um personagem da TV que se inspira em Holmes, o Monk da série de mesmo nome, apela para um lado tragicômico e doentio do personagem principal.
Por tal meio forma-se um triângulo amoroso literário, onde uma das pontas é ocupado pelo leitor, outra ponta por todas as características positivas do personagem principal que o destacam do restante da humanidade, e por fim, a terceira ponta é ocupada por algo ou alguém que permita um ponto de refúgio para o leitor em sua simples humanidade.
Mas nem todos os livros se prendem ao entretenimento, há o grande sucesso de vendas oriundo de outro triângulo, no qual cada uma das três respectivas pontas é ocupada a sua vez por: 1- Mensagem/informação, 2- Necessidade, 3- Leitor. Tal é o caso dos livros universitários, dos livros didáticos, dos dicionários, dos atlas, etc. Também aqui podemos colocar obras que vão ao encontro de uma necessidade social e histórica vinculada a determinada época, como ocorre hoje com os livros de auto-ajuda e sobre misticismo, que satisfazem uma necessidade de grande número de leitores.
Mas o leitor não está presente como uma das pontas do circuito em todas as formas de sucesso literário, tal é o caso de outro triângulo, onde temos: 1- Polêmico, 2- Revolucionário, 3- Inovador. Neste caso o que temos é um grande impacto social que força o consumo temporário de determinada obra, mas deixe-me ressaltar novamente o aspecto temporário desta forma de sucesso. O principal motivo deste sucesso não ser permanente é a ausência do leitor no circuito, não havendo participação e identificação do leitor com a obra, não haverá permanência no tempo da mesma.
Claro está, também, que fatores individuais presentes ao autor, como, por exemplo, sua personalidade e posição social, podem influir no sucesso da obra, bem como, a conjuntura sócio-política da sociedade em determinado momento histórico ou mesmo a divulgação que a obra possa ter tido pelos respectivos canais de mídia.
Uma obra literária está destinada para um determinado público leitor e como tal, o sucesso será decorrente do encontro desta obra com este público. Pode ocorrer, no entanto, que uma obra seja escrita destinada a um momento passado ou futuro. Bem, se a obra é destinada a um momento passado esta não terá como chegar aos seus destinatários, mas se a mesma é destinada a um momento futuro, então, haverá um momento em que o publico leitor irá descobrir a obra e esta fará enorme sucesso, neste tocante, não faltam casos históricos para ilustrar isto, mas citarei somente um, o filósofo Nietzsche.
Não somente as pessoas são diferentes, como também as sociedades possuem culturas diferentes e pode bem ocorrer de uma obra estar mais propensa a agradar determinada sociedade e cultura do que outra, de modo que possa encontrar sucesso em um lugar e fracasso em outro. Obras literárias também são destinadas a determinados públicos e não a todos, afinal, nem todos gostam dos mesmos gêneros ou estilos literários e o que possa parecer eletrizante para uns, pode parecer enfadonho para outros. O encontro da obra com seu público é fator determinante para o sucesso.

PERGUNTA: Porque uma obra literária obtém enorme sucesso enquanto outra fracassa diante do mercado?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Escritores são camundongos?

Por: Silvério da Costa Oliveira.

Eu estava relendo um livro antigo de Shepherd Mead, cuja edição original norte americana data de 1957 e é intitulada “How to succeed with women: Without really trying” tendo sido traduzido no Brasil pela Editora Record com o título “Como conquistar mulheres sem fazer força” e achei um trecho bem interessante, aliás, o livro todo é, digamos, engraçado e mostra uma faceta peculiar de nossa cultura. Bem, o autor estava sugerindo aos homens que escolhessem uma arte para atrair as mulheres e comenta três: escritor, pintor e músico. Vou transcrever abaixo o que o mesmo diz sobre ser escritor (p. 66 e 67).

“Se você não tem um talento específico, escolha a carreira de escritor. Não é necessário um treinamento verdadeiro, nem habilidade, e além disso o equipamento é pouco e relativamente barato.
Qualquer um pode ser escritor. Se algum dia lhe disseram que você sabe “escrever cartas muito bem”, então metade da batalha já estará ganha. Tudo o que necessita é uma velha máquina de escrever, um dicionário de frases e citações e um ar distante.
As mulheres cairão como moscas no mel. Os escritores representam para as mulheres, e você descobrirá isso muito cedo, aquilo que os camundongos representam para os gatos.
Mas é preciso não esquecer que cada hora perdida batucando numa máquina de escrever é uma hora perdida para suas adoráveis amiguinhas. Desperdice estas horas douradas, se quiser, mas lembre-se de que elas jamais voltarão.”

Bem, eu penso que sem talento não se consegue coisa alguma que valha a pena na vida, penso também que toda nova empreitada necessita de um processo de aprendizagem. Da forma como este autor pinta o quadro, mais nos lembra um embuste e embustes são desmascarados. Aliás, tudo o que fazemos na vida, nosso sucesso ou nosso fracasso, deixa rastros. Não há como ser quem você é hoje sem uma trajetória e uma história de vida. Nossas vidas e o que somos hoje são tão visíveis como pegadas na areia, basta quem quiser olhar e verá o que de fato somos e como aqui chegamos.
Eu penso que o sucesso atrai as pessoas, independente do sexo, não uma determinada profissão. Veja o caso dos jogadores de futebol, são justamente aqueles que mais talento demonstram no campo que mais talentosas mulheres atraem. A verdade é que o sucesso gera mais sucesso e o fracasso atrai mais fracasso em tudo na vida, pois, há um roteiro para o sucesso e há um outro distinto roteiro para o fracasso e quem reza por uma destas cartilhas, reza sempre pela mesma, em todas ou quase todas, as situações de sua vida.
Mas, eu fiquei me imaginando como um camundongo, bem, pelo menos seria um camundongo com cabelos compridos loiros, o que penso, poderia proporcionar uma certa distinção entre os demais camundongos.

PERGUNTA: Escritores são camundongos?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Ser escritor é uma profissão desvalorizada?

Por: Silvério da Costa Oliveira.

Recentemente estava relendo o livro “A escolha certa” (Título original norte americano: “The choice”; ano: 1984) de Og Mandino publicado no Brasil pela Editora Record e que conta a história da trajetória de um escritor que se torna famoso após lançar um livro que se torna um grande best seller na terra do Tio San. Me chamou a atenção uma passagem na qual um personagem, Mark Christopher, o escritor em torno do qual gira toda a trama do livro, afirma (p. 41):

“Estou convencido de que escrever é a menos apreciada de todas as artes criativas. Apenas uma porção mínima da população se dedica à escultura, à pintura ou à música, mas todos escrevem – seja carta, convite, lista de compras, até mesmo uma assinatura num cheque. Portanto, não é indício de afetação que qualquer pessoa com um leve toque de auto-estima acredite que, tendo tempo, além de vontade, possa produzir um livro ou um artigo aceitável.”

Pois bem, se temos de pensar por conta própria, vou optar por discordar deste personagem. Tudo bem que todos escrevam, ou pelo menos todos que tenham tido o básico de um processo de alfabetização, até aí tudo bem, mas penso que as pessoas reconhecem a diferença entre as diversas formas de escrever. Talvez eu esteja errado, mas vou querer aqui acreditar no potencial humano e da capacidade que este tem de usar sua cabeça para outra coisa que não seja enfeitar os ombros.
Vamos pensar aqui com a ajuda de uma analogia. Já que estamos no país do futebol, não é novidade que boa parte das pessoas que aqui moram não somente gostem de ver times jogar, como gostem elas próprias de participar de uma “pelada” com relativa freqüência. Pois bem, a rigor, quem joga futebol é um jogador de futebol, mas perguntemos a tais pessoas o que elas são e elas se apresentarão dizendo: Eu sou pipoqueiro, fazendeiro, aposentado, engenheiro, vendedor ambulante, arquiteto, balconista, advogado, office boy, psicólogo, etc. Porque estas pessoas não dizem então: “Eu sou jogador de futebol”? Com certeza aqui elas próprias enxergam que há uma diferença.
Bem, sem dúvida quem joga em algum time profissional e ganha dinheiro com isso se apresentará como jogador de futebol e não está errado, afinal, trata-se de um jogador profissional, mas mesmo dentre estes há enorme diferença e o torcedor percebe claramente esta diferença quando adota a denominação de craque para designar aqueles que mais se destacam. Não há duvida que Pelé, Garrincha, Romário e mais alguns outros foram craques à sua época, demonstrando um talento artístico que muitos outros dos assim chamados jogadores profissionais não possuíam.
Penso que o mesmo vale para os escritores. Todos que foram alfabetizados escrevem alguma coisa, mas eles próprios não se identificam como “escritores”. Existem alguns que podem tranqüilamente ser chamados de escritores profissionais e se identificam como tal, na medida em que ganham seu ganha pão escrevendo alguma coisa em alguma área. Mas nem todos têm um talento especial que os tornam “impar entre seus pares”.
Resumindo, penso que as pessoas percebem as diferenças e que não justifica dizer que a profissão de escritor é desvalorizada pelos motivos alegados pelo personagem do livro acima mencionado. Mas claro está que você pode discordar de mim, não é mesmo?

PERGUNTA: Na sua opinião, o que podemos entender pelo termo “escritor”?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Sobre o que escrever

Por: Silvério da Costa Oliveira.

Não basta ter o sonho de ser escritor, é preciso também definir um tema sobre o qual escrever. Nesta escolha pessoal pelo tema cabe ouvir seu “eu interior”, saber qual a sua motivação, seu tesão, o combustível que te põe em movimento.
A escolha de um tema é sempre o primeiro e fundamental passo a ser tomado, não somente na elaboração de um livro ou artigo, mas também na vida acadêmica quando vamos elaborar uma monografia de conclusão de curso, uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado. No caso destes objetivos mais técnicos, eu costumo orientar meus alunos em turmas de metodologia de pesquisa que após a escolha de um tema devemos delimitá-lo por meio da formulação de um problema que deverá ser solucionado no transcorrer da elaboração do trabalho de pesquisa.
Como escolher um tema? Penso que o mais importante é ser algo pelo qual estejamos motivados, algo que queiramos muito trabalhar, mesmo que não tenhamos conhecimento sobre o assunto, pois, podemos aprender sobre tudo que estejamos de fato motivados. Claro está que se você escreve sobre algo que já sabe muito, sua jornada até a conclusão do trabalho será mais curta.
Vamos falar um pouco agora sobre minha própria jornada como escritor. Meu primeiro livro foi publicado em 1996 pela então Editora Irradiação Cultural e hoje tem sua sexta edição disponível gratuitamente no formato livro eletrônico (e-book) em pdf em meu site. Refiro-me ao livro “Sexo, sexualidade e sociedade” e vou agora contar um pouco a história deste livro.
Em 1985 me matriculei em meu primeiro curso universitário, tratava-se de um curso de psicologia, ocorre que eu já lia intensamente desde minha infância e em 1978 começara uma seqüência específica de leituras em diversos temas vinculados aos meus futuros interesses profissionais, de modo que, quando ingressei na faculdade já dispunha de um conhecimento significativo.
Eu estava entre profissionais (e futuros profissionais) de saúde e notava, no entanto, que quando o assunto era sexo e sexualidade, predominava o preconceito e lugar comum do “achismo” transformado em pseudo-conhecimento e foi justamente esta atmosfera incongruente que me motivou a pesquisar e escrever sobre sexualidade. Veja bem, meu amigo leitor, foi justamente por vivenciar um estado de incongruência que fiquei motivado a abordar o tema em um livro e a motivação foi forte o bastante para anos depois gerar frutos, pois, além deste livro sobre o tema, tenho também disponível gratuitamente em meu site o livro “Falando sobre sexo”.
Se você está vivendo algo que lhe incomoda, isto pode te motivar a escrever sobre tal tema. Se você têm um conhecimento que outros não possuem, isto também pode te motivar a escrever visando expor o que você conhece para outras pessoas.
Veja bem, há mais de um modo de um tema nos chamar a atenção, mas quando isto ocorre, estamos diante de algo que, como dizia um ex-professor meu de fotografia: “Isto pode dar samba”.

 PERGUNTA: Qual o tema que te motiva a escrever e porque?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)

terça-feira, 16 de outubro de 2007

O sonho de ser escritor


Por: Silvério da Costa Oliveira.

Durante minha vida, volta e meia encontro pessoas que tem o sonho de um dia escreverem algo de valor dentro de seus interesses. São homens e mulheres de todas as idades e com os mais diversos projetos literários, no entanto, poucos são os que concretizam seu sonho. Será que é tão difícil assim concretizar o sonho de ser escritor?
Na minha opinião pessoal e profissional, o sonho te põe mais próximo do sucesso, pois, quando sonhamos com algo é como se mirássemos nossa arma em direção a nossa meta. Os sonhos nos apontam o caminho a seguir, a estrada a percorrer e dão um sentido a nossa vida, logo, não são maus, são, sim, muito bons para nos ajudar em termos de alcançarmos o sucesso.
Bem, neste momento o leitor deve estar pensando que estou sendo contraditório, pois afirmo já ter conhecido muitos que nutrem o sonho de ser escritores e afirmo também que são poucos que concretizam seu sonho, depois digo que o sonho de alguém, em qualquer área de sua vida é algo bom e lhe põe no caminho do sucesso. Para mim isto parece muito contraditório, para você também?
O que ocorre é que entre o sonho e a realização do mesmo existe um enorme abismo e a única forma de transpormos o mesmo é por meio de uma larga e boa ponte, nova e bem construída, um caminho amplo que se apresenta a nossa frente e que liga com naturalidade o sonho à sua concretização. O nome desta ponte? “Trabalho duro”, ou se preferirem em inglês, “Hard work bridge”.
Deixe-me falar um pouco da história de alguns livros meus. O livro “Conversando sobre as drogas” me tomou quatro anos de trabalho específico de pesquisa em tempo integral. O meu livro “Vencer é ser feliz: A estrada do sucesso e da felicidade” levou três anos e meu próximo livro, abordando o tema do sucesso, felicidade e auto-ajuda, dez anos de pesquisa. Quando digo que levei “X” anos para escrever um livro, é que penso em todo o esforço específico que tive para construir tal material, as entrevistas, a aplicação de instrumentos, as leituras, a redação do texto, a digitação e correção final, etc. Somente sentar no PC e escrever leva um tempo pequeno, mas não é isto que está em jogo, pois, não podemos sentar para escrever se não sabemos o que e como escrever.
O que ocorre é que a maioria das pessoas prefere ficar no lado de cá do abismo sonhando eternamente com o lado de lá do abismo, mas são realmente poucos que estão dispostos a atravessar a ponte do trabalho duro, fazendo tudo o que é necessário para concretizar sua meta.
Se você quer ser escritor ou se quer alguma coisa da vida, lute por isto, arregace as mangas e faça o que tem que ser feito, não tenha medo de trabalhar arduamente, pois, sem trabalho duro não conseguirá concretizar seu sonho, seja este qual for.

PERGUNTA: Na sua opinião, qual a importância da “Hard work bridge” para o sucesso?

Prof. Dr. Silvério da Costa Oliveira.
(Respeite os Direitos Autorais – Respeite a autoria do texto – Todo autor tem o direito de ter seu nome citado junto aos textos de sua autoria)